Por Olívia Coutinho
Já estamos no 5º Domingo da Quaresma, nos aproximando cada vez mais da Páscoa do Senhor Jesus, o ponto mais alto da nossa fé. Na próxima semana, com o Domingo de Ramos, entraremos na dinâmica da semana Santa, nos colocando aos pés da cruz de Jesus, para depois ressuscitarmos com Ele… O Evangelho proposto para a nossa reflexão neste Domingo, apresenta-nos uma catequese sobre a ressurreição. O relato está situado no livro dos sinais é o sétimo e último sinal realizado por Jesus, citado no evangelho de João. É bom ressaltarmos: a finalidade dos sinais realizados por Jesus, é nos conduzir à fé em Jesus Cristo… Com esse relato, a liturgia já nos prepara para entrarmos nos relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus, cheios de esperança, pois sabemos, que na cruz, Jesus abriu as portas do céu para nós, assegurando-nos de que nós também, se ligados a Ele, ressuscitaremos com Ele! O texto, apresenta-nos a belíssima cena da ressurreição de Lázaro, um episódio que se deu em Betânia, uma aldeia um tanto distante de Jerusalém. Jesus não se encontrava nesta região, quando recebeu a notícia de que Lázaro, seu amigo, estava doente. Assim, que tomou conhecimento deste fato, Jesus disse: “Essa doença não leva a morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.” Com essas palavras, Jesus ressalta que a doença que leva à morte é o pecado, quem morre no pecado chegou ao seu fim, o que não era o caso de Lázaro. Depois de receber a notícia de que Lázaro estava doente, Jesus não se apressou em ir até ele, Ele só chegou em Betânia, quatro dias depois da sua morte. Ao saber que Jesus estava próximo de sua casa, Marta não espera pelo o amigo, ela vai ao seu encontro e diante dele, desabafa: “Senhor se estivesses aqui o meu irmão não teria morrido.” Mal sabia Marta, que Jesus já estava ciente de tudo o que acontecera com Lázaro e que Ele só não impediu, porque aquela “morte” seria aproveitada como fonte de vida para muitos, pois com ressurreição de Lázaro, muitos ganhariam vida, pois ao presenciar tal episódio, vários judeus passariam a crer em Jesus, o que de fato, aconteceu… No encontro com Jesus, Marta afirma a sua crença na ressurreição, mas ela se referia a ressurreição no final dos tempos, não se dando conta de que Jesus estava ali, diante dela e que Ele é a ressurreição do aqui e do agora: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” Enquanto Marta relata o acontecido à Jesus, Maria, desolada nada fala, apenas chora, à princípio, ela nem vai ao encontro de Jesus, indo somente, depois que Ele mandou chamá-la. Diante do amigo, Maria repete as mesmas palavras da irmã: “Senhor se estivesses aqui o meu irmão não teria morrido”. A narrativa prossegue dizendo que enquanto Jesus caminhava em direção ao túmulo de Lázaro, Ele se emociona, chegando a chorar pela a morte do amigo, deixando transparecer a sua humanidade. Diante do túmulo, Jesus ordena: “Tirai a pedra!” Marta reage: “Senhor já cheira mal. Está morto há quatro dias.” Mas mediante aos argumentos de Jesus, a pedra é removida e Jesus, após um diálogo com o Pai, chama Lázaro para fora, devolvendo-lhe a vida. Eis aí, o triunfo da vida sobre a morte da fé sobre a incredulidade! A ressurreição de Lázaro, não teve o sentido de privilegiar Marta e Maria, porque o irmão delas morreria novamente, (morte corporal) a ressurreição de Lázaro, foi no sentido de servir de sinal para que muitos pudessem ser salvos… Podemos tirar várias lições deste episódio, dentre tantas, um grande aprendizado com a clareza da fé de Marta e de Maria, embora tristes, elas não questionaram Jesus sobre a morte do irmão e nem a sua demora em chegar lá. Apesar da dor, as duas irmãs se mantiveram firmes na fé, reconhecendo Jesus como o Deus e Senhor de suas vidas, mesmo antes de Jesus trazer Lázaro de volta à vida: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.” Por mais escura e longa que seja a noite, podemos ter certeza: ela nunca será definitiva, depois da escuridão, vem um novo dia e o sol volta a brilhar! Jesus é este sol que brilha sobre nós, como brilhou sobre Marta e Maria que representa cada um de nós. Quando perdemos um ente querido, parece que o mundo desaba sobre nós, ficamos sem chão, às vezes, até vacilantes na fé. É importante entendermos, como Marta e Maria certamente entenderam: Deus permite que estas separações nos aconteçam, mas Ele não nos abandona, Deus nos carrega no colo, enquanto fazemos essas nossas doloridas travessias… Para quem tem fé, morrer não é o fim… DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho