O presidente argentino Javier Milei, conhecido por suas posições ultraliberais, recusou-se nesta sexta-feira (28) a pedir desculpas ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em vez disso, Milei criticou o petista, chamando-o de “esquerdista” com “ego inflamado”. “Devemos nos concentrar nos interesses dos argentinos e dos brasileiros, que são mais importantes do que o ego inflamado de algum esquerdista”, afirmou o chefe de Estado argentino, ao ser questionado pelo canal de televisão LN+ sobre a demanda de Lula. O brasileiro havia declarado publicamente que não conversaria com Milei até que ele pedisse desculpas. “Eu não falei com o presidente da Argentina porque acho que ele deve pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muitas bobagens, só quero que ele peça desculpas.”
Milei reagiu, questionando a necessidade de desculpas e reafirmando suas críticas ao presidente brasileiro. “Ele não foi preso por ser corrupto? Ou estamos tão doentes com o politicamente correto que não se pode dizer nada à esquerda, mesmo que seja verdade?”, disse o argentino. Os dois presidentes se cumprimentaram cordialmente durante a cúpula do G7 na Itália, mas não se reuniram formalmente. Lula destacou a importância das relações entre Brasil e Argentina, afirmando que “não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre Brasil e Argentina”.
O petista, no entanto, não compareceu à posse de sua contraparte argentina em dezembro. O evento contou com a presença do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, aliado político de Milei. Os líderes se encontrarão novamente no início de julho, durante a cúpula do Mercosul em Assunção, Paraguai. Uma fonte da Chancelaria paraguaia confirmou a presença de ambos na reunião de 8 de julho.
Com informações da AFP