Por Olívia Coutinho
No evangelho proposto para a nossa reflexão no dia de hoje, Jesus se encontra a caminho de Jerusalém, dando continuidade a missão que o Pai lhe confiara. Um dos pontos fortes desta narrativa, é o encontro de Jesus com dez leprosos, seres humanos, que por causa de uma doença, eram excluídos do convívio social, religioso e familiar. Condenados pela sociedade a viverem isolados, esses leprosos, sobreviviam nas periferias, num total abandono e é nesta condição sub-humana, que Jesus os encontra. Cientes de suas limitações estes leprosos, sequer, ousaram em aproximar de Jesus, gritaram-no de longe: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” O contato é breve, mas o tempo suficiente para que Jesus lhes indicasse o caminho que eles deveriam fazer. Certo de que eles ficariam curados e sem querer romper com as normas já estabelecidas pelos os judeus, Jesus os ordena a irem até os sacerdotes, pois somente os sacerdotes poderiam atestar a cura deles e os liberá-los para a volta ao convívio social. A lepra, hoje conhecida com hanseníase, naquele tempo, era uma doença incurável, altamente contagiosa, quem a contraia, era considerado impuro, condenado ao isolamento, a viver fora do convívio social, religioso e familiar. E quando alguém ficava curado, esta cura era considerada como obra exclusiva de Deus, cura, que só poderia ser comprovada pelos os sacerdotes. Em obediência a Jesus, estes leprosos, tomam o caminho indicado por Ele e, durante o percurso, eles percebem que haviam ficado curados. Um deles, logo que se viu livre da doença, retorna à Jesus e prostrado a seus pés, recebe também, a cura interior, a sua salvação. Este homem, era um samaritano, inimigo dos judeus, foi o único, que ao sentir tocado pela intervenção de Deus em seu corpo, quis também, experimentá-la no seu interior, atitude, que podemos constatar com o seu retorno à Jesus. Antes de receber a cura, este samaritano, gritou Jesus de longe, curado, ele toca em Jesus, demonstrando agradecimento e reconhecimento da sua Divindade! É este reconhecimento, que o levou a ficar totalmente livre de tudo o que o impedia de viver dignamente, tudo o que lhe escravizava, como a doença, o preconceito, o abandono e o pecado. Mesmo tendo vindo de um povo que não honrava a Deus, este samaritano se mostrou agradecido a Jesus, enquanto que os outros nove, que eram judeus, se contentaram com a cura física indo viver a modo deles, não buscando a salvação em Jesus, como fez o samaritano. Jesus questiona: “e os outros nove, onde estão?” Este questionamento de Jesus, não significa que Ele quisesse ouvir um agradecimento presencial, o que entristeceu Jesus, foi o fato deles negarem a graça de Deus, ou seja: não se interessarem pela a cura interior, se bastando com a cura física… Quando Jesus curava alguém, Ele sempre dizia: “A tua fé te salvou.” A esses nove homens que ficaram curados da lepra, Jesus não pode dizer o mesmo, pois eles não voltaram até Ele, não interessaram pela a cura da alma… Ainda hoje, Jesus continua se entristecendo com os muitos, que recusam a graça de Deus, que recusam a salvação… A salvação é um presente que Deus concede a todo aquele que crê em Jesus e que se dispõe a segui-lo. E nós, com quem identificamos: com o samaritano, que voltou para receber a cura interior? Ou com os nove leprosos que se contentaram somente com a cura do corpo? Pensemos nisso…
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho