“O chefe do Palácio de Ondina, governador Rui Costa, autoridade maior do petismo baiano, resolveu dar um chega pra lá nos chamados políticos profissionais, que fazem da política um meio de sobrevivência. Tentou implementar sua estratégia com Guilherme Bellintani, presidente do Esporte Clube Bahia. Não deu certo. O cobiçado Bellintani terminou voltando para os braços de ACM Neto, prefeito de Salvador e dirigente-mor da executiva nacional do Partido do Democratas (DEM). Rui passou um bom tempo cozinhando os prefeituráveis da base aliada em banho-maria, deixando todos esperançosos em relação ao seu apoio. Esse tipo de “fritura” fez o governador lembrar da major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha, da Polícia Militar. Junto com o senador Jaques Wagner, Rui convenceu a major a se filiar ao PT e disputar o Thomé de Souza, deixando os pré-candidatos da base de sustentação política a ver navios, como Olívia Santana (PCdoB), Lídice da Mata (PSB), o pastor Sargento Isidório (Avante), senador Ângelo Coronel (PSD) e muitos outros, incluindo aí os postulantes do próprio PT, que já chegavam a cinco. É a segunda vez que Lídice, presidente estadual do PSB, é defenestrada pela cúpula petista. Na eleição de 2018, a socialista ficou impedida de disputar à reeleição para o Senado. As forças governistas, com o aval de Rui e Wagner, optaram pela candidatura de Ângelo, que terminou se elegendo para a Câmara Alta. Agora, é o próprio Coronel que sente na pele o que Lídice passou por sua causa. Outro detalhe é que a eleição de Ângelo pode significar um problema para o PT na sucessão de Rui Costa, já que o também senador Otto Alencar, da mesma legenda de Ângelo, pretende concorrer ao governo do Estado no pleito de 2022. Vale lembrar que a candidatura de Wagner é dada como favas contadas. O governador Rui Costa, sentindo o desejo do eleitorado por mudança, de não votar nos políticos tradicionais, quer estender sua tática para o interior. Adélia Pinheiro, titular da Secti e ex-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pode ser a candidata do PT na sucessão de Ilhéus. As conversas estão acontecendo nos bastidores, por enquanto longe dos holofotes e do povão de Deus. E aí cabe uma pertinente e oportuna pergunta: A vontade do governador vai chegar em Itabuna, atingindo em cheio o prefeiturável Geraldo Simões? Todas as pesquisas apontam que uma esmagadora parcela do eleitorado não pretende votar em quem já foi prefeito de Itabuna, como o atual gestor Fernando Gomes (sem partido), Capitão Azevedo (PL), Claudevane Leite (Republicanos) e o próprio Geraldo Simões (PT). Vamos esperar a poeira das articulações assentar para uma análise menos especulativa, com um cenário mais transparente, sem tanto nevoeiro. (Editorial do Wense)”
7