“Depois de um mês, a minha mama começou a necrosar”, é o que relatou, nesta sexta-feira (24), mais uma paciente que denuncia os serviços prestados pelo cirurgião plástico Rossini Teobald Ruback, após ter complicações no pós operatório e deformidades. As denúncias por complicações e deformidades foram feitas por mulheres de diferentes cidades da Bahia, como Salvador, Vitória da Conquista, Itabuna e Eunápolis. Os procedimentos foram realizados em uma clínica localizada na cidade de Itabuna, no sul do estado. A dona do novo depoimento disse que foi operada pelo médico em uma maca de dentista e assim como as outras pacientes relataram, ela alega ter recebido anestesia local e sentido dores. A mulher perdeu a aureola do peito. O médico Rossini Teobald disse por meio de nota que intercorrências são previstas pela ciência, decorrendo em diversos casos de reações próprias do organismo de cada paciente, não sendo necessariamente relacionadas a qualquer ato médico praticado. Também nesta sexta, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que oficiou a Vigilância Sanitária e o Conselho Regional de Medicina (Cremeb) para que verifiquem os fatos, adotem os procedimentos administrativos e fiscalizatórios necessários e encaminhem relatórios à Promotoria da Justiça. O médico e a clínica também foram oficiados. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica disse que acompanha com atenção as denúncias, no entanto a competência para apressar e julgar ações médicas é do Cremeb. O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), disse que sete denúncias contra Rossini Teobald Ruback foram protocoladas, e estão sendo apuradas. O Cremeb diz ainda que as denúncias se encontram em diversos estágios de evolução processual e correm em segredo de justiça. ‘Se analisarmos o fato como está sendo descrito é óbvio que isso contraria inclusive o principio de base da medicina que é o de sedar a todo paciente. Nenhum médico pode, nem deve fazer procedimentos que inflijam dor ao paciente. Isso será apurado se houve de fato essa situação”, afirmou Otávio Marambaia, presidente do Cremeb. Nesta sexta, a paciente Joana Tamandaré viajou de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, para realizar queixa contra o médico em Salvador. Ela afirma ter perdido as duas mamas após colocar próteses de silicone com Rossini e ter passado por procedimentos sem anestesia. Segundo o Cremeb, entre as possíveis aplicações que podem ser realizadas contra o médico, estão advertência, censura – quando se torna público que o profissional cometeu algum erro, suspensão provisória das atividades por até 30 dias e cassação do registro. A Polícia Civil disse que existem dois boletins de ocorrência contra o médico, sendo um de ameaça e outro de cirurgia mal sucedida. O caso está sendo investigado e depoimentos serão marcados. Segundo uma instrumentadora cirúrgica, entrevistada pela TV Bahia, que trabalhou com o cirurgião de janeiro a julho de 2022, as mulheres foram submetidas a procedimentos sem anestesia. Ainda segundo a mulher, que preferiu não se identificar, os procedimentos eram realizados em cima de uma maca de dentista e em salas totalmente inadequadas. Uma paciente de Rossini, de 33 anos, Joana Tamandaré, perdeu as mamas devido procedimentos feitos com o cirurgião. Ela relatou os momentos que viveu após decidir colocar uma prótese de silicone nas mamas e lipoaspiração na barriga. Depois de três dias da realização da cirurgia, ao tirar o curativo, a mulher percebeu um aspecto de infecção. Segundo a mulher, os procedimentos após a detecção da infecção eram realizados sem anestesia. A região era cortada e suturada sem nenhum tipo de sedativo. ‘Ele disse que teria que retirar minha prótese. Pegou um maço de gases e disse: ‘coloca em sua boca, porque nós não temos anestesista na cidade. Então vou ter que te cortar e tirar sem anestesia. No fim ele disse: agora pode levantar e ir para casa, porque agora você vai ficar boa’. Entretanto, o quadro de saúde da vítima só piorou. A mulher precisou buscar ajuda médica em Vitória, no Espírito Santo, onde foi detectada uma infecção grave. A situação era delicada, então ela foi orientada a retornar ao cirurgião plástico. No retorno, as mamas da mulher foram retiradas. Segundo a mulher, os procedimentos após a detecção da infecção eram realizados sem anestesia. A região era cortada e suturada sem nenhum tipo de sedativo. Entretanto, o quadro de saúde da vítima só piorou. A mulher precisou buscar ajuda médica em Vitória, no Espírito Santo, onde foi detectada uma infecção grave. A situação era delicada, então ela foi orientada a retornar ao cirurgião plástico. No retorno, as mamas da mulher foram retiradas. Uma outra paciente de Itabuna fez abdominoplastia e lipoescultura com Rossini e também teve complicações no pós-operatório. Ela disse que recorreu a ele algumas vezes foram retirados líquidos das costas dela sem anestesia. O advogado do cirurgião, Erick Achy, disse que já foram adotadas medidas legais com relação às denúncias e afirmou que a clínica é totalmente equipada, além do médico ter competência para decidir quais procedimentos necessitam de anestesia. ‘Como toda cirurgia, a estética também não é diferente, gera riscos e seu resultado negativo é multifatorial. É necessário que seja apurado se de fato houve algum tipo de erro e negligência’. Ainda segundo a defesa do médico, ele cumpriu com o protocolo médico e os procedimentos foram realizados dentro dos padrões legais exigidos pelo CREMEB e CRM.
DENÚNCIA: EM ITABUNA, PACIENTES FAZEM NOVAS DENÚNCIAS CONTRA MÉDICO
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