O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível até 2030. Nesta sexta-feira, 30, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-mandatário em ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), com o placar de 5 a 2. Quatro ministros acompanharam o voto do ministro relator, o corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves, que se manifestou pela condenação de Bolsonaro por abuso de poder político: Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Os magistrados da Corte Eleitoral entenderam que, sob as prerrogativas de presidente da República, o político fez uso da estrutura do Estado para promover uma campanha eleitoral antecipada. Kassio Nunes Marques e Raul Araújo divergiram de Gonçalves e foram os únicos votos favoráveis à absolvição. Jair Bolsonaro é o terceiro ex-presidente brasileiro a ser impedido pela Justiça de concorrer a cargos públicos. O primeiro foi Fernando Collor de Mello, que renunciou durante seu processo de impeachment em 1992. Mesmo abdicando da Presidência, a condenação foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal. O político alagoano só voltou a concorrer em 2022, quando perdeu a disputa pelo governo do Estado. Depois, se tornou senador. O segundo foi Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em 2017 a nove anos e seis meses de prisão na Lava Jato e encarcerado no ano seguinte, após confirmação em segunda instância pelo TRF-4. Em 2021, o STF anulou as condenações e devolveu ao petista seus direitos políticos. Assim, Lula pôde concorrer e derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022. Este foi o quarto dia de julgamento do caso Bolsonaro, constituído a partir da apresentação de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) apresentada pelo PDT, legenda do ex-presidenciável Ciro Gomes. A análise do caso teve início na Corte Eleitoral na última quinta-feira, 22, quando o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou parecer a favor da inelegibilidade do ex-presidente, entendendo que o discurso dele atacou as instituições eleitorais, com abuso de poder político e desvio de finalidade, além de uso indevido dos meios de comunicação pela transmissão de reunião com embaixadores nos canais oficiais do governo. No segundo dia de julgamento, na terça-feira, 27, o ministro Benedito Gonçalves expôs um resumo de seu voto — que totalizou cerca de 400 páginas —, no qual acolheu parcialmente a ação movida pelo partido e se posicionou favorável à inelegibilidade de Bolsonaro. “Em razão de sua responsabilidade direta e pessoal pela conduta ilícita praticada em benefício de sua candidatura à reeleição para o cargo de presidente da República, declaro sua inelegibilidade por oito anos, seguido ao pleito de 2022”, afirmou o relator, seguido pelos ministros Floriano Marques, André Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Os magistrados rejeitaram declarar a inelegibilidade do general Walter Souza Braga Netto, que concorreu como vice-presidente na chapa com Bolsonaro, nas eleições de 2022. Segundo Benedito, não foi demonstrada “responsabilidade [de Braga Netto] para a concepção das práticas ilícitas comprovadas nos autos”. Com a decisão, o ex-ministro da Defesa está livre para concorrer às eleições de 2024. A expectativa é que ele dispute vaga à Prefeitura do Rio de Janeiro. Por sua vez, Jair Bolsonaro terá que recorrer ao Supremo Tribunal Federal para reverter a decisão da Corte Eleitoral. Tarcísio Vieira de Carvalho, seu advogado, já indicou que fará isso.
Justiça
JUSTIÇA: Onze juízes desistem de atuar em julgamento de empresário suspeito de violência e grilagem na Bahia
Mais de dez magistrados se declararam suspeitos no último um ano e meio e declinou de julgar processos relacionados a um empresário do agronegócio envolvido em diversas disputas de terras na divisa da Bahia com Goiás. Nestor Hermes, de 65, tem sido alvo de processos há mais de duas décadas nos quais o acusam de atuar com funcionários armados com o objetivo de grilar terras na região. Os relatos nas ações são de fazendeiros e outros empresários rurais e vão de ameaças de morte a invasão e incêndio de propriedades. Os processos também questionam a validade dos documentos que ele e suas empresas usam para justificar a obtenção dos terrenos. Pelo Ibama, Hermes e sua empresa já foram autuados em mais de R$ 1 milhão por desmatamento e extração de areia ilegal. Ele também apareceu, em 2012, na “lista suja” de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão –o empresário firmou um acordo com o Ministério Público do Trabalho em 2013 e pagou indenização para limpar o nome, de acordo com a Folha de São Paulo. A região baiana na qual se passa a disputa fundiária tem um histórico de conflitos rurais e foi palco da maior operação policial sobre venda de decisões judiciais do Brasil, a Faroeste. Procurada, a defesa de Nestor Hermes afirma que ele não é condenado em processos criminais, que não usa violência e que não há provas desses relatos. Mostrou certidão de que ele não é investigado criminalmente na delegacia de Cocos (BA), onde está parte dos processos. Também aponta que não é incomum que juízes se declarem suspeitos e abdiquem de julgar os processos do oeste baiano, uma área que é conflituosa e que foi o cenário da Faroeste. Em um processo que tramita no TJ-BA com outras partes, houve nove declarações de suspeição. Em outro, sete. Em um terceiro, cinco. Os processos contra Hermes que contêm relatos de supostas práticas violentas vêm desde a década de 1990. Um deles é uma queixa-crime de 1997, na qual um produtor rural chamado Severino Silva registrou que Hermes chegou à sua propriedade “fazendo-se acompanhar de cinco pistoleiros, facínoras, que pela forma de agir são assassinos profissionais com orientação paramilitar”. Severino afirmou que foi retirado de casa sob ameaça de morte e que, em seguida, os pistoleiros atearam fogo na sua residência. Na queixa, Severino afirma ter dito a Hermes que tinha a posse do local havia mais de 30 anos, com registro no Cartório de Imóveis, no Incra e na Receita Federal. O caso gerou uma investigação do Ministério Público. Em outro processo, de 2012, um empresário chamado Ademir Sommer afirmou que também foi impedido de ingressar em sua fazenda, sob ameaça de Hermes, após ela ter sido invadida. Numa ação de 2016 produtores de palmito disseram que houve invasão das suas terras e que foram trocados cadeados e fechaduras. Segundo eles, homens armados passaram a vigiar o terreno e a impedir a entrada das pessoas que dizem serem os reais proprietários. Em mais um processo envolvendo diferentes pessoas, de 2020, um empresário rural, Luiz Barros, afirmou que, em duas oportunidades em que visitou as suas terras, foi recebido por motoqueiros “fortemente armados, com carabinas de grosso calibre”, que disseram estar a mando de Hermes e que “ninguém poderia lá ficar sob pena de responderem com a vida”. A defesa de Barros afirmou que essa é “a prática dos grileiros da região, pois acreditam na impunidade e no ganho fácil”. Há mais processos com afirmações similares a respeito do empresário. É comum em parte desses casos que as decisões tomadas por juízes demorem a ser cumpridas pela dificuldade em intimar Hermes ou por ausência de ação do poder público local, sobretudo da Polícia Militar. A ação que está no Tribunal de Justiça da Bahia e provocou a maioria das suspeições envolve outra empresa, a AMC Agropastoril, que também acusa Hermes de tentativa de grilagem. A defesa de Hermes nega e afirma que é a dona do terreno. Foi nesse processo que oito desembargadores e uma juíza substituta em segunda instância se declararam suspeitos, por foro íntimo, e declinaram de julgar o caso. Procurados, os magistrados não detalharam qual é o motivo da declaração de suspeição. O desembargador José Aras disse que “essas suspeições, por natureza, são por motivo de foro íntimo”. “Ou seja, não há um motivo específico”, afirmou. Outro desembargador, Maurício Kertzman, citou o Código de Processo Civil e afirmou que “na suspeição por motivo de foro íntimo o julgador não tem necessidade de declarar suas razões, justamente para preservar o Juiz na sua liberdade de apontar esse vício, o que na verdade preserva o julgamento justo”. Um terceiro desembargador, Paulo Chenaud, também afirmou apenas que se declarou suspeito por foro íntimo, sem detalhar. A Folha fez a mesma pergunta, por mensagem ou via assessoria, aos desembargadores Lisbete Teixeira, Josevando Souza Andrade, Maria de Fátima Carvalho, Regina Helena Silva, Manuel Bahia e à juíza substituta em segunda instância Maria do Rosário Calixto. Eles não se manifestaram. Em primeira instância, dois juízes que atuaram respectivamente nas comarcas de Coribe e de Cocos, Bruno Damas e Thatiane Soares, também se declararam suspeitos em processos relacionados a Nestor Hermes. Procurados, ambos não se manifestaram. Nos últimos anos, Hermes tem se aproximado do poder público da Bahia. Um deputado estadual da União Brasil, Manuel Rocha, propôs neste ano título de cidadão baiano a Hermes, que é natural de Ijuí (RS) e tem laços com Formosa (GO). Procurado, ele disse que Hermes realiza “grandes investimentos no setor agropecuário da Bahia, em especial na região oeste, contribuindo com o desenvolvimento do estado”. O prefeito de Cocos, Marcelo Emerenciano, que ficou conhecido por anunciar que deixaria o PL para se filiar ao PT, também tem defendido o empresário como um grande investidor da região. Ele levou Hermes para uma reunião com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), em Salvador. Em abril deste ano, Emerenciano se referiu a Hermes em uma postagem no Instagram como “amigo de todas as horas” e dono de “um dos maiores grupos pecuaristas do Brasil”. Procurado, o prefeito afirmou ter intermediado a pedido a reunião com o governador e disse que tem, na cidade, um grupo que defende a obra de uma BR no município. “Nós nos unimos em prol disso, que para o meu município é de fundamental importância”, disse. Em 2019, Hermes também esteve em um encontro com o então ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL), o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Empresário nega que tenha usado violência em disputas. Por meio de nota da defesa, Nestor Hermes afirma que não usou violência em qualquer disputa fundiária e que jamais foram apresentadas provas contra ele. Hermes afirma ainda que nunca foi condenado criminalmente. Também diz que Hermes tem sido “alvo de ataques de seus adversários sempre às vésperas de julgamentos importantes de seus casos”. “É uma estratégia desesperada de influenciar a opinião pública, já que a Justiça vem, na maioria das vezes, dando razão ao empresário”, afirma a nota. “As acusações contra Nestor Hermes seguem um padrão de narrativa, todas sem provas, que deixam evidente uma ação orquestrada por seus adversários”, acrescenta. O empresário afirma que está recorrendo das multas aplicadas por órgãos ambientais e que cumpriu acordos trabalhistas no âmbito judicial. (BN)
JUSTIÇA: 2ª Turma do STF remete à Justiça comum ação contra Petrobras envolvendo a Petros
Ação é sobre ex-empregado da estatal que pede indenização por danos causados pelo fundo de pensão
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) cassou decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que havia mantido a competência da Justiça do Trabalho para julgar ação de um ex-empregado da Petrobras que pede indenização por danos materiais e morais decorrentes de prejuízos supostamente causados pela empresa em razão de sua atuação no fundo de previdência Petros. A decisão, unânime, foi tomada na sessão virtual finalizada no último dia 16, no julgamento da Reclamação (RCL) 52680. Em seu voto pela procedência do pedido da Petrobras, o relator, ministro Dias Toffoli, afirmou que a decisão do TST desrespeitou a tese firmada pelo STF no Recurso Extraordinário de que compete à Justiça comum o processamento de demandas contra entidades privadas de previdência para obter complementação de aposentadoria. Segundo Toffoli, na ação trabalhista, a Petrobras é demandada não como empregadora, mas como patrocinadora de entidade fechada de previdência complementar. Portanto, a origem da controvérsia não é o vínculo de emprego. O relator lembrou ainda que, no julgamento, a razão de decidir foi o fato de a relação previdenciária ser autônoma em relação à de trabalho. Assim, eventuais controvérsias advindas daquela relação são de competência da Justiça comum. Com a decisão do colegiado, os autos da ação em curso na Justiça do Trabalho devem ser encaminhados à Justiça comum.
Clique aqui para ler o voto do ministro Dias Toffoli
RCL 52.680
JUSTIÇA: Supremo retoma julgamento sobre piso salarial da enfermagem
Julgamento vai até o dia 30 de junho. Corrupção nos Municípios, Estados e União pode, mas salários justos não.
O STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o julgamento, na sexta-feira, 23/6, da ação sobre a validade do pagamento do piso salarial nacional para os profissionais de enfermagem. Em maio, o relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso, estabeleceu regras para o pagamento do piso aos profissionais que trabalham no sistema de saúde de estados e municípios nos limites dos valores recebidos pelo governo federal. Só não há regras para desviar e malversar o dinheiro do povo em que o STF é omisso. Agora, os demais ministros da Corte julgam se referendam a decisão de Barroso (perdeu Mané). A análise ocorre no plenário virtual, modalidade na qual os ministros inserem votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. A análise vai até 30 de junho. O julgamento está sendo retomado após dois pedidos de vista diante de divergências apresentadas pelos ministros em relação à operacionalização do pagamento. O novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é de R$ 4.750, conforme definido pela Lei nº 14.434. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). Pela lei, o piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.
Votação
Até o momento, não há definição no placar do julgamento. Barroso e Gilmar Mendes se manifestaram para manter as condições da decisão que liberou o piso. Os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes apresentaram divergência em relação ao pagamento para profissionais celetistas. O ministro Edson Fachin determinou o pagamento para todos os contratos públicos e privados de trabalho. Mas Toffoli abriu uma nova via de entendimento para definir que, no caso de profissionais celetistas, o pagamento do piso deve ocorrer conforme negociação coletiva da categoria na região do país em que o profissional trabalha, devendo prevalecer o “negociado sobre o legislado”. Toffoli também mantém as condições sugeridas pelos demais ministros. Para ele, o piso nacional deve ser pago conforme a lei para os profissionais que são servidores públicos da União, de autarquias e de fundações públicas federais. O piso também fica valendo para servidores públicos dos estados e municípios e do Distrito Federal, além dos enfermeiros contratados por entidades privadas que atendam 60% de pacientes oriundos do SUS.
Suspensão
No ano passado, o pagamento do piso havia sido suspenso pelo STF devido à falta de previsão de recursos para garantir o pagamento dos profissionais, mas foi liberado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrir crédito especial para o repasse de R$ 7,3 bilhões para estados e municípios pagarem o piso.
(Agência Brasil)
JUSTIÇA: STF deve julgar casos de nepotismo em Tribunais de Contas
A ANTC (Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo do Tribunal de Contas do Brasil) ajuizou no Supremo Tribunal Federal uma arguição de descumprimento de preceito fundamental para questionar a nomeação de cônjuge ou parente de chefe do Poder Executivo, nas três esferas de governo, para o cargo de conselheiro de Tribunal de Contas. A ação foi distribuída ao ministro Luiz Fux. A ANTC defende que a competência desses tribunais para examinar a prestação de contas de chefes do Executivo e julgar as contas de administradores em casos de prejuízo ao erário exige um quadro próprio, com nomeações que respeitem os princípios da impessoalidade e da moralidade (artigo 37 da Constituição Federal). Para a associação, indicações motivadas por nepotismo impedem o julgamento imparcial das contas de gestores públicos. Na ação, a entidade pede a concessão de medida cautelar para impedir, até o julgamento do mérito, a nomeação de parentes para os cargos de ministro do TCU e de conselheiro de Tribunais de Contas, com o argumento de que, com base na relevância das atribuições dos cargos, o exercício pode vir a ocasionar prejuízo no controle das contas públicas. No mérito, pede que essa possibilidade seja afastada em definitivo. Recentemente, o ex-governador da Bahia que deixou o cargo em 31/12/2022, Rui Costa, hoje ministro da Casa Civil do governo federal, teve o nome da mulher, Aline Peixoto, 40 anos, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado para o TCM (Tribunal de Contas da Bahia), e nomeada por Jerônimo Rodrigues, atual chefe do Executivo da Bahia. A partir de agora Aline Peixoto vai ter: estabilidade até os 75 anos (idade limite para aposentadoria no serviço público) e remuneração a partir de R$ 35.462,22.
(Conjur)
Entra em vigor lei que obriga oferecer espaço de descanso para profissionais de Enfermagem
Presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), Giszele Paixão, destaca a importância da lei e a atuação dos Conselhos de Enfermagem na propositura
Já entrou em vigor nesta quarta-feira (21) a Lei 14.602, de 2023, que obriga as instituições de saúde públicas e privadas a oferecer espaços adequados exclusivos para descanso de enfermeiros, parteiras, técnicos e auxiliares de enfermagem. Segundo a presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), Giszele Paixão, esta lei é de extrema importância para os trabalhadores da área e destaca a importância da atuação dos Conselhos de Enfermagem na propositura. “Em novembro de 2015, os Conselhos de Enfermagem levaram para o gabinete do senador Valdir Raupp a propositura desta lei. Por anos lutamos por esta demanda e agora podemos ter a garantia de um espaço adequado de repouso, essencial para a saúde e bem-estar destes profissionais que trabalham constantemente sob pressão e no limite de suas capacidades. Este espaço é uma conquista dos Conselhos de Enfermagem e representa um avanço significativo na nossa luta pela valorização da categoria”, declarou Giszele Paixão. De acordo com a lei, devem ser criadas condições adequadas para repouso dos profissionais de Enfermagem durante o horário de trabalho. O ambiente deve ser equipado com instalações sanitárias e mobiliário adequado, como camas, beliches, sanitários e demais comodidades para os plantões nas unidades de saúde. O projeto que é de autoria do senador Valdir Raupp (MDB/RO), modifica a lei 7.498 de 1986, que regulamenta o exercício da Enfermagem. O texto dispõe que os locais de repouso da instituição de saúde serão exclusivos para enfermeiros, parteiras, técnicos ou auxiliares de enfermagem que trabalham no local.
TRT-BA alerta: tribunal não envia notificações sobre pagamentos por e-mail ou redes sociais
Após caso relatado por escritório de advocacia de que clientes receberam mensagens em rede social indicando haver pagamento judicial disponível, o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) faz um alerta. O TRT-BA informa que não envia notificações judiciais sobre pagamentos por e-mail ou mensagens em aplicativos de redes sociais. Conforme o escritório, as mensagens chegaram acompanhadas de falso documento com timbre do tribunal e de boleto para depósito das potenciais vítimas. O TRT-BA afirma já ter contatado o Ministério Público Federal – Procuradoria da República na Bahia e a Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia, solicitando investigação e eventuais providências contra a fraude para prevenir eventuais reincidências. Caso o usuário receba alguma comunicação deste tipo, a recomendação é para que não abra links nem anexos e entre em contato com a Secretaria de Coordenação Judiciária de 1ª Instância pelos telefones (71) 3284 6810 ou 6811 (e-mail scj1@trt5.jus.br), ou com a Ouvidoria, pelo telefone (71) 3284 6880 (e-mail ouvidoria@trt5.jus.br), para acompanhamento do caso. (BN)
JUSTIÇA: STJ valida testamento de Gugu, que não reconhece Rose Miriam como herdeira
Ela ainda busca na justiça reconhecimento de união estável
A novela sobre a divisão dos bens de Gugu Liberato ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (20). O STJ ( Superior Tribunal de Justiça) determinou que Rose Miriam não faz parte do testamento do apresentador e por isso não tem direito a parte de herança; Segundo matéria publicada por Splash, no UOL, o STJ reconheceu o testamento feito em 2011 em que Gugu havia deixado 75% de toda sua fortuna para os três filhos, e os 25% restantes divididos entre os 5 sobrinhos do apresentador. O documento obtido por Splash diz que a decisão da 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo do Tribunal de São Paulo por 4 votos a 0. Rose tenta na Justiça o reconhecimento de união estável com Gugu. O julgamento que vai decidir se ela vai ser reconhecida como companheira do artista está marcada para quinta-feira (22). Mesmo se for reconhecida, não quer dizer que ela vai poder ficar com parte da herança, que é avaliada em cerca de R$ 1 bilhão.
JUSTIÇA/ECONOMIA: Decisão do STF sobre PIS/Cofins para bancos pode gerar arrecadação de R$ 115 bilhões e impactos na reforma tributária
Na segunda-feira, 12, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as receitas brutas operacionais das instituições financeiras são passíveis de tributação dos impostos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). De acordo com estimativas da Receita Federal, a decisão deve fazer com que o Estado amealhe aproximadamente R$ 115 bilhões aos cofres públicos. Além disso, especialistas observam que o entendimento da Corte pode ter impactos da interpretação de alguns pontos-chave da reforma tributária. Leonardo Roesler, advogado especialista em direito tributário, pondera que a decisão do STF representa um marco importante na legislação tributária brasileira. “A definição de que o PIS/Cofins pode incidir sobre receitas financeiras como juros e descontos poderá reconfigurar o cenário fiscal para muitas instituições financeiras no país. Ela levanta uma série de questões que impactam diretamente as empresas do setor financeiro, com o potencial de causar significativas ondulações por ali — e na comunidade empresarial, em geral —, levando a uma reavaliação dos modelos de negócios e estruturas de receita, como evidenciado pelas flutuações nas ações bancárias. As instituições diretamente envolvidas na ação no STF, como o Santander, já sofrem perdas em resposta à tendência favorável à União”, comenta. Advogado especializado em direito tributário do Grupo Brugnara, Magnus Brugnara observa que, na prática, a decisão segue o que já vinha sendo aplicado pelo Fisco. “As instituições financeiras devem pagar PIS/Cofins sobre receitas financeiras obtidas com remuneração do capital como os juros, e não somente as receitas decorrentes da venda de produtos e serviços como pretendiam os bancos. A Receita estima que a medida leve a um ganho de R$ 115 bilhões aos cofres públicos. O cálculo foi feito com base nos últimos cinco anos de arrecadação e no prazo de decadência, em que processos que requerem a restituição de imposto perdem efeito. Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) acredita que os valores não superem o montante de R$ 12 bilhões, uma vez que vários bancos não discutem mais a questão e já aderiram a programas de parcelamento”, esclarece. O jurista acredita que o entendimento da Corte valerá para todas as ações semelhantes em trâmite no Judiciário. “Vale destacar que a decisão em questão não é válida para outras empresas de nichos de atuação distintos, que têm a mesma discussão sobre a tributação sobre receitas financeiras, uma vez que foi específica para as instituições financeiras. Para estas empresas, a decisão do STF deixa mais clara a possibilidade de questionamento sobre a tributação em questão”, pontua. Leonardo Roesler complementa que a decisão do Supremo evidencia uma tendência para uma interpretação mais abrangente do conceito de faturamento. “Isso pode ter implicações significativas no âmbito da reforma tributária, especialmente no que diz respeito à tributação de serviços. A proposta de manter o imposto sobre serviço na sede do prestador sugere um movimento no sentido de simplificar e trazer maior clareza ao sistema tributário brasileiro. No entanto, similar à questão do PIS/Cofins, isso também poderia levar a novos debates sobre o que constitui a “sede do prestador” e como as atividades empresariais são definidas e tributadas. Em uma escala mais ampla, a reforma tributária e a decisão do STF destacam a necessidade de um sistema de tributação mais simplificado e transparente, que minimize disputas e litígios. Ambos os temas refletem o atual debate sobre como o sistema tributário pode ser aprimorado para ser mais eficaz, eficiente e justo, ao mesmo tempo em que promove a atividade econômica”, conclui.
POLITICA/JUSTIÇA: Com sinalização de Lula sobre reeleição, disputa pela segunda vaga do STF ganha mais um candidato
Como presidente fez questão de fazer uma indicação personalíssima para a vaga aberta com a aposentadoria de Lewandowski, lideranças do Congresso e membros do STF terão protagonismo na escolha da segunda cadeira, decorrente da saída de Rosa em outubro
Como Lula fez questão de fazer uma indicação personalíssima para a vaga aberta com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, lideranças do Congresso e membros do Supremo terão protagonismo na escolha do nome para a segunda cadeira, decorrente da saída de Rosa Weber em outubro. Os favoritos até agora são Bruno Dantas, presidente do TCU, e Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça. Dantas trabalhou intensamente nos bastidores para garantir a aprovação de Cristiano Zanin e espera agora o apoio do Planalto; ele também conta com a simpatia de Gilmar Mendes e de todo o MDB lulista, com destaque para Renan Calheiros. Salomão, por sua vez, é o preferido de Alexandre de Moraes e David Alcolumbre e aliados do União Brasil. As chances de uma mulher ser indicada para suceder Rosa são cada vez menores, pois há uma cobrança em Brasília para que a segunda vaga promova também uma ‘movimentação’ em outros tribunais. Se Dantas emplacar, abre-se uma vaga no TCU. No caso de Salomão, abre-se outra no STJ, e Rodrigo Pacheco teria preferência em ambas as indicações, segundo interlocutores que participam das articulações. A disputa tende a se tornar ainda mais acirrada com o surgimento do nome de Flávio Dino (PSB) na bolsa de apostas. O ministro da Justiça e da Segurança Pública era até então considerado um forte pré-candidato à sucessão de Lula na Presidência, mas o petista sinalizou que não descarta a reeleição. O problema neste cenário é que o PT quer mais um ‘ministro seu’ no STF e não se sente contemplado com Zanin, muitos menos com Dantas, Salomão ou Dino. Tampouco está disposto a esperar uma eventual terceira vaga.
Com JP
Justiça decreta prisão preventiva de homem negro amarrado por PMs
A Justiça decretou a prisão preventiva do homem negro que teve os pés e as mãos amarrados por cordas por policiais militares após suposto furto a um mercado na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o suspeito de 32 anos passou por audiência de custódia na segunda (5) e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva – ou seja, sem prazo definido. Conforme versão dos PMs registrada em boletim de ocorrência, eles patrulhavam a avenida Conselheiro Rodrigues Alves por volta das 23h50 de domingo (4) quando foram parados por uma mulher que indicou uma movimentação estranha em um mercado naquela via. No estabelecimento, um funcionário relatou aos PMs que pessoas haviam entrado na loja e realizado um arrastão, levando diversos produtos. Os policiais deixaram o local e, metros à frente, na rua Morgado de Mateus, encontraram um jovem de 32 anos com duas caixas de bombons, cada uma delas no valor de R$ 15. Ainda segundo os PMs, o homem confessou o furto no mercado. Os policiais então deram ordem para que o suspeito se sentasse, mas foram ignorados. Os agentes disseram ainda que o homem estava bastante alterado e que foi necessário pedir reforço, totalizando quatro homens para segurá-lo. Os policiais relatam que o suspeito ofereceu resistência mesmo algemado e que por isso foi necessário usar uma corda para amarrar seus pés. Ainda de acordo com o BO, os policiais disseram que o homem ameaçou se levantar e correr. O suspeito teria dito que pegaria a arma dos PMs e atiraria contra eles, como ocorreu na zona leste -uma referência ao caso registrado na semana passada em São Mateus, em que um homem lutou contra dois PMs, tomou a arma de um deles e conseguiu ferir os dois agentes, que seguem sob cuidados médicos. Imobilizado, o suspeito foi conduzido pelos policiais à UPA Vila Mariana. Foi nesse local que uma testemunha o filmou com pés e mãos amarrados. (Por Paulo Eduardo Dias | Folhapress)
JUSTIÇA INTERNACIONAL: Cristina Kirchner é absolvida de acusação de lavagem de dinheiro
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi absolvida pela Justiça na última segunda-feira, 5, de uma acusação de lavagem de dinheiro. Segundo entendimento do juiz Sebastián Casanello, há ausência de pedidos acusatórios por parte dos promotores que cuidavam do processo. Sobre a ação, Cristina foi acusada de um suposto envolvimento num esquema nomeado como “a rota do dinheiro K”. Aberta há mais de uma decada, a investigação tem como foco principal a atuação do empresário Lázaro Báes, condenado a 10 anos de prisão. “Diante do pedido do acusador e titular da ação penal de arquivamento –acompanhado do restante dos órgãos estatais–, a tarefa do juiz se limita a examinar os requisitos razoabilidade e legalidade da petição”, pontuou Casanello em sua decisão após acartar o pedido do procurador Guillermo Marijuan – este sustentou a tese que não havia elementos para relacionar Kirchner como coautora ou participante do esquema ilegal financeiro. Mesmo com a vitória parcial, Cristina ainda continua investigada pela “rota do dinheiro K” em outros processos. Em dezembro, a vice-presidente foi condenada a seis anos de prisão pelo Tribunal Federal 2 de Buenos Aires, sob acusação de ter sido chefe de uma organização criminosa para desviar dinheiro do Estado quando estava no comando do país, de 2007 a 2015. As investigações sustentam que a administração Kirchner, que comandou o país de 2003 a 2015 entre os mandatos de Nestor e Cristina, favoreceram o empresário Baes em obras públicas na província de Santa Cruz. Isso porque Baez venceu 80% das licitações na região, com 51 licitações que somavam 46 bilhões de pesos – equivalente a quase US$ 1 bilhão. Kirchner nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política, denuncia que vem sendo sustentada pela vice-presidente desde 2019 quando começaram a ser realizados os julgamentos. Apesar da condenação, ela não vai ser presa porque tem foro privilegiado e ainda pode se candidatar a um terceiro mandato, caminho que Cristina pontuou que não seguirá. (JP)