O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, nesta quarta-feira (5), denúncia contra a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) Ilona Márcia Reis, pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia teve origem na Operação Faroeste, que apurou esquema de venda de decisões judiciais relacionadas à disputa de terras na região oeste da Bahia. Além da desembargadora, outras duas pessoas foram tornadas rés pelo STJ. Um terceiro investigado teve a denúncia rejeitada. A desembargadora Ilona Reis estava afastada de forma cautelar do cargo desde o início das investigações e teve o afastamento prorrogado pelo prazo de um ano. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a desembargadora teria recebido propina para dar decisões favoráveis aos interessados em três processos, todos relativos a imóveis localizados no oeste baiano. O valor total acordado na negociação seria de R$ 800 mil. Em seu site oficial, o STJ informou que o ministro Og Fernandes, relator do processo, apontou que os elementos apresentados pelo MPF apontaram uma ligação estável e permanente entre Ilona Reis e os demais denunciados, com o objetivo de negociar decisões judiciais favoráveis ao grupo. Ainda de acordo com o site, o relator também destacou que, durante as investigações, foram localizadas minutas de decisões ou votos, em nome de Ilona Reis, antes da realização do julgamento pelo tribunal. O material estaria em poder de um advogado e um ex-servidor do TJBA – ambos denunciados pelo MPF – o que indicaria a articulação dos três para a negociação das decisões. No site oficial, o STJ informa ainda que, segundo Og Fernandes, relatórios de inteligência financeira identificaram movimentações bancárias suspeitas realizadas pela desembargadora. Outro ponto citado é que, no cumprimento de mandado de busca e apreensão no gabinete da magistrada, foram localizados diversos comprovantes de depósitos em dinheiro fracionados. Também teriam sido detectadas transações envolvendo supostos laranjas e pessoas jurídicas. Com o recebimento da denúncia, tem início a fase da ação penal propriamente dita. Ainda não há data para o julgamento do mérito do processo. Procurado pela produção do g1, o advogado João Daniel Jacobina, responsável pela defesa da desembargadora Ilona Reis, informou que a decisão do STJ se limita a autorizar a abertura do processo, sem reconhecer nenhum tipo de culpa por parte da desembargadora. A defesa afirmou ainda que, “mesmo sendo mera decisão de recebimento de denúncia, a defesa recorrerá e tem a convicção de que o STF a reveja”. A Operação Faroeste começou no final de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados – entre eles o presidente do TJ-BA da época. Desde então, várias prisões e movimentações no caso ocorreram. As investigações da Polícia Federal apontam a existência de um esquema de venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores da Bahia, com a participação de membros de outros poderes, que operavam a blindagem institucional da fraude. O esquema supostamente consistia na legalização de terras griladas no oeste do estado. A organização criminosa investigada contava ainda com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente. Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias.
Justiça
FUTEBOL: PUNIÇÃO SEVERA – Federação inglesa quer banir Paquetá do futebol em caso de condenação

A situação de Lucas Paquetá no futebol inglês fica cada vez mais complicada. De acordo com o jornal britânico ‘The Sun’, a Federação Inglesa (FA) quer o banimento vitalício e permanente de Paquetá do esporte se o jogador for realmente condenado. O brasileiro está sendo acusado de forçar cartões amarelos para favorecer apostas que teriam sido feitas por seus colegas no Brasil. Ainda segundo o jornal, o caso de Paquetá é pior do que o dos zagueiros Kynan Isaac e Bradley Wood, que foram respectivamente condenados a dez e seis anos, também por manipular cartões. Nas quatro partidas que Paquetá tomou os cartões amarelos que estão sendo investigados, cerca de 60 pessoas apostaram na advertência ao jogador e todas estavam localizadas na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu. As empresas de apostas esportivas começaram a investigar o caso após um ‘número incomum’ de apostas serem feitas para o jogador tomar cartão amarelo, e todas estarem vindo da cidade-natal de Paquetá. Quanto aos valores das apostas, os jogos feitos variam de 7 libras (R$ 46, na cotação atual) até 400 libras (R$ 2,6 mil). Ao todo, os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras (quase R$ 670 mil) com todos os cartões tomados pelo brasileiro. (Galáticos Online)
JUSTIÇA: Presidente da OAB critica Moraes por mandar prender suspeitos de ameaçá-lo

Presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti critica o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por ter ordenado nesta sexta-feira (31) as prisões de suspeitos de terem feito ameaças a ele próprio e seus familiares. “A lei brasileira não permite que a vítima julgue o próprio caso”, afirma Simonetti. O presidente da OAB acrescenta que o STF erra ao julgar pessoas sem foro especial. A Polícia Federal prendeu nesta sexta dois suspeitos de envolvimento em ameaças contra Moraes e seus familiares. Um dos presos é o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, sargento atualmente lotado no Comando da Marinha, segundo o Portal Transparência do governo federal. O outro é Oliverino de Oliveira Júnior. As prisões foram realizadas por ordem de Moraes em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas duas cidades. As medidas contra os suspeitos foram solicitadas pelo titular da Procuradoria-geral da República, Paulo Gonet, e determinadas pelo próprio Moraes. Segundo nota do ministro, o pedido da PGR diz que “o conteúdo das mensagens, com referências a ‘comunismo’ e ‘antipatriotismo’, evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito”. Segundo o órgão, foram apontadas “provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria”. Em entrevista ao jornal O Globo em janeiro, Moraes disse que as investigações dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 revelaram três planos para matá-lo. “O primeiro previa que as Forças Especiais do Exército me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, disse o ministro, à época. “E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, completou.
Por Guilherme Seto | Folhapress
MUNDO DA JUSTIÇA: ‘Ninguém está acima da lei’, diz campanha de Biden após veredicto contra Trump

A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira que o veredito contra Donald Trump divulgado pelo júri do julgamento criminal do ex-mandatário em Nova York mostra que “ninguém está acima da lei”. Em comunicado, a equipe de Biden afirmou que Trump, seu futuro rival nas eleições de novembro, “acreditou erroneamente” que não enfrentaria consequências por “violar a lei para seu benefício pessoal”, mas que hoje a realidade mostrou não ser o caso. Donald Trump foi condenado nesta quinta-feira (29) de falsificar registros comerciais para silenciar atriz pornô. Os 12 jurados – sete homens e cinco mulheres – do julgamento criminal decidiram que ele era culpado em consenso. Trump, que compareceu ao tribunal usando uma gravata azul e um broche com a bandeira americana.
Fora do tribunal, os apoiadores e críticos de Trump se envolveram, em alguns casos, em discussões aos gritos, mas sem violência, desde que o veredito foi divulgado. Os dois grupos estão separados por cercas. Trump sempre defendeu ser inocente e descreveu repetidamente esse processo como uma caça às bruxas que busca interferir em sua campanha para as eleições presidenciais de novembro, para a qual ele já é o virtual candidato republicano e enfrentará o atual presidente, o democrata Joe Biden.
O republicano, de 77 anos, se tornou o primeiro ex-presidente da história dos Estados Unidos a ser condenado em um processo criminal, assim como o primeiro candidato de um grande partido a concorrer à presidência enquanto condenado por um crime. O juiz Juan Merchan agradeceu ao júri, que deliberou sobre o caso por doze horas, pelo trabalho e atenção durante o mês e meio em que esteve longe da família e do trabalho. (JP)
MUNDO DA JUSTIÇA E DA POLÍTICA: A espera de decisão do júri, Trump se compara a Madre Teresa de Calcutá

Depois de dizer que é perseguido como Jesus Cristo, o ex-presidente Donald Trump se comparou nesta quarta-feira (29) à Madre Teresa de Calcutá. Logo após os jurados iniciarem o primeiro dia de deliberação no processo criminal contra ele – algo inédito para um presidente americano – ele se comparou à santa. “Madre Teresa não daria conta de vencer essas acusações. São acusações falsas. A coisa toda é falsa”, disse. Depois de semanas de testemunhos espalhafatosos descrevendo sexo, acordos com tabloides e alegações de uma conspiração que se estendeu até o Salão Oval da Casa Branca, um grupo de 12 nova-iorquinos deve decidir agora se condenará Trump. Nesta quarta, os jurados deliberaram por mais de quatro horas e foram dispensados após solicitarem partes do depoimento de duas testemunhas. O processo criminal – um dos quatro contra Trump, e provavelmente o único que será julgado antes da eleição de novembro – expôs o que os promotores do gabinete do procurador distrital de Manhattan descreveram como uma fraude ao povo americano e uma subversão da democracia.
Trump é alvo de 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais em conexão com um pagamento secreto de US$ 130 mil a uma ex-atriz pornô, Stormy Daniels, na véspera da eleição de 2016. Seu antigo advogado e faz-tudo, Michael Cohen, fez o pagamento e foi reembolsado por Trump, que ocultou a natureza do reembolso, segundo os promotores. Se condenado, Trump pode enfrentar uma pena que varia de liberdade condicional a 4 anos de prisão, incluindo serviços comunitários. Pode levar dias até que se chegue a um veredicto. Se o júri não conseguir chegar a uma conclusão unânime, mesmo após novas solicitações do juiz, o caso poderá terminar em anulação do julgamento.
Em Nova York, falsificar registros é uma contravenção, a menos que os documentos tenham sido falsificados para esconder outro crime. O outro crime, dizem os promotores, foi a violação por parte de Trump da lei eleitoral estadual que proibia conspirar para ajudar uma campanha política usando “meios ilegais” – um crime que ele teria cometido durante sua campanha para presidente em 2016.
Com informações do Estadão Conteúdo
ACONTECEU NO MUNDO: Donald Trump é considerado culpado nas 34 acusações sobre fraude fiscal

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi considerado culpado das 34 acusações de fraude contábil. O veredicto saiu nesta quinta-feira (30), em Nova York. Os 12 jurados – sete homens e cinco mulheres – chegaram a decisão em um consenso. Ele foi acusado de visar ocultar o pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem teria tido um romance no passado, para que ela não divulgasse um caso extraconjugal entre ambos, para proteger a sua candidatura presidencial em 2016. O veredicto transforma Trump no primeiro ex-presidente americano condenado criminalmente, mas não o impede de fazer campanha para um novo mandato na Presidência dos Estados Unidos. A decisão acontece a cinco meses das eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro, que, segundo as pesquisas, mostram o magnata na à frente de Joe Biden. Contudo, várias sondagens já indicaram que o eleitorado estaria mais resistente a apoiá-lo se ele fosse condenado.
Donald Trump classificou a condenação como uma de ‘desgraça’ e disse que o ‘veredicto real’ será divulgado em 5 de novembro, diz Trump, em alusão ao dia das eleições. Após ouvir a decisão, ele deixou o tribunal. O presidente da Câmara de Representantes, seguiu os mesmos passos do ex-mandatário e se posicionou contra a decisão do júri e disse que hoje foi um ‘dia vergonho’ na história dos Estados Unidos. Após o veredicto, a ação da Trump Media – controladora da rede social Truth Social – recuava 4,90% no after hours da Bolsa de Nova York
A sentença contra Trump será fixada em 11 de julho. As punições poderiam incluir o pagamento de multas, restituições ou até a prisão, a depender da evolução do caso. Trump deve recorrer ao julgamento, de acordo com a expectativa de múltiplos especialistas consultados pela imprensa americana. O juiz que presidiu o julgamento de Donald Trump agradeceu ao júri, nesta por seus serviços e por ter dado ao caso a “atenção que merecia”. “Vocês cumpriram uma tarefa difícil e estressante”, disse o juiz Juan Merchan, depois que o júri anunciou o veredicto, considerado o ex-presidente americano culpado de todas as 34 acusações de fraude em registros contábeis. “Vocês deram a esta questão a atenção que merecia”, acrescentou o magistrado. De acordo com a Jovem Pan, o presidente da Câmara de Representantes se posicionou contra a decisão do júri e disse que hoje foi um ‘dia vergonho’ na história dos Estados Unidos.
Brasileiro alega que cadeias do país ameaçam gays e escapa de extradição

Uma juíza britânica negou a extradição de um brasileiro foragido após o réu alegar correr risco nas prisões do Brasil por ser gay e também pelas ‘condições hostis’ desses lugares. Informações do UOL
Nicolas Gomes de Brito respondia por uma acusação de homicídio ocorrida em 2019 em Caratinga (MG). Após ser apontado como mandante, ele fugiu para o Reino Unido e foi preso pela Justiça britânica no dia 12 de abril de 2022.
Em julgamento em janeiro deste ano, a juíza Briony Clarke decidiu pela soltura de Nicolas e negou o pedido brasileiro de extradição. A solicitação foi feita pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no dia 8 de fevereiro de 2022 e Nicolas seria levado para uma prisão a 160km de Maceió, em Alagoas.
A defesa do réu apresentou um relatório de um especialista penitenciário argentino. O documento relatava condições precárias do sistema carcerário brasileiro, baseado em informações de órgãos nacionais e internacionais de direitos humanos: Má ventilação, falta de acesso a banho de sol, violência institucional e superlotação seriam algumas delas.
O especialista também dizia sobre a vulnerabilidade de prisioneiros LGBTQIA+ , como Nicolas, no Brasil. ”São duplamente vulneráveis porque sofrem nas condições vergonhosas nas prisões brasileiras, mas também porque sofrem a discriminação e a violência inerentes a suas orientações sexuais”, explicava.
O UOL teve acesso hoje à decisão britânica, que passou a repercutir esta semana na imprensa do Reino Unido. ”Há motivos substanciais para acreditar que o réu enfrentaria um risco real de ser submetido a tortura ou tratamento desumano, degradante ou punição se ele fosse extraditado”, justificou a juíza.
Um homem chamado William Pereira de Paiva foi morto baleado com cinco tiros. O réu, junto com um menor de idade, José Rimal, teria assassinado o rival do tráfico de drogas.
Segundo a investigação, José já teria vendido drogas em nome de William. No entanto, ele perdeu as substâncias químicas que lhe foram confiadas e mudou de lado, se aliando à Nicolas.
William teria encabeçado a tentativa de morte de um comparsa do réu. Lucas Ferreira Lima, conhecido como ”Boi”, foi baleado em um fuzilamento em 2018. Ele sobreviveu, mas ficou paraplégico. William foi preso por este crime e ficou detido entre 2018 e 2019, tendo sido morto dois dias depois de ser liberto da prisão.
Por Folhapress
MUNDO DA JUSTIÇA: ‘Dia triste para os EUA’, diz Trump antes das alegações finais em seu julgamento
Republicano é acusado de falsificação de registros comerciais; caso pode depender de os jurados acreditarem que o ex-presidente teve a intenção de fraudar, bem como ocultar outros crimes

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos declarou nesta terça-feira (28) que o processo penal no qual é réu “nunca deveria ter ocorrido” e descreveu esta terça-feira, o dia de alegações finais, como um “dia obscuro para os Estados Unidos”. “Hoje é um dia obscuro para os Estados Unidos. Este caso nunca deveria ter ocorrido”, afirmou Trump aos jornalistas ao chegar ao tribunal em Manhattan. “Veremos como transcorre. Esse é um dia muito perigoso para os Estados Unidos. É um dia muito triste”, acrescentou. Trump é acusado de falsificação de registros comerciais, e o julgamento criminal em Nova York entra na sua fase final após quase cinco semanas de audiência. As alegações finais, apresentadas nesta terça, devem durar todo o dia e podem se estender até quarta-feira (29). Depois de ambos os lados terem resumido os seus casos para o júri, o juiz que preside o caso, Juan Merchan, instruirá os jurados sobre a lei relevante antes de iniciarem as deliberações. O caso pode depender de os jurados acreditarem que Trump teve a intenção de fraudar, bem como ocultar outros crimes, nomeadamente leis eleitorais e violações fiscais. O republicano diz que é inocente.
Ao todo, o republicano, que vai concorrer às eleições presidenciais deste ano, enfrenta 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais para ocultar um pagamento de US$ 130 mil à estrela pornô Stormy Daniels na véspera da eleição de 2016 para mantê-la calada sobre um suposto caso. O principal advogado de defesa de Trump, Todd Blanche, já apresentou seus argumentos finais, centrando-se, sobretudo, na principal testemunha de acusação, Michael Cohen, funcionário de Trump na época da falsificação de registros. Blanche descreveu Cohen como “o maior mentiroso de todos os tempos” durante a argumentação. O advogado também declarou aos jurados que os promotores não provaram seu caso. Blanche descreveu Trump como uma vítima de conduta criminosa e encerrou dizendo aos jurados que o caso é um “veredicto de inocência muito, muito rápido e fácil”. Ainda nesta terça-feira, são esperados os argumentos finais do procurador Joshua Steinglass.

Cohen passou dias prestando depoimento e assegurou que o ex-mandatário aprovou o pagamento de US$ 130 mil à atriz com o objetivo de abafar o episódio em plena reta final da campanha eleitoral de 2016. O ex-advogado de Trump descreveu o republicano como “preocupado” com o fato de que histórias alegando sexo extraconjugal pudessem prejudicar sua imagem na campanha e disse que o então candidato o mandou suprimir as histórias. A defesa disse que Cohen “buscava fama” e estava desesperado “para contribuir para a condenação de Trump”.
O que pode acontecer com Trump?
Terminadas as alegações finais, Merchan passará aos jurados decisão de declarar o ex-presidente como culpado ou inocente. Se o júri não chegar a um consenso, o julgamento terá que ser realizado novamente. Para considerar um réu criminalmente culpado, a lei dos EUA exige que os jurados estejam convencidos além de uma dúvida razoável. Portanto, basta que apenas um dos jurados se recuse a condenar Donald Trump para dar a vitória à defesa. Caso seja declarado culpado, o ex-presidente pode ser preso. Porém, a definição da pena, que seria feita por Merchan, ocorreria somente mais adiante.
A falsificação de documentos contábeis é punida com até quatro anos no Estado de Nova York, mas os especialistas consideram improvável essa pena para alguém sem antecedentes criminais. O juiz pode considerar uma pena alternativa como o serviço comunitário ou uma multa. Seja qual for a decisão, Trump pode entrar com recurso e com isso evitaria a prisão. Mesmo causando um terremoto político, uma condenação no penal, que seria a primeira na história de um ex-presidente dos Estados Unidos, não o impediria de concorrer nas eleições de 5 de novembro.
Com informações do Estadão Conteúdo e JP
JUSTIÇA: Indiciados por ‘escândalo do Pix’ na Record BA movimentaram R$ 3,4 milhões, diz jornal
Em depoimento, suspeitos negaram crimes e disseram não ter participação no esquema

Dois jornalistas indiciados por suspeita de desviar doações que seriam destinadas a famílias vulneráveis na Bahia movimentaram em suas contas bancárias, entre saídas e entradas, cerca de R$ 3,4 milhões em menos de um ano. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O caso, que ficou conhecido como “escândalo do Pix”, é objeto de investigação pela Polícia Civil da Bahia há pouco mais de um ano e foi concluído em dezembro com o indiciamento de 12 pessoas. Entre eles estão um repórter do Balanço Geral, da Record TV Itapoan, um editor-chefe do programa.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público do estado, que solicitou novas diligências para coleta de provas. Em depoimento, ambos negaram tanto participação em crimes e quanto as ações descritas no documento.
Segundo apuração da Folha, em pouco menos de um ano, o repórter movimentou R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias, enquanto o editor registrou R$ 2,2 milhões entre saídas e entradas no mesmo período. Os valores foram considerados incompatíveis com a renda de ambos.
No inquérito, foi pedido um bloqueio de cerca de R$ 500 mil dos investigados, valor semelhante à estimativa de recursos que teriam sido desviados no esquema. O número foi revelado em reportagem publicada nesta quinta-feira (23) na revista Piauí e confirmado pela Folha.
Os dois jornalistas foram indiciados por suspeita dos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas variam entre 8 e 21 anos de prisão.
Dentre os demais indiciados estão um amigo ddo editor apontado como operador do esquema e pessoas que emprestaram suas chaves Pix para que fossem usadas no programa de TV.
Justiça Eleitoral volta a punir Lúcia Rocha por propaganda eleitoral antecipada

A pré-candidata a prefeita de Vitória da Conquista, Lúcia Rocha (MDB), foi alvo de mais uma ação do União Brasil, partido da prefeita Sheila Lemos, por suposta propaganda eleitoral antecipada.
Na nova ação, o União Brasil acusa o MDB de desvirtuar a propaganda partidária veiculada na televisão para promover a imagem da pré-candidata, o que configura propaganda eleitoral antecipada.
A propaganda traz Lúcia caminhando por bairros da cidade enquanto diz: “Luana está esperando Lorenzo. Flávio precisa sustentar a família. As crianças só querem brincar em uma pracinha. O que a vida deles tem a ver com o IPTU? Tudo! O IPTU é um imposto que a população paga para que a cidade e a vida das pessoas melhorem. Não é o que acontece hoje em Vitória da Conquista. O IPTU aumentou e a qualidade de vida não melhorou. Isso pode mudar. Dando atenção às pessoas, a gente faz uma grande cidade.”
O relator Pedro Rogério Castro Godinho considerou procedente a ação e determinou que o MDB remova a propaganda em até 24h, determinado multa de R$ 1.000 por cada descumprimento. A decisão cabe recurso.
A solicitação de que o MDB fosse punido em 5x o tempo da inserção nos próximos programas partidários, todavia, não foi acatada.
Confira a decisão na íntegra:
Bolsonaro recorre ao TSE para buscar reversão de inelegibilidade

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para buscar a reversão da inelegibilidade do ex-presidente e de seu candidato a vice em 2022, Walter Souza Braga Netto. Os advogados do ex-presidente querem que o TSE encaminhe o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido feito pela defesa de Bolsonaro, chamado de Recurso Extraordinário, precisa ser apresentado ao TSE, que deverá verificar se há requisitos para a sua tramitação, para assim remetê-lo ao Supremo. No início deste mês, todos os ministros do TSE rejeitaram um primeiro recurso apresentado pela defesa dos dois políticos para reverter a condenação e mantiveram a inelegibilidade dos políticos. Neste novo recurso, a defesa solicita que o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, encaminhe o pedido ao STF para que todos os ministros do tribunal decidam juntos. Os advogados defendem que não houve usurpação ilegal, para fins eleitorais e afirmou: “Não se pode admitir que (candidatos) sejam silenciados em suas campanhas”. Bolsonaro e Braga Netto foram declarados inelegíveis em junho do ano passado após serem condenados por abuso de poder político e econômico nas comemorações do bicentenário da Independência em 2022, na capital federal e no Rio de Janeiro. Por conta disso, os dois estão impedidos de disputar eleições até 2030.
À época, a maioria dos ministros do TSE concordou que Bolsonaro e Braga Netto transformaram os desfiles de 7 de setembro em palanque político na busca pela reeleição, custeados com dinheiro público e transmissão ao vivo da televisão estatal, às vésperas do primeiro turno da eleição. (BN)
Toffoli derruba todos os processos e investigações sobre Marcelo Odebrecht na Lava Jato

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta terça-feira (21), todos os processos e investigações contra o empresário Marcelo Odebrecht na Operação Lava Jato. A decisão afirma que houve “conluio processual” entre o ex-juiz Sérgio Moro e a força-tarefa de Curitiba e que os direitos do empresário foram violados nas investigações e ações penais. “O que poderia e deveria ter sido feito na forma da lei para combater a corrupção foi realizado de maneira clandestina e ilegal”, justificou Toffoli.
Ao declarar a “nulidade absoluta de todos os atos processuais” contra Marcelo Odebrecht na Lava Jato, o ministro determinou que os inquéritos e processos envolvendo o empresário sejam trancados. “Nota-se, portanto, um padrão de conduta de determinados procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato, bem como de certos magistrados que ignoraram o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e a própria institucionalidade para garantir seus objetivos pessoais e políticos, o que não se pode admitir em um Estado Democrático de Direito”, diz um trecho da decisão.
Réu confesso, Marcelo Odebrecht fechou acordo de colaboração com a força-tarefa de Curitiba e admitiu propinas a centenas de agentes públicos e políticos de diferentes partidos. Ele era presidente da construtora que leva o sobrenome da família quando a Lava Jato estourou em 2014 e prendeu os principais executivos do grupo. A defesa agora alega que o empresário foi forçado a assinar a delação.
Seus advogados usaram mensagens hackeadas da força-tarefa, obtidas na Operação Spoofing, que prendeu os responsáveis pela invasão ao Telegram dos procuradores, para recorrer ao STF. A defesa pediu a extensão da decisão que beneficiou o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua decisão, Toffoli afirma que as conversas revelam que Sergio Moro e os procuradores combinaram estratégias contra Marcelo Odebrecht.
“A prisão do requerente, a ameaça dirigida a seus familiares, a necessidade de desistência do direito de defesa como condição para obter a liberdade, a pressão retratada pelo advogado que assistiu o requerente naquela época e que o assiste atualmente estão fartamente demonstradas”, escreveu o ministro. “Fica clara a mistura da função de acusação com a de julgar, corroendo-se as bases do processo penal democrático.”
A decisão de Toffoli não afeta o acordo de delação, que continua válido, segundo o próprio ministro. Marcelo Odebrecht terminou de cumprir a pena da colaboração com a Lava Jato, por corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro, em 2023.