Por Olívia Coutinho
No evangelho que nos é apresentado neste Domingo, encontramos uma das passagens mais impactantes da vida de Jesus, quando Ele começa a revelar de forma mais clara o propósito de sua missão.
Jesus está a caminho dos povoados de Cesareia de Filipe, quando faz uma pergunta crucial aos seus discípulos: Quem dizem os homens que eu sou?”A resposta desta pergunta aparentemente simples, deixou Jesus insatisfeito, pois Ele pode constatar, que até então, o povo, apesar de gostar de ouvi-lo, não tinham clareza da sua identidade messiânica. Para alguns, Jesus era visto como João Batista, para outros Elias, ou um dos profetas. Contudo, quando Jesus pergunta diretamente aos discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro, representando o grupo responde: “Tu és o Messias”. No entanto, logo após essa declaração, Jesus começa a revelar algo que desconcerta os discípulos: o Filho do homem deveria sofrer, ser rejeitado, morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Esta revelação, é recebida com espanto por Pedro, que, ao repreender Jesus, revela sua incompreensão em relação ao plano de Deus. Jesus, aborrecido, percebe que nem mesmo Pedro que convivia diretamente com Ele, que participava diretamente do seu cotidiano, não tinha clareza do seu messianismo. Pedro, como tantos outros, esperava por um Messias triunfalista com poderes político, mas Jesus, vem redefinir o conceito de Messias entendido por ele. Ele não seria um libertador militar, mas o Servo Sofredor que venceria através do amor, do sacrifício e da cruz. A resposta de Jesus à Pedro: “Vai para trás de mim, Satanás! Porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens” é dura, mas necessária. Ela chama Pedro e também nós, a ajustarmos a nossa visão do Messias às perspectivas divinas…
Caminhando para o fim do evangelho, Jesus convida seus discípulos e a todos nós, a um seguimento radical: “Se alguém quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Aqui, Jesus propõe uma condição para o discipulado, que vai contra as expectativas de glória e poder. Seguir a Jesus, significa estar disposto a perder a própria vida por causa d’Ele e do Evangelho, pois é no aparente fracasso que se encontra a verdadeira vitória.
O texto nos convida a uma conversão profunda, a deixarmos para trás, as nossas ambições, nossos desejos egoístas, para abraçar a cruz de Jesus, e o caminho da doação. Devemos aprender a discernir a vontade de Deus, que nem sempre coincide com a lógica dos homens. Ao perdermos a vida, ditada pelo o mundo, ganhamos a vida verdadeira, que é a vida em Jesus…
Muitas vezes, professamos a nossa fé em Jesus, manifestamos o nosso desejo de segui-Lo, mas quando tomamos consciência de que neste seguimento, estará presente a cruz, tendemos a recuar, um sinal de que ainda não temos uma fé suficientemente madura para aceitarmos os desafios deste seguimento.
É pela fé que reconhecemos Jesus como o nosso Deus e Senhor, mas não basta reconhece-Lo como o nosso Deus e Senhor e nem ser somente um admirador de suas palavras, é preciso ir mais além, comprometer-se com Ele, testemunhá-Lo no nosso dia a dia…
DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho