O vírus SARS-CoV-2 pode estar presente nos espermatozoides de pacientes até 90 dias após a alta hospitalar e até 110 dias após a infecção inicial, reduzindo a qualidade do sêmen. A constatação foi feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Mesmo outros estudos já relatando uma maior agressividade da doença para o trato genital masculino em comparação a outros vírus e, até mesmo, detectado o SARS-CoV-2 na gônada masculina durante autópsias, o patógeno dificilmente é identificado em exames de PCR do sêmen humano. Segundo publicação da Agência Fapesp, foram analisadas no levantamento as amostras de sêmen de 13 pacientes infectados e que desenvolveram COVID-19 nas formas leve, moderada e grave atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC-FM-USP), com idade entre 21 e 50 anos, em um período de até 90 dias após a alta e 110 dias após o diagnóstico. Mesmo todos testando negativo para a presença do SARS-CoV-2 no teste de PCR do sêmen, o vírus foi identificado em espermatozóides de oito dos 11 (72,7%) pacientes com doença moderada a grave até 90 dias após a alta hospitalar. O vírus também foi identificado em um dos dois pacientes com COVID-19 leve. Com isso, dos 13 infectados, nove (69,2%) tiveram SARS-CoV-2 detectado de forma intracelular nos espermatozoides ejaculados. Outros dois pacientes apresentaram desarranjos ultraestruturais nos gametas semelhantes aos observados nos pacientes em que o vírus foi diagnosticado.
Vírus da Covid-19 pode permanecer no espermatozoide até 110 dias após contágio, diz pesquisadores
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