Os sacerdotes foram encontrados em estado de choque e com inúmeras marcas de espancamento
Karina Cabral@olivre.com.br
Imagem ilustrativa
Quatro padres e uma cuidadora foram mantidos em cárcere privado na noite dessa Sexta-feira Santa (10) em um seminário no Bairro Jardim Padre Paulo, em Cáceres (220 km de Cuiabá). Os sacerdotes foram espancados, torturados e violentamente ameaçados. Um deles sofre de mal de parkinson.
Barreira
A Polícia Militar chegou às vítimas após, primeiro, encontrar parte da quadrilha, que furou uma barreira de equipes do 6º Batalhão da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal, Força Tática, Delegacia Especial de Fronteira e da Agência Regional de Inteligência do 6º Comando Regional na BR-174. Eles estavam em uma Fiat Toro e em um Fiat Argo e assim que romperam a barreira passaram a ser seguidos por várias equipes policiais. Foi realizado outro bloqueio na rodovia, mas, mais uma vez, os suspeitos furaram e seguiram, a Toro sentido a Curvelândia (285 km de Cuiabá) e o Argo sentido a Porto Esperidião (320 km de Cuiabá).Os suspeitos que estavam na Fiat Toro abandonaram o carro e fugiram para uma região de mata. Já os do Argo perderam o controle do veículo e capotaram na entrada da Lagoa Azul.Nesse momento, ninguém foi preso. Mas, como os carros tinham placas de Cáceres, os policiais desconfiaram que poderiam ter vítimas em cárcere privado na cidade e foram até o endereço cadastrado no documento dos veículos: um seminário.
Prisão
Os policiais chegaram no seminário e ouviram gritos e choros. O local foi cercado e os suspeitos se renderam. Apenas um tentou fugir, mas logo foi detido. No mesmo terreno havia outra casa, onde outro ladrão mantinha uma mulher e um padre que sofre de mal de parkinson sob a mira de uma arma. Ao ver a polícia, o suspeito fugiu pelos fundos do terreno, entrando em uma região de mata. Na fuga ele deixou cair um celular e um boné. Mais tarde, a Agência Regional de Inteligência encontrou o motorista do Argo que havia tentado fugir. Ao todo, quatro pessoas foram presas, com idades entre 20 e 25 anos.
Violência
Após serem resgatadas, as vítimas contaram terem sido espancadas e torturadas. Os ladrões os fizeram passar os dados bancários e senhas de celular e aplicativos de banco. Os ladrões também disseram que os padres não podiam contar à polícia o que havia acontecido. Os sacerdotes foram encontrados em estado de choque e com inúmeras marcas de espancamento.