A Polícia Militar confirmou que cinco policiais militares estão entre os envolvidos no ataque ao assentamento localizado em Catu de Abrantes, no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, na madrugada deste sábado (20).
Moradores já haviam comentado a presença de policiais na ação, mas a presença dos militares só foi confirmada no final da tarde pela Polícia Militar, através de nota. Homens encapuzados invadiram o assentamento e derrubaram casas com tratores. No local, moravam cerca de 30 famílias.
Ainda de acordo com a PM, policiais foram acionados por volta de 01h15 deste sábado, após a denúncia de que vários carros com homens armados e encapuzados teriam invadido o acampamento e efetuado disparos de arma de fogo.
Além de derrubarem imóveis com uso de tratores, os suspeitos atearam fogo em utensílios domésticos com gasolina. Eles deixaram o local pela Via Metropolitana. Após perseguição policial, um comboio de veículos foi localizado pelos policiais, próximo da Praça de Pedágio, sentido Simões Filho.
Todos os suspeitos, incluindo cinco PMs, foram apresentados na 27ª Delegacia, em Itinga, em Lauro de Freitas. Em seguida, os policiais militares foram conduzidos para a Corregedoria-Geral da PMBA. A polícia não divulgou se os militares seguem presos.
Segundo os moradores, há uma especulação imobiliária para implantação de um condomínio de luxo no local. Eles relataram momentos de tensão após o ataque.
“Eles entraram nas casas e, quando a gente evadiu, eles saíram saqueando tudo. No caminho, quando eles se depararam com a viatura, saíram dispensando alguns móveis da gente. Foi uma agonia arretada, tocaram fogo nas casas e a gente correu para o mato”, disse um outro morador.
“Se a gente não acordasse rápido e saísse correndo, tinham derrubado por cima da gente”, finalizou. Segundo Davi Piedade, advogado das vítimas, as famílias moram no local há mais de cinco anos.
“Eles praticaram crime de furto, crime de homicídio, porque no momento em que eles chegam, durante a noite, invadem com máquina para derrubar casas com moradores que residem nesses locais, eles assumem risco de matar”, afirmou.