Uma nova variante do coronavírus, conhecida como XEC, foi identificada em território brasileiro, especificamente nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou a presença da variante em amostras coletadas de dois pacientes diagnosticados com covid-19 no mês de setembro. A XEC é uma derivação da variante Omicron, resultante de uma recombinação genética entre cepas que já circulavam. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a variante XEC na lista de variantes sob monitoramento no dia 24 de setembro. Essa decisão foi motivada por mutações que podem alterar o comportamento do vírus, além de indícios iniciais de uma possível “vantagem de crescimento”. Desde então, a variante se espalhou rapidamente por vários países, com mais de 2,4 mil sequências registradas na plataforma Gisaid até o dia 10 de outubro.
A virologista Paola Resende, do IOC, comentou que a variante XEC pode apresentar maior transmissibilidade, mas ainda é necessário avaliar seu comportamento específico no Brasil. A detecção da variante foi possível graças a um esforço de vigilância que ampliou o sequenciamento genético do Sars-CoV-2 no estado do Rio de Janeiro. Apesar da nova variante, a linhagem JN.1 permanece como a mais prevalente no país. Paola também destacou a importância de continuar o monitoramento genômico em todo o Brasil, a fim de entender melhor o impacto da variante XEC e identificar outras possíveis variantes. Ela sublinhou a relevância dos dados genômicos para a adaptação das vacinas contra a covid-19, enfatizando que essa vigilância é crucial para a saúde pública.