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SAÚDE: Especialistas dizem que gripe aviária ainda não e risco para humanos, mas estão em alerta

por Ornan Serapião
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Foto: CNA

Os Estados Unidos registraram um número recorde de gripe aviária em aves e mamíferos. Os casos estão sendo acompanhados de perto por cientistas. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na última semana que o risco para os seres humanos permanece baixo, mas acrescentou: “não podemos presumir que isso continuará sendo o caso”. Tal como acontece com o coronavírus que causa a Covid-19, que se acredita ter começado em animais antes de se espalhar para os humanos, alguns vírus de animais podem sofrer mutações, pular espécies para deixar os humanos doentes e se espalhar rapidamente pelo mundo. Os cientistas asseguram ao público que, com algumas raras exceções, o vírus não chegou aos humanos em uma escala grande o suficiente para desencadear um surto. A gripe aviária é um vírus influenza do tipo A que se originou em aves. A versão que está causando problemas predominantemente nas Américas e na Europa é chamada de H5N1. Existem vários subtipos, e os vírus da gripe aviária H5N1 comumente em circulação agora são geneticamente diferentes das versões anteriores do vírus, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Desde o fim de 2022, os cientistas detectaram esse vírus em mais de 100 espécies de aves selvagens como patos, gaivotas, gansos, falcões e corujas nos EUA. Globalmente, essa cepa do vírus existe há muito mais tempo, disse Richard Webby, pesquisador de doenças infecciosas do St. Jude Children’s Research Hospital em Memphis, Tennessee, e diretor do Centro Colaborador da OMS para Estudos sobre a Ecologia da Influenza em Animais e Aves. “Vimos uma espécie de tataravô do vírus no final dos anos 1990 no sudeste da Ásia e temos acompanhado sua evolução e mudança desde então”, disse Webby. Na década de 2000, ele se espalhou para partes da Europa e da África e depois foi levado para o resto do mundo por meio de aves migratórias infectadas. Chegou às Américas mais recentemente. A primeira infecção com esta versão do vírus foi relatada em aves selvagens nos EUA em janeiro de 2022, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção dos EUA, na sigla em inglês) –órgão que corresponde à Anvisa no Brasil. No mês seguinte, o Departamento de Agricultura dos EUA anunciou um surto entre perus em uma instalação comercial. A gripe aviária pode se espalhar para pássaros canoros, mas aqueles que normalmente se reúnem em comedouros – como cardeais, pardais ou gaios-azuis – e aqueles que você pode ver na rua como pombos ou corvos normalmente não carregam vírus da gripe aviária que ser uma ameaça para os seres humanos, de acordo com o CDC. Patos e gansos podem transmitir o vírus sem parecer doente. As aves domésticas nem sempre têm tanta sorte. Até quarta-feira (15), 6.111 casos foram detectados em aves selvagens em todos os 50 estados, diz o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês). O vírus afetou mais de 58,3 milhões de aves em 47 estados, de acordo com o CDC. O grande volume de casos significa que o vírus tem mais chances de se espalhar para outras espécies, dizem os especialistas. Houve menos de 10 casos conhecidos de gripe aviária em humanos desde dezembro de 2021, e nenhum veio da transmissão de humano para humano, diz o CDC. O caso mais recente nos EUA foi em uma pessoa no Colorado que ficou doente depois de abater aves infectadas em abril. A pessoa relatou estar cansada por alguns dias. Eles foram isolados e tratados com um antiviral, de acordo com o CDC.

(BN)

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