Em tempos remotos, quando o pó das estradas ainda se levantava ao passo de sandálias e as vozes das multidões entoavam esperanças e súplicas, havia um Mestre cuja jornada transcendeu as fronteiras do visível. As histórias ressoam através dos séculos, sussurrando verdades eternas sobre a essência da fé.
Num encontro divino, uma mulher, marcada pelo estigma do pecado, encontrou-se aos pés do Salvador. Com lágrimas que fluíam como um rio de arrependimento e gratidão, ungiu seus pés. O Mestre, olhando além do que os olhos podiam ver, reconheceu a substância invisível que a movia: sua fé. E nesta fé, ela encontrou não apenas perdão, mas uma paz que transcende toda compreensão.
E então, em meio ao tumulto e ao desespero, outra mulher emergiu, carregando em seu corpo o fardo de anos de enfermidade. A multidão era uma barreira, mas sua determinação era inabalável. Ao tocar a orla do manto de Jesus, ela tocou o coração da fé. “Filha”, Ele proclamou, “sua fé te restaurou; segue em paz.” A cura fluiu não apenas para o seu corpo, mas para a sua alma, libertando-a para uma vida de plenitude.
Numa demonstração de audácia que transcendeu as barreiras culturais, uma mãe gentia se ajoelhou diante da autoridade celestial, implorando pela cura de sua filha. Ela, uma estrangeira, clamou com uma fé que não conhecia fronteiras. O Mestre viu nela a grandeza de uma confiança inabalável e proferiu palavras que reverberaram como um eco de esperança: “Ó mulher, tua fé é grande! Seja feito conforme desejas.”
Não eram as riquezas nem a fama que moviam o coração do Divino, mas sim a fé – essa força invisível e poderosa que nos permite transcender as circunstâncias adversas. Porque pela fé, não somos definidos pelo que nos acontece, mas sim pelo que já foi conquistado na cruz. Pela fé, somos convidados a viver não apenas no âmbito do que é visto, mas a alcançar o invisível, a eternidade tecida no agora, a vitória que já nos foi outorgada.
*SARA MACEDO é escritora, poetisa e colaboradora deste site.