(Foto: Bruno Wendel/CORREIO)
Morto durante um assalto na Barra, o funcionário aposentado da Petrobras Neoquias Albuquerque Viana, 63 anos, foi enterrado na manhã desta terça-feira (10) no cemitério do Campo Santo, na Federação. Um dos filhos do idoso, o advogado Leonardo de Aguiar Viana, 36 anos, desabafou: “Meu pai não reagiu, era uma pessoa tranquila. Foi um ato covarde”. Neoquias foi assassinado com um tiro no rosto na noite desse domingo (8). Ele estava com a namorada, uma enfermeira identificada apenas como Carla, de 35 anos, quando foram abordados por um homem armado. Após baleá-lo no rosto, o bandido fugiu com o celular dele e a bolsa da companheira. O latrocínio (roubo seguido de morte) é investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), unidade do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A apuração é coordenada pela delegada Milena Calmon. O velório de Neoquias iniciou às 10h30 na sala 3 do Campo Santo. Cerca de 100 pessoas compareceram à cerimônia. Apesar de abalado, o filho Leonardo falou com a imprensa. Ele disse que as informações de que tem conhecimento foram fruto das declarações de Carla à polícia. Também comentou porque o bandido poderia ter confundido o pai dele com um policial, como narrou Carla no depoimento.“Não faço ideia. Talvez pela aparência dele? A namorada dele disse que o bandido falou: ‘Esse cara é polícia, é polícia’ e depois atirou. Mas para ele levantar essa hipótese, deveria ter alguma coisa em meu pai que o fizesse o bandido pensar de tal forma. Talvez o fato de meu pai no dia usar camisa polo, calça jeans, cabelo raspado, era forte para idade dele. Meu pai corria 10 quilômetros todos os dias e ainda malhava. Raramente ficava doente”, explicou. Leonardo aproveitou o momento para esclarecer algumas informações que foram divulgadas de forma errada. “Ele tinha uma sociedade de um restaurante em Pituaçu com um irmão, mas era só no nome, por isso que foi divulgado que ele era empresário. De fato, nunca foi. Ele se aposentou na Petrobras, onde sempre trabalhou. Mesmo depois de aposentado, ele manteve ligação com estatal trabalhando com planejamento numa empresa terceirizada”, acrescentou.A namorada da vítima, Carla, era esperada no velório. “Ela não veio. Ainda não nos falamos. Eles namoravam há mais de dois anos e todos nós da família dele éramos cientes. Ela dormia no apartamento dele vez e outra, saíam juntos, uma relação de casal mesmo. Ele fazia questão dela nas festas familiares, como Natal, Ano Novo, mas ela sempre não podia”, disse Leonardo, que vive em Lauro de Freitas. A outra filha de Neoquias é psicóloga e reside em Sergipe. A família quer justiça. “Pegou a gente de surpresa. A gente acredita que isso só acontece em outras famílias. Foi algo muito trágico. O criminoso tem que pagar pelo o que fez. A família acredita no trabalho da polícia e que tão logo quem fez isso com Neoquias irá pagar”, declarou o irmão da vítima, Nilson Albuquerque Viana. (CORREIO)