A varejista Americanas informou ao mercado nesta segunda-feira (27) que fez um acordo junto a credores para dar início a um plano que prevê a capitalização de R$ 24 bilhões que será feito com um aporte dos acionistas e com a conversão de dívida.
O Plan Support Agreement (PSA) prevê que R$ 12 bilhões serão aportados por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os donos da empresa. O restante será obtido mediante capitalização de créditos detidos contra a companhia pelos credores.
A Americanas informa que para cada três ações emitidas, será conferido bônus de subscrição como vantagem adicional, cujo preço de exercício será de R$0,01.
Segundo a varejista, o acordo foi firmado junto a credores que detém mais de 35% da dívida da empresa e excluindo os créditos intercompany. Entre eles, estão Bradesco, Santander, BTG Pactual e Itaú Unibanco.
Também foi informado que “outros credores que têm participado das negociações recentes já indicaram interesse, de forma não-vinculante, em apoiar o pedido de recuperação judicial” e estão “conduzindo processos internos de aprovação para aderirem e se vincularem ao PSA”.
A expectativa é de que o PSA tenha adesão de mais de 50% dos credores até a realização da Assembleia Geral de Credores, marcada para o dia 19 de dezembro.
A varejista espera que sua dívida bruta caia para R$ 1,87 bilhão. No total, a Americanas tem R$ 42,5 bilhões em dívidas.
Em seu plano, a prioridade é o pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista e em cota única. Além disso informou que tem alternativas especiais para os credores fornecedores da classe 3.
Serão reservados R$ 8,7 bilhões para pagamento de credores financeiros, através de leilão reverso (R$ 2 bilhões) ou pagamento antecipado de créditos com desconto (R$ 6,7 bilhões).
Em nota, o CEO da Americanas, Leonardo Coelho, disse que o acordo “é um marco importante do processo de recuperação judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a meta de emergir como uma empresa mais forte, mais competitiva, preservando a importante atividade econômica que representa e os milhares de empregos diretos e indiretos gerados em todo o país”.
Avaliada em R$ 992 milhões, a companhia já perdeu mais de 99% de seu valor de mercado.