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REVISTA A VERDADE: PERDAS E GANHOS

por Ornan Serapião
35 minutos para ler

Recuo estratégico? Jogada de mestre? Após as manifestações históricas e a Carta à Nação, a Verdade reúne depoimentos de parlamentares, jornalistas e advogados sobre o que esperar daqui para a frente e até onde vai a suposta pacificação do Brasil

Bolsonaro nas manifestações na Avenida Paulista – Reprodução internet

Talvez a melhor análise dos atos de 7 de setembro, citando mais especificamente os dois em que o presidente Jair Bolsonaro esteve presente, em Brasília e em São Paulo, tenha sido feito pelo escritor e jornalista Paulo Briguet, em sua coluna no site Brasil Sem Medo

https://brasilsemmedo.com/bolsonaro-entre-a-guerra-e-o-perdao/

Briguet não entrou em detalhes que serão explorados aqui nesta matéria, como números de pessoas presentes, o teor da fala de Bolsonaro, as distorções e ataques da velha mídia e dos adversários políticos e de membros do judiciário. Ele foi direto ao ponto e descreveu, brilhantemente, o último gesto do presidente da República.

A Carta à Nação, a mesma levada a público na quinta-feira (9), em que Jair Bolsonaro esclarece que jamais quis ofender pessoas e que o teor de suas falas representavam o calor do momento e a necessidade de levar a mensagem aos milhares que estavam nas ruas para ouvi-lo.

Um ato, segundo o jornalista, que retrata exatamente o que o país mais precisava naquele momento, 48 horas depois do 7 de setembro, em uma crescente tensão e que, em função a resposta dos caminhoneiros, paralisando estradas e vias importantes, poderia levar à tão falada e temida distensão.

O jornalista fez a seguinte reflexão sobre a atitude do presidente:

“A carta assinada por Bolsonaro e publicada na última quinta-feira foi seguramente uma decepção para quem esperava um gesto de força do presidente. Confesso que, nas primeiras horas, eu mesmo fiquei revoltado com as suas palavras. Mas a passagem dos anos e o acúmulo de decepções trouxeram-me um benefício: a capacidade de respirar fundo e pensar duas vezes nesses momentos cruciais. Depois de dormir com o problema, despertei hoje com a imagem do perdão diante de mim. Será mesmo necessário mergulhar o país no caos e no sofrimento para recuperar nossa dignidade perdida? É preciso lavar com sangue as feridas que já doem tanto? O que Deus espera de nós enquanto povo: a cabeça de um homem espetada na ponta de uma lança?”, questionou.

Para entender como ele chegou a esta opinião, entretanto, é preciso relembrar os fatos, com o olhar jornalístico, noticiando como foi o 7 de setembro e seus desenlaces, até o ponto “do gesto de perdão” de Bolsonaro.

Manifestações em Brasília – Reprodução internet

Foram semanas de preparação e organização para os atos que ocorreram em todas as capitais do país e em centenas de cidades. As redes sociais, como sempre, foram o caminho para que o movimento tomasse corpo e se tornasse aquele que talvez tenha sido o maior movimento popular espontâneo, sem qualquer impulso ou interesse financeiro, político ou eleitoral, em apoio a um presidente da República, na história do Brasil.

Na tarde da segunda-feira, dia 6 de setembro, véspera do feriado de independência, a data dos atos, Brasília vivia um fenômeno jamais visto. Centenas, ou talvez milhares, de patriotas já ocupavam a Esplanada dos Ministérios, vestidos de verde e amarelo, com bandeiras e faixas. Carros e caminhões ocuparam todas as faixas da larga avenida central da capital do país e viraram a madrugada. No meio da manhã, quando o presidente falou, já teriam circulado pelo local, pelo menos 400 mil apoiadores, segundo dados oficiais da polícia militar do Distrito Federal, números que foram diminuídos em cerca de um dígito pela mídia tradicional, quando divulgados em suas reportagens.

A fala de Bolsonaro foi exatamente o que se esperava e talvez tenha sido o discurso mais impactante do presidente, desde a sua posse, em janeiro de 2018, direcionada ao Supremo Tribunal Federal (STF):

“Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica no âmbito dos três poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos mais aceitar prisões políticas no nosso Brasil. Ou o presidente deste poder enquadra o seu ou este poder, pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República”.

E indicou que os que não respeitassem as regras do jogo, teria que fazer uma escolha:

“Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição… Quem age fora dela se enquadra ou pede pra sair… a partir de hoje, uma nova história começa a ser escrita no nosso Brasil”.

O momento de maior tensão, entretanto, foi o ultimato do presidente aos que insistirem em desrespeitar os direitos do povo brasileiro:

“Não são fáceis as decisões, não escolho o lado do conforto, sempre estou ao lado do povo brasileiro… É um comunicado, é um ultimato para todos que estão na Praça dos Três Poderes… cada um de nós deve ser curvar perante à Constituição Federal”.

Reprodução internet

Estava claro que o recado principal era dado ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, ainda que seu nome ainda não tivesse sido citado abertamente, pois Bolsonaro citou os inquéritos abertos de ofício por Moraes, as prisões de jornalistas e apoiadores do governo, a perseguição aos veículos de mídia, jornalistas e youtubers conservadores.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32702/no-discurso-impactante-que-estremeceu-brasili…

Horas depois, em São Paulo, Jair Bolsonaro voltou a fazer o discurso de Brasília. Lembrou dos lockdowns que proibiram pessoas de trabalhar e tocar a vida normalmente, comparando-os a regimes ditatoriais impostos por governadores e prefeitos, sob a caneta do Supremo:

“Tinha que esperar um pouco mais de modo que a população aos poucos ou cada vez mais fosse se conscientizando do que é um regime ditatorial… chegou o momento de nós dizermos a essas pessoas que abusam da força do poder para nos subjugar”, ressaltou.

Tocou na ferida que mais incomoda o Tribunal Superior Eleitoral (TSE):

“Não podemos admitir um sistema eleitoral que não oferece qualquer segurança. Não é uma pessoa do Tribunal Superior Eleitoral que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável. Não podemos admitir um ministro do Tribunal Superior Eleitoral também usando a sua caneta para desmonetizar páginas que criticam esse sistema de votação”…

E, mais direto, citou Moraes, sem meias palavras:

“Não podemos admitir que uma pessoa na Praça dos Três Poderes queira fazer valer a sua vontade, inventar inquéritos, suprimir a liberdade da expressão… temos um ministro do Supremo que ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair… Tem tempo ainda para arquivar seus inquéritos. Ou melhor, acabou o tempo dele. Sai, Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha”, disse o presidente.

Com o ‘gás vazando há meses”, era a faísca que faltava para a velha mídia incendiar suas páginas eletrônicas, e os atos, absurdamente chamados de antidemocráticos, agora eram o próprio “golpe de Bolsonaro em curso”.

No dia 8 de setembro, o presidente era recebido com festa por apoiadores na porta do Palácio do Alvorada. Havia uma grande expectativa no ar. Qual seria o próximo passo, como reagiriam os citados? Qual seria a resposta das instituições?

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32710/o-dia-seguinte-o-povo-nao-arredou-o-pe-de-bra…

O presidente do STF, Luiz Fux foi incisivo, mas manteve a formalidade e o mesmo tom de respostas anteriores, porém, pela primeira vez, demonstrando que temia ‘o tal possível golpe’.

Reprodução internet

“Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança. No exercício de seu papel, o Supremo Tribunal Federal não se cansará de pregar fidelidade à Constituição e, ao assim proceder, esta Corte reafirmará, ao longo de sua perene existência, o seu necessário compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com o respeito aos poderes e às instituições deste país”, disse Fux, exaltado e claramente contagiado pelas notícias e pelas lideranças de oposição, que nas últimas 24 horas haviam lançado centenas de mensagens e vídeos afirmando que Bolsonaro estaria tentando fechar as instituições e que era preciso iniciar imediatamente a análise de um processo de impeachment.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32705/ao-vivo-stf-finalmente-se-manifesta-veja-o-vi…

Barroso foi mais incisivo e chamou Bolsonaro de mentiroso, seguindo com os ataques nos dias seguintes, de forma irônica, como em um post que fez em suas redes sociais, na sexta-feira (10)

“DICAS DA SEMANA”

– Um livro: Minhas histórias dos outros, Zuenir Ventura

– Um pensamento: “Cada época tem o seu próprio fascismo”. Primo Levi

– Uma música: Paixão de um homem (A carta), Waldick Soriano.

A provocação de Bolsonaro, entretanto, atraiu também o apoio de lideranças importantes, como o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira, que disse que decisões emitidas pelo STF e órgãos judiciais devem ser cumpridas, mas que não as inconstitucionais, devendo as mesmas serem contestadas na mesma justiça, que deve, também, observar as leis.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32758/o-momento-em-que-lira-rebateu-o-discurso-de-l…

Mas o dia 8 ficou marcado principalmente pela atuação dos caminhoneiros, que tinham comparecido em massa no ato do dia anterior. Muitos optaram por permanecer nas Esplanada dos Ministérios, que teve que ser mantida bloqueada pela polícia militar. A pauta seguia a mesma, com o foco direto nos desmandos do STF e a exigência de que parte deles, ou mesmo todos os ministros da Corte se demitissem.

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A pressão cresceu na medida em que a categoria resolveu seguir o roteiro pré-determinado pelas lideranças, entre eles Zé Trovão, com ordem de prisão em vigor e, segundo fontes da polícia federal, já fora do Brasil, enviando, do México, diversas mensagens em áudio e vídeo pelas redes sociais.

Em poucas horas, o que começou com o fechamento de uma rodovia em Santa Catarina, já atingia os quatro cantos do país e as principais capitais.

A população passou a apoiar os caminhoneiros e viram, na atitude, uma resposta objetiva e fiel ao que Bolsonaro tinha em mente. Mas logo, veriam que estavam equivocados. O risco de paralisação da economia, justamente após um momento difícil, com o país ainda se recuperando de meses de um lockdown forçado em função do vírus chinês, fez o dólar disparar, as bolsas caírem e até o fantasma do desabastecimento dar as caras.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32713/urgente-movimento-de-caminhoneiros-cresce-ass…

A solução veio pelas mãos do próprio presidente, que gravou um áudio pedindo o desbloqueio das estradas e a volta ao trabalho imediatamente, considerando que um desabastecimento, neste momento, atingiria justamente as classes mais baixas, dependentes de alimentos mais baratos.

Distante, Zé Trovão preferia manter a ordem contrária e incitava os caminhoneiros a permanecerem nos bloqueios, desta vez, sem citar Bolsonaro, e mantendo exclusivamente a pauta contra o Supremo. A categoria, entretanto, percebeu a gravidade do momento e entendeu que Bolsonaro tinha razão. Poucas horas após o pedido, a maior parte das vias estava livre e tudo voltava à normalidade.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32735/urgente-apos-pedido-de-bolsonaro-prf-agiliza-…

Entre parte dos apoiadores do governo, entretanto, o direcionamento dado pelo presidente à crise que se instalava, levantou dúvidas. Não era justamente este o intuito de 7 de setembro? O presidente não iniciaria a partir daí as mudanças necessárias para o país, ainda que se impondo “fora das quatro linhas” exatamente como faziam seus adversários e impondo a eles a mesma moeda?

A reação dos que acreditavam no confronto como única solução é retratada como uma característica de setores da política, mais especificamente a esquerda ou os progressistas, como também são chamados, que, ao longo da história, desde os primórdios, veem no confronto, no ódio e na vingança a solução para todos os problemas, até mesmo quando eles não existem, como relata o jornalista Paulo Briguet. E é a partir deste ponto que a resposta de Bolsonaro aos caminhoneiros, bem como o passo seguinte, demonstra a diferença entre o presidente e seus adversários.

Reprodução internet

E pensando nessa linha de ação, ouvindo conselhos de alguns e preferindo não seguir o de outros, Bolsonaro dava um dos passos mais importantes de sua luta pela liberdade, não confrontando, mas buscando o diálogo, ainda que por desvios inesperados, para “desarmar” seus adversários. Assim, Michel Temer, o ex-presidente que havia lhe passado a faixa, mas também o responsável pela indicação de Alexandre de Moraes ao STF, foi chamado ao Palácio do Planalto. O objetivo, fazer do criador, um interlocutor com a criatura, tornando, assim, impossível a recusa de uma conversa franca, o que acabou ocorrendo por telefone, segundo informações passadas pela própria assessoria de comunicação presidencial.

Um acordo estaria sendo feito e, dele, saiu a inesperada Nota à Nação, citada no início desta matéria, e que pode ser lida na íntegra neste link de reportagem do Jornal da Cidade Online.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32736/bolsonaro-divulga-carta-a-nacao?fbclid=IwAR0H…

De forma resumida, Bolsonaro disse que não teve intenção de ofender os representantes das instituições individualmente, ou seja, de forma pessoal. Ressaltou que permaneceria jogando “dentro das quatro linhas”, mas reiterou que insistiria em manter sua posição de que todos deveriam respeitar não apenas as instituições, bem como a própria Constituição, que serviria da mesma forma a todos.

Oposição e, claro, grande mídia fizeram um verdadeiro estardalhaço sobre o conteúdo da carta, se apegando, entretanto, somente aos pontos que lhes interessavam. “Bolsonaro havia recuado… Bolsonaro havia se acovardado… Bolsonaro estaria desesperado buscando evitar o impeachment…

Narrativas que não se sustentavam, mas que levantaram verdadeira nuvem de preocupação sobre a base de eleitores e mesmo sobre muitos dos que haviam ido às ruas em 7 de setembro. Nas redes sociais, muitos acusaram o presidente de “ter cedido ao sistema” ou de ser “traidor” ou “apenas mais um político como os outros, apegado ao poder a qualquer custo”.

O jornalista Augusto Nunes foi mais longe e mostrou o quanto a presença de Temer era necessária em Brasília, e não uma “fraqueza” de Bolsonaro, que buscava apoio desesperado, com alguns quiseram impor:

Também de forma resumida, Nunes deu uma verdadeira lição sobre adestramento, ao dar a entender que todo cão tem um dono e ao dono obedece. Assim, Moraes, até então indomável, dono do canil, atacando e mordendo todos à sua volta, precisava voltar ao lugar que lhe era de direito. “Se o cachorro te morde, você vai falar com o dono e não com o cão”, disse Augusto Nunes.

https://noticias.r7.com/jr-na-tv/videos/augusto-nunes-brasil-deve-receber-carta-de-bolsonaro-com-ali…

Para o jornalista Rafael Fontana, existe um grande acordo costurado entre alguns parlamentares, tribunais, ministério público e veículos de comunicação com a finalidade de expurgar do Planalto o primeiro ocupante a não se sujeitar a um sistema corrupto construído ao longo de 30 anos no Brasil.

“Para sustentar suas decisões inconstitucionais, a corte máxima do país precisa do apoio midiático, e esta atua como o braço da propaganda de um judiciário pernicioso. Rotular apoiadores do presidente como “antidemocráticos” é uma narrativa falsa, constrangedora de tão ridícula, mas tanto membros do judiciário quanto jornalistas já perderam quaisquer pudores.

A velha mídia, formada por grifes antigas da imprensa, deixou de pertencer a comunicadores históricos, como Frias, Mesquita, Marinho e Civita, para servir às ordens de bancos, financeiras, construtoras ou criminosos já condenados, como o ex-senador Luís Estevão, dono do portal Metrópoles.

A nota do presidente, por sua vez, vinda pouco depois de manifestações populares maciças em seu favor, deverá ser apreciada ao longo das próximas semanas. Apoiado pela sociedade e pelas Forças Armadas, o Planalto tem hoje condições de agir para manter a ordem institucional ou, caso necessário, se impor sobre os demais Poderes, totalmente alijados de suporte popular”, frisou.

No Sete de Setembro, tivemos uma demonstração inequívoca de solidariedade e apoio às bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Milhões de brasileiros foram às ruas, com as suas famílias, pacificamente, para demonstrar apoio ao nosso presidente nas suas teses, nos valores da família e contra o ativismo político do Judiciário.

Para o deputado federal Ricardo Barros, as manifestações foram totalmente democráticas, já que o presidente Bolsonaro e os seus apoiadores querem, simplesmente, ter a liberdade de opinião, a liberdade de expressão.

“Foi esse o pleito daquelas milhares e milhares de pessoas que se apresentaram às ruas de forma pacífica, com a Bandeira Nacional nas mãos. Queremos apenas que as atribuições e competências exclusivas de cada Poder sejam respeitadas. Isso vai pacificar o nosso País, e não é tão difícil chegarmos a este termo, para que o Brasil avance e os brasileiros tenham o País que merecem – próspero, desenvolvido, e em paz, como todos nós desejamos”, destacou.

Reprodução internet

A primeira resposta do acordo sobre o qual pouco se sabe, veio com a revogação da prisão do jornalista Oswaldo Eustáquio, que, naquele momento, já se sabia, estava ao lado de Zé Trovão, ambos foragidos, no México.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32760/urgente-acaba-de-ser-revogada-a-prisao-de-osw…

O líder caminhoneiro, perspicaz, também logo percebeu a grandeza da atitude de Bolsonaro, que acabava de fazer uma jogada de mestre no tabuleiro de xadrez de Brasília:

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32765/ze-trovao-bolsonaro-e-um-dos-maiores-estadist…

“O Bolsonaro fez algo que nenhum outro presidente faria. Ele colocou a sua reputação e a sua imagem de lado para manter a ordem e a democracia no Brasil. O que ele fez foi brilhante. Ele é um dos maiores estadistas do planeta”.

Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência Social, também comentou sobre a carta:

“Eles falavam em golpe, mas se decepcionaram”, disse Onyx, demonstrando que não haveria mais um único argumento contra o governo.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32749/onyx-escancara-decepcao-da-esquerdalha-apos-n…

A análise do mestre em ciência política e articulista do JCO, Alex Fiúza de Mello, esclarece ainda mais profundamente os fatos:

“Num primeiro momento, a contar da Nota Oficial (de 9/9) do Presidente da República, o sentimento primário, ao calor das emoções, é o da capitulação do “capitão” perante o sistema oligárquico dominante – o tradicional “mecanismo” –, sugerindo ora a sua fraqueza… ora a traição às expectativas populares que lhe foram delegadas… Este será o enredo sustentado por seus adversários de plantão, ávidos da perda de sua popularidade e indesejável ascendência… submissão, capitulação – ou estratagema, astúcia? Um passo atrás, em mira de dois mais à frente – ou recuo irremediável, com tempero de rendição? Eis a questão! Somente os fatos – e não as narrativas – elucidarão, muito em breve, a verdade enredada em tão intrincado e ambíguo imbróglio, colocando os pingos nos is”.

https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/32783/e-agora-suspende-se-a-ditadura-preventiva?fbc…

Para o deputado federal Major Vitor Hugo, o presidente fez um gesto de grandeza ao pensar nos mais pobres e iniciar a pacificação do País.

“A oposição, a esquerda, uma parte da imprensa e todos os demais descontentes nos acusavam de sermos antidemocráticos, mas parecem ter ficado desnorteados com o fato de que nossas manifestações foram pacíficas e ordeiras e, ainda mais, com a nota do Presidente, que quebrou as narrativas deles de ataques às instituições. Jair Bolsonaro sempre disse que jogaria dentro das quatro linhas e assim está fazendo. A baixíssima adesão às manifestações da esquerda, convocadas pelos que se opõem a JB, mostram que o presidente tem acertado e que a oposição encontra-se desorganizada e perdida”, analisou.

Crédito: Jorge Serrão

Mas ainda com todas as explicações e análises e os devidos esclarecimentos sobre o 7 de setembro e suas históricas consequências, é impossível acordar, todas as manhãs e não perguntar: E agora, como ficará o Brasil? Bolsonaro vai recuar a ponto de não mais cobrar os demais poderes sobre o que discorda e considera inconstitucional ou mesmo ruim para o povo, independente da legalidade? O povo, representado por milhões que apoiam o presidente e o querem por mais quatro anos no Palácio do Planalto, deve temer? Aquele a quem chamam de ‘mito’, em quem colocaram toda sua confiança e esperança de dias melhores vai “ceder ao sistema”, como dizem alguns?

A resposta é não. Jair Bolsonaro continuará sendo o mesmo e, a qualquer momento, podem ter certeza, vai bater de frente, falar com frases duras. Se o STF o atacar ou mesmo sua base de apoio, de forma injusta, ele certamente vai rebater. Bolsonaro não abandonará suas cobranças sobre liberdade e nem tampouco vai se calar diante de “projetos de ditadores” em estados e municípios. O presidente, certamente ainda vai continuar se posicionando sobre medicamentos, vacinas, preço de combustível, impostos e etc.

A corda, com certeza, “permanecerá esticada”, pois este é o estilo dele de governar. Bolsonaro é militar, criado dentro destes parâmetros mais rígidos. E, portanto, para compreender melhor, como seguiremos daqui pra diante, ninguém melhor do que aquele que podemos considerar “o braço direito”, talvez o confidente do presidente da República, o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno:

“Não podemos desistir do Brasil, alguns fatos deixaram muito de nós desanimados. A esquerda, apesar de sua passagem desastrosa pelo poder, segue unida e querendo voltar. Ela levou um duro revés ao descobrir que o presidente Bolsonaro não tinha qualquer intenção de dar o golpe. Ele tem um extraordinário senso político. Discordei dele algumas vezes e depois descobri que eu estava errado. Ele quer um país que preserve as liberdades individuais, as instituições nacionais, a independência e a harmonia entre os poderes, a paz e a democracia. Vamos completar mil dias de governo sem nenhum escândalo de corrupção e com inúmeras entregas. Temos tudo que precisamos para construir uma sociedade livre, próspera e feliz. Vamos em frente, unidos e confiantes. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!”, ressaltou.

Para a advogada Flavia Ferronato, o 7 de setembro mostrou que o presidente Bolsonaro é a voz da grande maioria da população brasileira. E isso é democracia.

“Hoje a gente vê as manifestações da chamada oposição que não tem cinco mil pessoas na Avenida Paulista contrário ao presidente e, isso, inclusive deixou o presidente confortável em escrever uma carta reiterando sua posição apesar de muitas vezes no calor da emoção ele falar palavras mais fortes, mas no jogo democrático, o único que está realmente respeitando a democracia e as quatro linhas da Constituição é o Poder Executivo.

A gente vê o Poder Legislativo muitas vezes flertando com atos inconstitucionais quando você vê, por exemplo, uma CPI da pandemia, quebrando os sigilos de advogados no exercício do seu direito ou mesmo de jornalistas que tem sigilo da fonte ou vazando coisas sigilosas para imprensa, até um poder judiciário, representado pelo STF, com inquéritos que flertam também ao sair das quatro linhas e manifestações políticas que não poderiam ser feitas por ministros do STF”, apontou.

Já para Mateus Coimbra, tenente do Exército e deputado estadual por São Paulo, o dia 7 de setembro foi uma luta, um movimento a favor da democracia e contrário a alguns atos do Supremo, antidemocráticos e anticonstitucionais. Alguns ministros do Supremo que leem a Constituição a seu bel prazer, liberam criminosos organizados, liberam criminosos do colarinho branco, impedem a polícia de realizar suas operações e tem um peso e uma medida para cada ação. Onde está esse mesmo Supremo condenando os esquerdistas quando jogaram bola com uma cabeça falsa do presidente? Ou quando queimaram inúmeras coisas na frente do palácio? Não, esses não são presos, então essa é a nossa luta. Equalizamos a nossa força, mostramos e demos o recado que estamos firmes, estamos unidos e não vamos permitir esses desrespeitos constitucionais”, ressaltou.

Reprodução internet

Mas e quanto a Alexandre de Moraes? O que foi citado mais diretamente, o que teve que ser “amansado pelo dono”. Será que vai permanecer fiel ao “acordo”? O jornalista Rodrigo Constantino fez uma aposta em seu Twitter com a seguinte postagem:

“Se o Xerife dobrar a aposta, ele não estará confrontando apenas o presidente e milhões de brasileiros, mas Temer, Lira e Ciro Nogueira, ou seja, o establishment. Seria um tiro no pé. O caminho para seu impeachment estaria aberto. Ele tem todos os incentivos para cumprir sua parte”.

E você leitor, qual é a sua aposta? – O tabuleiro está fervendo, e a próxima jogada a ponto de ser feita!

Reprodução internet

da Redação

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