Perda de direitos constitucionais, ativismo judicial, censura, prisões ilegais. Enquanto isso, chefes de facções criminosas foram soltos com a desculpa da COVID… uma série de sabotagens contra o povo pode ter motivado a maior manifestação da história no dia 7 de Setembro.
Todos os clubes militares convocaram para as manifestações, assim como Polícias Militares, líderes religiosos, agricultores, caminhoneiros, cantores… De onde veio essa vontade do povo de se manifestar no Dia da Independência, uma data tão simbólica? Estão pedindo liberdade de expressão, que seja cumprida a Constituição, eleições mais limpas, por que não? Por que alguns querem impedir que brasileiros ocupem pacificamente as ruas de seu país?
Para Matheus Coimbra, tenente do Exército e deputado estadual por São Paulo as expectativas para as manifestações do dia 07 de setembro são as melhores possíveis:
“Esperamos que seja um dos maiores atos que já aconteceu na história na Avenida Paulista. Teremos pessoas de todo estado de São Paulo, de todo Brasil e a principal pauta, o principal grito, é pela nossa liberdade, pela nossa liberdade individual, pela nossa liberdade constitucional, pela nossa liberdade de ir e vir que, infelizmente, por diversas razões e ações jurídicas, estão sendo cerceadas. Infelizmente alguns ministros leem a Constituição ao seu bel prazer, e esse protesto é um grito, uma demonstração que o povo está dando, que o povo está com o presidente e que não vamos permitir que nossa liberdade seja cerceada”, ressaltou.
Parece que uma série de situações empurrou os cidadãos para as ruas. Na verdade, desde que Jair Bolsonaro assumiu o poder, tornando-se o primeiro presidente conservador, em décadas, começou uma grande batalha.
Para Luiz Camargo, youtuber e analista político, as manifestações vão ser maiores ou do mesmo nível das manifestações pró impeachment de Dilma Rousseff:
“Ao meu ver, esse movimento popular do dia 7 é o maior desde da Nova República, desde que se instalou aí as Diretas Já. É uma manifestação contra um regime autoritário que está sendo instalado gradativamente, ou seja, não é uma manifestação em prol de alguma medida do governo ou contra determinado governante, como foram as manifestações pró-impeachment da Dilma. É uma manifestação contra um regime que está sendo instalado, é uma manifestação por liberdade. Então, a importância desse movimento é imensurável”, ressaltou.
O senador Eduardo Girão, em entrevista à TV JCO, comentou sobre as dificuldades que Bolsonaro estava enfrentando para governar. Quem não lembra de Rodrigo Maia, ex-presidente da câmara, pedindo mais ‘articulação’ política e sentando em cima de projetos importantes para o país?
“Você chegar, jogar na gaveta e não votar, assim como o fim do foro privilegiado, que está lá, que é a blindagem contra a corrupção no Brasil… Ou seja, um poder protege o outro, o senado protege o Supremo Tribunal Federal… São muitas coisas que acontecem, e o Congresso fica com uma imagem ruim e a população brasileira não está errada, a gente não vota aquilo que é importante para o país. O presidente fez a parte dele, mandou medidas para o Congresso Nacional, mas a câmara dos deputados e o senado fazem ouvido de mercador”, ressaltou.
Confira a entrevista completa do senador Girão:
A escalada de perseguição ao presidente e seus apoiadores e à própria Constituição, parece ter aumentado. Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal têm tomado medidas arbitrárias, provocando críticas de juristas renomados, como Ives Gandra. Segundo ele, a Corte tem invadido a competência das instituições e desrespeitado a lei, a qual deveria proteger.
Marcelo Rocha Monteiro, procurador de Justiça, também criticou duramente a atuação dos togados. “Os ativistas do STF não acham que são reis… Eles têm certeza que são deuses. O precedente para isso é o Código penal da Alemanha Nazista que dizia, basicamente, em outras palavras, que crime é qualquer coisa que o juiz entenda que é crime, mesmo que não seja previsto em lei”, destacou.
Prisões ilegais e ‘crimes de opinião’
Sobre crime não previsto em lei, apenas na cabeça de alguns juízes, está o de opinião, que não existe no código brasileiro. O deputado federal Daniel Silveira está preso desde fevereiro, por ter feito um vídeo criticando os ministros do STF. Roberto Jefferson, presidente do PTB, está preso. O jornalista Oswaldo Eustáquio foi preso e saiu da prisão, paralítico. Hoje, quando sai essa edição da revista A Verdade, tivemos notícia que mais uma pessoa foi presa – um professor do interior de Santa Catarina, por fazer uma live convocando para atos do 7 de setembro.
DITADURA DA TOGA:
— Verdade dos Fatos (@v_dosfatos) September 6, 2021
“Professor de SC é preso a mando do STF em inquérito que apura atos antidemocráticos.
Catarinense foi detido pela Polícia Federal de Lages no fim da tarde deste domingo (5) e encaminhado ao presídio do município”https://t.co/BkW8SkWXDs
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Equipe VF.
Enquanto pessoas inocentes são presas e até coronéis da PM são investigados por convocar o povo para as manifestações, quase 33 mil presos foram soltos com a desculpa da pandemia. 1/3 dos detentos que voltou às ruas na epidemia se envolveu em crimes, de novo, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais. Como não lembrar do caso do traficante André do Rap, que foi solto após habeas corpus concedido pelo STF?
Em entrevista corajosa à TV JCO, o Coronel Mello Araújo, presidente da Ceagesp, falou da perseguição que vem sofrendo desde que divulgou um vídeo falando sobre as manifestações no dia 7 de setembro:
“Foi aberto um inquérito civil público contra a minha pessoa, por improbidade administrativa, por convidar os militares veteranos para irem à Av. Paulista. Isso não está certo. Eu tive que me explicar na empresa [Ceagesp], ficou uma situação muito ruim, abriram um inquérito contra a pessoa que está à frente da empresa. A lei permite a todo militar da reserva o direito de se manifestar. Eu trabalhei na polícia por 32 anos. Não consigo nem contar quantas pessoas eu salvei, quantas prisões realizei, tenho várias medalhas, não tenho um processo sequer. Bastou eu ir para a reserva, e aceitar um convite do presidente Bolsonaro para moralizar a Ceagesp, onde se roubou muito, para começarem as retaliações”, desabafou.
A batalha do voto impresso
Mais um fator que acirrou os ânimos, foi a rejeição da PEC do Voto Impresso pela Câmara. Quem tem medo de eleições mais transparentes, senão aqueles que se aproveitam do velho sistema para manter o Brasil nas mãos dos corruptos de sempre?
Reportagem especial da TV JCO mostra as articulações contra a aprovação do voto impresso, inclusive com ministros do STF fazendo acordo com políticos para o projeto não passar. Vale lembrar que o ministro Alexandre de Moraes será o presidente do TSE nas eleições de 2022…
Desmonetização de canais conservadores
A velha mídia já não engana mais o povo, que descobriu nas redes sociais outras fontes de informação. Justamente por isso, os ataques aos portais mais à direita seguem aumentando. Além de tirar alguns canais do ar, agora o objetivo é sufocá-los economicamente. O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Felipe Salomão, determinou que as redes sociais suspendam o repasse de valores a canais que, segundo o entendimento dele, “comprovadamente” propagam desinformação sobre as eleições. Os canais listados na decisão de Salomão, no entanto, são apenas os que têm divulgado os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas. O Jornal da Cidade Online é um dos canais que teve a monetização suspensa.
A TV JCO preparou um vídeo especial sobre os ataques à censura e a reafirmando que o mecanismo não vai nos calar:
De acordo com Paulo Henrique Araujo, do canal PHVox, as manifestações populares de 7 de setembro são muito mais profundas do que um simples ato político partidário.
“Boa parte da estrutura política acredita que trata-se de um movimento sob a alcunha jocosa de “bolsonaristas”, quando na verdade está sendo endossado até mesmo por diversos setores da sociedade que não enxergam em Bolsonaro a solução certa para os problemas do Brasil.
Muitos brasileiros estão indo às ruas por não estarem satisfeitos com a estrutura das ações políticas no país e querem que sua voz seja ouvida. O distanciamento de Brasília com o povo brasileiro os fez acreditar que em 2013 o povo só estava com raiva do preço da passagem de ônibus, e em 2015 e 2016 queriam o impeachment de Dilma Rousseff; porém não percebiam que estes pontos eram apenas os sintomas expostos de algo muito mais profundo nas insatisfações populares.
Agora, novamente, encaram a situação como um ato meramente político-partidário de apoio ao Presidente da República, preferindo fechar os olhos para uma realidade de um Brasil mais profundo, que deseja mudanças que vão além da economia ou de quem senta na cadeira presidencial”, explicou.
A expectativa do analista político Gustavo Gayer é que a população brasileira dê um grito retumbante!
“Que fica inequívoca a mensagem de que o povo brasileiro está com medo, pela escalada da censura, por decisões arbitrárias de uma suprema corte que não respeita a Constituição, o mesmo que deveria resguardá-la, um sistema que não aceita a vontade do povo e tenta de todas as formas virar as costas para população, uma democracia que está, aos poucos, se transformando numa ditadura camuflada por uma imprensa que só tem a ganhar com essa ditadura, porque querem de volta o dinheiro público”, criticou.
O certo é que o grito que sai da garganta da população brasileira neste 7 de setembro, já engasgado diante de tantas décadas em que a esperança renasce, várias e várias vezes, mas acaba “morrendo sempre no intervalo da partida”, será, talvez, o maior de nossa história, depois do próprio grito dado pelo então Imperador Dom Pedro I, na mesma data, em 1822.
A diferença é que, desta vez, já se passou o intervalo, a partida segue (dentro das quatro linhas, como diz Bolsonaro), a bola rola, e não há o mínimo sinal de morte, mas sim de força e de mais capacidade de vencer a partida do que o adversário.
É algo, portanto, inédito, mas este mesmo adversário, vendo-se impotente, pela primeira vez, após tantas vitórias seguidas, resolveu que vai usar todo e qualquer artifício para impedir a iminente derrota.
É o jogo fora das quatro linhas, atropelando a Constituição e, olha a ironia, apelando ao “apito arbitrário do juiz” que comanda o jogo!
O “jogo de palavras acima”, aliás, nunca foi tão fiel aos fatos.
Em 7 de setembro do ano que vem (2022), comemora-se uma data ainda mais histórica de nossa independência. Serão 200 anos!
Resta saber se, mais uma vez, da tão sonhada e repetida esperança, ou, desta vez, da renovação da própria independência, conquistada para valer, um ano antes.
Com a resposta, o povo!
da Redação