É grande a escalada da violência na guerra entre Hamas e Israel. As notícias não param de chegar. No exato momento em que escrevo este artigo ficamos sabendo da morte de dois brasileiros, Ranani Glazer e Bruna Vaelanu, segundo informação do Itamaraty. Mas há ainda outras duas brasileiras desaparecidas. A situação humana vai se tornando cada vez mais desesperadora nessa região.
Visitei Israel entre os dias 3 e 8 de setembro. Integrei uma comitiva com parlamentares de diferentes partidos que participou de seminário no país. Evento promovido pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e Project Interchange do American Jewish Committee.
Mas infelizmente, cerca de 30 dias depois de ter convivido com povo tão nobre, numa terra santa, eclodiu um sangrento conflito que já matou quase duas mil pessoas em apenas quatro dias de guerra.
As forças de segurança de Israel anunciaram há pouco que mais de 1.500 terroristas do Hamas foram mortos. Em território israelense, até este momento, as vítimas ultrapassariam 1.000 pessoas. Na Faixa de Gaza são pelo menos outros 800. A tensão é muito grande.
Cidadãos civis são a imensa maioria das vítimas. Ontem, no terceiro dia de conflito, o premiê de Israel, Binyanmin Netaniahu, anunciou o isolamento da Faixa de Gaza do restante do continente. Não será possível fornecer energia elétrica, água, gás e combustível. Uma situação extremamente complicada para o povo que lá habita, que sofre as consequências de ações desenvolvidas por um grupo armado palestino extremista.
Em Israel a população também teme a reverberação do contra-ataque de seu exército aos palestinos. A comunidade israelense também é alvo das bombas e tiros dos terroristas.
É preciso evitar uma catástrofe humanitária. Urgente.
São muitas as notícias de israelenses que foram sequestrados por integrantes do Hamas no fim de semana. Vemos muitas notícias sobre a angústia dos familiares dessas pessoas desaparecidas e tornadas reféns. Mesma situação, mas com número menor de informações, que passam famílias palestinas sitiadas em solo de Gaza.
São tristes demais, desumanas, as histórias que a imprensa consegue reproduzir a partir de depoimentos daqueles que estão no meio dos bombardeios. Famílias inteiras estão sendo mortas. Pessoas idosas, crianças, mulheres, nada escapa das garras da guerra.
Fica muito claro que quanto maior a opressão e violência empregada, maior tempo durará o conflito e as consequências serão cada vez mais devastadoras.
Apelamos ao poder divino para que conforte todas essas pessoas que estão sofrendo. Dê humanidade, amor e temperança aos senhores da guerra. Apelamos às forças dos céus para que iluminem as cabeças dos governantes para que possam se colocar no lugar dos seres humanos que estão sofrendo e virão a sofrer nesta guerra.
Sabemos que a tensão entre Israel e o Hamas existe há décadas. O Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza em 2007. Os conflitos remontam há décadas. Mas o ataque do grupo terrorista em 7 de outubro pegou a todos de surpresa.
Sabemos que as consequências negativas estarão ultrapassando as fronteiras de Israel e Gaza e chegará até nossos lares, em pouco tempo. Haverá consequências negativas para a economia mundial. Só para citar um exemplo vamos citar os preços dos combustíveis, que deverão sofrer alteração e num efeito dominó afetará até os valores dos alimentos em todo planeta. Mais ainda, o preço do dólar deverá ser alterado. Poderá haver impacto até na inflação.
Na segunda-feira, dia 9, as principais bolsas de valores do planeta já operavam em queda. O preço do dólar e do barril de petróleo estiveram pressionados e subiram diante da escalada da violência. O cenário de instabilidade internacional que vem se delineando deve manter os juros altos nos Estados Unidos. Isso tem efeito negativo para o câmbio e investimentos, principalmente nos países com economia emergente, como o Brasil.
O governo brasileiro, que preside o Conselho de Segurança da ONU, vai resgatar os brasileiros que moram nas zonas de conflito. Já enviou um avião para ajudar na repatriação de mais de 240 pessoas. Outras três aeronaves devem fazer o mesmo trajeto e possibilitar a volta de outros 600 brasileiros que estão lá e não conseguem retornar. Sem contar com mais brasileiros que estão na Faixa de Gaza e querem voltar para cá. Entretanto, aproximadamente 2.700 pessoas já pediram ajuda para voltar ao Brasil.
Tenho certeza que o ataque terrorista precisa ser condenado em todos os sentidos, de forma firme e forte. Mas o respeito ao ser humano, o amor a Deus deve prevalecer mesmo diante das adversidades. A situação é grave. Mas a esperança de que haverá possibilidade de uma solução é grande. Defendemos o ser humano, sempre.