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POLÍTICA – Regina Duarte mantém esperança de nomear aliados alvo de ala ideológica do governo

por Ornan Serapião
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A atriz Regina Duarte confidenciou a interlocutores que ainda “alimenta esperanças” de nomear na Secretaria da Cultura auxiliares que estão sendo alvo de integrantes da ala ideológica do governo de Jair Bolsonaro. Recém-empossada no cargo, Regina passou a ser criticada por aliados do presidente após dizer, em entrevista à TV Globo, que existe uma “facção” tentando comandar a área. A referência foi entendida como uma tentativa de isolar os olavistas, grupo ligado ao escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

Entre os nomes que a atriz ainda pretende levar para o governo está o da assistente social Maria do Carmo Brant de Carvalho. Carminha, como é conhecida, chegou a ser nomeada como secretária de Diversidade Cultural na sexta-feira, 6, mas teve a indicação cancelada pelo Palácio do Planalto três dias depois e não chegou nem mesmo a tomar posse. Ela é filiada ao PSDB e ocupou um cargo no governo na gestão de Michel Temer.

Regina insiste também em ter seu lado Humberto Braga, que tem sido apontado por olavistas como próximo do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), opositor a Bolsonaro. A nomeação de Braga como secretário-executivo, segundo interlocutores da atriz, já havia sido aceita por Bolsonaro, mas após o processo de fritura ela foi suspensa.

A secretária insiste que os dois – Carminha e Braga – são pessoas competentes e podem “ajudar muito” na área cultural.

Ao tomar posse, Regina disse a Bolsonaro que não se esqueceria de que tinha recebido a promessa de “carta branca” no cargo. Em seguida, Bolsonaro afirmou que exerceria o poder de veto, como já fez em outros ministérios.

A atriz, porém, não pretende comprar novas brigas agora. No momento, a nova secretária está dizendo a auxiliares que quer “apresentar resultados” e “mostrar a que veio”.

Após afirmar na entrevista à Globo que uma “facção” deseja tirá-la da Secretaria de Cultura, Regina recebeu críticas públicas do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, do escritor Olavo de Carvalho e do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, subordinado a ela.

Apontado como um dos fiadores da entrada da atriz no governo, Ramos disse ao Estado que “não foi boa” a declaração de Regina. Articulador político do Palácio do Planalto, o ministro também defendeu Camargo, chamado pela atriz de “ativista” e de “problema”, em entrevista à TV Globo exibida no domingo, 8.

A quem a procurou, Regina reconheceu que a palavra “facção” foi dura, mas explicou que não usou a expressão de forma pejorativa. Justificou que, no dicionário, o significado da palavra é “grupo de pessoas com opiniões diferentes”.

Para demonstrar a sua “boa vontade” e intenção de “pacificar” a área da cultura no governo, na manhã de segunda-feira a secretária mandou emissários procurarem Camargo para acenar com uma espécie de “bandeira branca”. Até esta quarta-feira, porém, não havia recebido resposta.

Estadão Conteúdo

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