O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse nesta sexta-feira (10) que a Venezuela vive uma ditadura e que a posse do ditador do país, Nicolás Maduro, ocorrida mais cedo, é “ilegítma e farsante”. A ação destoa do posicionamento da diplomacia brasileira, que é neutra. Além disso, difere da posição do PT, que saudou Maduro após o pleito e enviou representantes para a posse. Em outras ocasiões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não concordar com a ação do partido. Parlamentares membros da legenda também chegaram a criticar publicamente o ato.
“O governo venezuelano é uma ditadura e a posse do senhor Nicolás Maduro, ocorrida no dia de hoje, é ilegítima e farsante. Um regime que desrespeita direitos humanos, desrespeita alternância de poder e não respeita a soberania da vontade popular, é um regime autoritário. Portanto, é dever de todo democrata, esteja onde estiver, condenar qualquer Ditadura, seja de direita, seja de esquerda”, escreveu Randolfe nas redes sociais.
A diplomacia brasileira foi convidada para a posse e enviou a embaixadora em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira. Aliado histórico de Maduro, Lula optou por não comparecer ao ato mesmo sem ter sido convidado diretamente. O chavista está no poder desde 2013. O fechamento da fronteira pode comprometer o abastecimento em ambos os lados.
Diferentemente de Maduro, a oposição venezuelana apresentou as atas eleitorais, alegando que Edmundo González ganhou o pleito. O opositor está exilado na Espanha após a Justiça venezuelana pedir sua prisão por “risco de fuga”, após não comparecer a três depoimentos para os quais foi notificado pelo Ministério Público do país.
Dias antes da posse, Maduro ativou um plano militar e acionou as forças de segurança, além de milícias armadas, para se proteger contra ações da oposição. Na quinta-feira (9), a líder opositora María Corina Machado foi detida ao deixar um protesto em Caracas contra a posse do ditador. Ela foi liberada horas depois.
Mais cedo, governadores brasileiros criticaram a ação do governo Lula em enviar uma embaixadora à posse de Maduro. Há pouco, o Itamaraty confirmou que o governo chavista fechou a fronteira com o Brasil até a segunda-feira (13).
R7
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