Levantamento da Genial/Quaest também aponta que 55% dos entrevistados preveem que a economia irá piorar nos próximos 12 meses; para 74%, a reforma tributária é melhor que o sistema tributário atua
Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest mostra que 100% dos executivos do mercado financeiro acreditam que o governo não conseguirá atingir o déficit zero em 2024. Em setembro, a mesma pesquisa apontou que 95% dos executivos não acreditavam que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiria zerar o rombo nas contas públicas. Apenas 5% achavam que seria possível. O novo levantamento piorou a situação e aponta que nenhum executivo acredita que Lula conseguirá zerar o déficit no próximo ano, bandeira levantada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O levantamento foi realizado entre os dias 16 e 21 de novembro, e foram ouvidos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas online através da aplicação de questionários estruturados.
O ruído sobre o tema começou quando o presidente Lula afirmou, durante um café com jornalistas no Palácio do Planalto, em outubro, que dificilmente alcançará a meta em 2024. A declaração repercutiu mal no mercado financeiro. “O que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país. Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida. Eu sei da disposição do [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda], sei da vontade do Haddad. Sei da minha disposição, mas quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimento de obras”, declarou o presidente na ocasião.
A pesquisa aponta ainda que 55% dos entrevistados acreditam que a economia do país irá piorar nos próximos 12 meses, e apenas 21% confiam em uma melhora. Os entrevistados também foram questionados sobre a reforma tributária. Em comparação com o sistema tributário atual, 74% acreditam que a mudança fiscal será melhor, enquanto 14% consideram pior e 12% acham igual ao modelo em vigor. Por outro lado, as mudanças feitas no Senado pioraram para 73% dos entrevistados, enquanto 27% acham que melhoraram.
Como a Jovem Pan mostrou nesta terça-feira, 21, uma outra pesquisa, a Atlas, revelou que o índice de insatisfação com a gestão de Lula aumentou, embora o petista tenha a aprovação de parte expressiva dos brasileiros. A Pesquisa Atlas divulgada nesta terça-feira, 21, mostrou que 49,6% dos entrevistados aprovam a gestão de Lula enquanto 47,3% desaprovam. Em julho, a aprovação era de 53%. Na contramão, a insatisfação tem aumentado. No começo do ano, a desaprovação do governo era de 42% e subiu progressivamente nos últimos meses até 47% agora em novembro. No quesito avaliação de governo, 45,1% dos entrevistados consideram ruim ou péssimo, enquanto 42,7% avaliam como bom ou ótimo. O levantamento ainda mostra que 10,7% consideram a gestão como regular, e 1,4% não soube responder.