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POLÍTICA > Dilma mandou Abin espionar Eduardo Campos, revela presidente nacional do PSB

por Ornan Serapião
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O presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, revelou ontem (28) que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) atuou contra a candidatura do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), utilizando a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar seu adversário. Campos tinha potencial eleitoral que ameaçava a reeleição de Dilma, conquistada pela petista em 2014, após o ex-governador morrer em acidente aéreo durante sua campanha presidencial, em agosto daquele ano, em Santos (SP).

“Quando Eduardo saiu pré-candidato, era uma renovação. E a pré-candidatura dele saiu a fórceps, porque a presidente Dilma Rousseff interferiu tanto. Ele sofreu muitas ameaças, teve uma greve em Suape, Dilma botou um agente da Abin lá. Vivi tudo isso intensamente, sei o quanto foi difícil, as dificuldades políticas que passamos foram muito grandes, insufladas pelo governo Dilma e por gente do PT. Infelizmente teve o acidente. Mas essa resistência [contra a renovação] é só do PT”, disse Carlos Siqueira.

Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB. Foto: Divulgação/PSB

A grave revelação foi feita durante entrevista ao podcast do jornalista da Folha de Pernambuco, Magno Martins, “Direto de Brasília”, quando Carlos Siqueira revelou estar esperançoso de que o prefeito do Recife e filho do ex-governador, João Campos, assuma a presidência nacional do PSB para fazer uma renovação na esquerda, hoje carente de líderes jovens com potencial de enfrentar uma nova direita com nomes da juventude como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e André Fernandes (PL-CE).

“Quando se olha o panorama para 2026, você vê na direita os governadores Romeu Zema, Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, entre outros. Na centro-esquerda, que não tratou de fazer uma renovação, só vê o presidente Lula. Acho que a dificuldade de renovar está no PT”, argumentou Siqueira, que está deixando a Presidência Nacional do PSB, após 11 anos e sete meses e três reeleições.

Acidente aéreo matou Eduardo Campos em Santos.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dúvidas sobre acidente

Em 2023, Antônio Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco, usou suas redes sociais para afirmar ter usado pistas de duas cartas mediúnicas atribuídas a Eduardo Campos, ao pedir para que a Justiça determinasse a reabertura do inquérito policial para investigar o acidente aéreo que matou o então candidato a presidente da República do PSB.

“Não guardo ódio, mas, sim, ainda, revolta”, diz trecho atribuído à carta psicografada em agosto de 2023, na qual ele afirmaria ter aprendido nos meios espirituais que, nem sempre, o livre arbítrio para matar faz parte da lei divina.

Na carta mediúnica citada por Antônio Campos, o político desencarnado estaria lançando “um olhar de piedade aos [seus] falsos amigos, traidores que foram” e avisando que os ajudará a “resgatá-los da tenebrosa esfera de dor que os aguarda”.

“O Brasil precisa saber a causa do acidente, se teve conotação política e se existe a real possibilidade de Eduardo Campos ter sido assassinado“, disse Antônio Campos, ao jornal Folha de Pernambuco, quando apontou deficiências no inquérito policial e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

O inquérito chegou a ser desarquivado, em setembro de 2023, por determinação da Justiça Federal. Mas voltou ao arquivo, em abril de 2024, após o juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, enviar o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) e receber o parecer de que não havia elementos para reabrir a investigação.

A investigação teve resultado inconclusivo, com quatro hipóteses para a queda da aeronave Cessna Citation prefixo PR-AFA. E resultou no primeiro arquivamento do inquérito, em 2019.

(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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