Sóstenes Cavalcante (PL/RJ) muda regras válidas sobre casos em que o aborto é considerado legal, como quando a mulher corre risco de morrer ou a gestação é fruto de casos de estupro
O Projeto de Lei 1904/2024, que equipara o aborto ao crime e homicídio, vem dividindo opiniões, tanto entre políticos, quanto entre famosos. As informações sãodo bahia.ba. Diversas personalidades se manifestaram sobre o texto de Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), que muda as regras válidas sobre casos em que o aborto é considerado legal, como quando a mulher corre risco de morrer ou a gestação é fruto de casos de estupro.
Contra
Paulo Vieira: A pessoa é estuprada aí ela fica grávida aí ela faz um aborto do estupro aí ela é presa aí, se o estuprador for preso, ele pega 6 anos ela pode pegar 20 anos de prisão! a vida de uma mulher vale menos que a de um estuprador isso é um resumo dessa desgraça de PL #PL1904Não.
Paolla Vieira: Existe uma realidade que me assusta e que a gente precisa encarar: no Brasil, cerca de 60 mil casos de estupros de vulneráveis acontecem todo ano. Criança deve ter o direito de ser criança. Criança não é mãe. E nossas leis e políticas públicas devem assegurar isso. Como mulher, fico estarrecida vendo homens decidindo sobre nossos corpos, nossa liberdade, nossos direitos. Quando uma criança vítima de estupro engravidar e optar por interromper a gravidez, o PL 1904 da Gravidez Infantil, pode prendê-la por até 20 anos! O aborto legal se torna crime pior do que o estupro. Isso é absurdo! A vida de uma criança, de uma mulher, vale menos do que a de um estuprador?
Debora Bloch: A Câmara pode aprovar um projeto que, se aprovado, crianças vítimas de abuso podem perder o direito ao aborto legal, caso a gestação tenha mais de 22 semanas. Nos casos de violência sexual infantil é mais difícil identificar a gravidez, por isso a demora no reconhecimento. E, por isso, nossas crianças precisam ser asseguradas do aborto legal”
Ana Paula: O Brasil é um país no qual 75 mil mulheres são estupradas por ano. A maioria é de crianças. A maioria dentro de casa, por um parente próximo. Dados oficiais. Esse é um contexto que dificulta denúncias e procedimentos ágeis de apoio à vítima. Delegacias da mulher, a justiça e os hospitais não facilitam o cumprimento da lei que permite a interrupção da gravidez nesses casos. O tempo passa e, se o PL 1904 for aprovado, essas meninas serão consideradas homicidas. O Brasil não é um país que comporte esse tipo de medida de combate ao aborto.
A favor
Cássia Kiss: Imagine um bebê no ventre de sua mãe, com 5, 6, 7, 8 meses e ele recebendo uma injeção de cloreto de potássio direto no seu coraçãozinho. É dito que a dor é comparável à de um infarto fulminante”