Depois de a Bélgica confirmar o primeiro caso da nova variante da Covid-19, o Reino Unido também revelou que a Ômicron já está no país. Dois viajantes que voltaram da região sul da África testaram positivo e tiveram a confirmação de que foram infectados pela cepa descoberta na África do Sul. A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) informou que o sequenciamento foi feito na noite de sexta-feira, 26, e confirmou “consistentes com B.1.1.529”. Um dos pacientes está na cidade de Chelmsford, e outro, em Nottingham. Ambos permanecem em autoisolamento.
O continente europeu vê com preocupação o rápido avanço de casos suspeitos e confirmados da nova variante. Alemanha, República Tcheca e Holanda investigam casos suspeitos. O Estado alemão de Hesse afirma que há uma “alta probabilidade” de a Ômicron ter chegado ao país. Em Amsterdã, ao menos 61 passageiros de dois voos da África do Sul testaram positivo para o coronavírus na noite da última sexta-feira. Testes foram feitos para determinar qual a variante. Andrej Babiš, primeiro-ministro tcheco, informou que o país investiga o caso de uma mulher que voltou com Covid-19 da Namíbia. Ela também passou por África do Sul e Emirados Árabes.
Após a descoberta da nova variante, a maioria dos países europeus impôs restrições a voos vindos de países da África. Habitantes de Namíbia, Zimbábue, Botsuana, Lesoto, Essuatíni, Angola, Moçambique, Malaui e Zâmbia estão proibidos de entrar no Reino Unido. “Se algum habitante do Reino Unido viajou a um destes países no últimos quatro dias, deverão se isolar e realizar um exame PCR”, informou Sajid Javid, secretário de Saúde do país. Sem nenhum caso até agora, a Espanha incluiu o Reino Unido na lista de viajantes com entrada restrita — os outros são o mesmos listados pelo governo inglês, com exceção de Malaui e Zâmbia.
Na sexta-feira, 26, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a cepa descoberta na África do Sul é considerada “de risco”, ou seja, tem um potencial elevado de infecção e disseminação. Especialistas da OMS denunciaram que o surgimento da nova mutação pode ser considerado um reflexo do “apartheid vacinal”, que deixou o continente para trás no ranking da imunização mundial. O órgão defende que países mais ricos doem vacinas para aqueles em desenvolvimento. (JP)