Novo contrato firmado nesta segunda-feira (29) prevê que doses sejam ajustadas em caso de novas variantes do coronavírus
O Ministério da Saúde e a farmacêutica Pfizer/BioNTech firmaram um novo acordo para o fornecimento de doses de vacinas contra a Covid-19 em 2022. O contrato prevê a entrega de mais 100 milhões de imunizantes e ainda possibilita a ampliação do lote em mais 50 milhões se houver demanda pelo país. O custo da operação é de R$ 7 bilhões que serão realocados dos orçamentos de outros ministérios, como o da Cidadania.
Em evento na manhã desta segunda-feira (29), em Salvador (BA), o ministro Marcelo Queiroga disse que o acordo “é a reafimação do compromisso do governo Bolsonaro com o fim da pandemia de Covid”. Ele destacou ainda que não houve demora para a compra dos imunizantes por parte do governo. “A busca por vacina não aconteceu de maneira tardia, como a falsa narrativa quer fazer crer à população”.
A presidente da Pfizer, Marta Dias, ressaltou na cerimônia que o acordo “inclui a possibilidade de versões modificadas contra novas variantes, caso necessário”. Na semana passada, foi confirmada uma nova cepa de preocupação, identificada a princípio em países africanos, a Ômicron. Ainda não se sabe se essa variante é mais transmissível ou letal, mas ela apresentou dezenas de mutações genéticas que inspiram cautela, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para 2022, Queiroga ainda assinalou que apenas vacinas com registro definitivo junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) seriam utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que abrange a Pfizer e a Oxford/AstraZenca e exclui a CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. “Não há motivo para fazer aquisição de imunizantes com registro emergencial”. No ano que vem, o PNI vai usar ainda doses remanescentes de 2021.
Até agora, 150 milhões de doses da vacina da Pfizer contratadas pelo governo federal já foram entregues ao país. Mais 50 milhões serão repassadas até o fim de 2021. “As taxas de imunização alcançadas no país são motivo de orgulho”, acrescentou Marta Dias. Ao todo, 62,2% da população tomou duas doses de alguma das vacinas contra o novo coronavírus.
Negociação
A negociação de compra das vacinas da Pfizer/BioNTech foi alvo de investigação na CPI da Pandemia no Senado Federal. Em agosto de 2020, a farmacêutica ofereceu ao governo brasileiro entregar os produtos ainda em dezembro do ano passado, mas não obteve resposta. Após meses de ausência de negociação, dezenas de emails ignorados, o primeiro contrato para aquisição de 100 milhões de doses do fármaco foi firmado em março de 2021.
Em maio, foi acertado um segundo acordo para a entrega de novo lote de 100 milhões de vacinas, entre setembro e dezembro de 2021. Agora, a demanda por essas doses deve aumentar, tendo em vista a necessidade de aplicação de reforço.
Há duas semanas, o Ministério da Saúde recomendou a ampliação da aplicação da dose extra de vacinas contra a Covid-19 a toda a população a partir de 18 anos. Até então, a terceira dose era indicada para idosos acima de 60 anos, imuninossuprimidos graves e profissionais da saúde. O intervalo da segunda para a terceira aplicação foi reduzido de seis meses para cinco. A preferência do reforço seria com doses da Pfizer.