João Otávio Macedo: “Os produtores brasileiros já estão promovendo o equilíbrio com o meio ambiente”
Desde o dia 31 de outubro que líderes dos principais países e representantes de organismos não governamentais encontram-se reunidos em Glasgow, na Escócia, na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP-26. Em 2015 foi realizada em Paris a COP-21, que fixou alguns alvos a serem conquistados pelas nações, visando deter o aquecimento global que está atingindo níveis insuportáveis, pondo em risco a vida no nosso planeta; advertência das Nações Unidas clama que “as soluções para a crise climática não podem mais esperar.
Pode parecer uma insignificância, mas o nosso planeta já está 1,1 grau mais quente em relação a níveis pré-industriais e, no Acordo de Paris, de 2015, os signatários firmaram o compromisso de manter a temperatura abaixo de 2 graus, fixando a meta de 1,5 grau; evidente que medidas importantes e nem sempre fáceis teriam que ser tomadas, visando diminuir a emissão de gases que concorrem para o efeito estufa. Medidas drásticas teriam que ser tomadas, diminuindo, inclusive, o uso de combustível fóssil, o que teria que modificar a matriz energética substituindo-a por elementos não poluentes; Os produtores brasileiros já estão promovendo o equilíbrio com o meio ambiente e reduziram o lançamento de cerca de 160 milhões de toneladas de gases que concorrem para o efeito estufa entre os anos de 2010 e 2018. Para corroborar que se pode cuidar do meio ambiente e da produtividade, o agronegócio foi responsável por 26,6% do produto interno bruto (PIB) do Brasil em 2020.
São muitas e variadas as consequências do efeito estufa e, semanas atrás, abordamos aqui nestas páginas a advertência da Organização Mundial da Saúde para a ameaça à saúde da população, num futuro próximo, em consequência desse aquecimento global. Um dos efeitos maléficos desse aumento da temperatura já estamos observando com as secas em regiões que não sofriam tanto. O Brasil vive a pior crise hídrica do século, pela falta de chuvas; no hemisfério norte, principalmente Canadá e Estados Unidos, os termômetros alcançaram 50 graus. Secas, tempestades e ondas de calor deverão acontecer com mais frequência.
Doenças transmitidas por vetores, a exemplo da dengue e da malária, poderão experimentar um aumento significativo, exigindo mais investimento e maiores ações no sentido de, pelo menos, deter o seu crescimento.
A indústria automobilística já está fabricando o carro elétrico, que, num futuro, estará rodando nas nossas ruas e estradas e já está em projetos experimentais para a utilização do hidrogênio líquido, tudo isso visando diminuir a emissão de gases do efeito estufa.
A população mundial e os diferentes governos levaram muitos anos para perceberem o mal que estavam fazendo com a nossa casa, o nosso planeta terra, que é onde moramos Quando falamos na terra, claro que estamos incluindo os mares, oceanos, rios e cursos de água, todos sofrendo a ação predatória da civilização; todo esse manancial hídrico acaba sendo transformado em depósito de lixo e, agora, está difícil desfazer o mal feito de centenas de anos. Mas, apesar de tudo, antes tarde do que nunca.
Matéria publicada originalmente no Diário Bahia, em 05.11.2021