A campanha desastrosa do Bradesco serviu para mostrar algumas coisas importantes para a lacrolândia: Que o povo em geral não tolera o “politicamento correto”, que acha todos eles uns idiotas desocupados e que esse tipo de pensamento “progressista” pode causar prejuízos enormes.
Mostrou também que não adianta tentar lacrar, porque assim só vai agradar a uma minoria sem capital intelectual e financeiro, que nada de lucrativo ou proveitoso vai trazer para a empresa.
As campanhas apelativas apenas causam revolta nas pessoas e criam nelas uma enorme antipatia pela imagem da empresa. Isso o Bradesco está sentindo na pele hoje, e não há qualquer justificativa ou pedido de desculpas que possa mudar.
Se eu fosse do marketing do Bradesco, criaria uma campanha contra a lacração pra tentar recuperar alguma dignidade e a imagem do banco, que eles jogaram no lixo.
Os publicitários deveriam ter aprendido na faculdade que campanhas precisam ser abrangentes e não segmentadas. Só não aprendem porque trazem com eles toda a bagagem doutrinária dos fumadores de maconha da faculdade, e colocam suas ideologias acima de qualquer lógica, da inteligência e do profissionalismo.
Provavelmente a essa hora alguns que criaram ou aprovaram esse desastre estão dando um enorme trabalho à mocinha do RH. E pior… ficam maculados. No mundo da publicidade tudo se sabe. Amanhã, quando forem procurar outro emprego, certamente ouvirão: “Você não é daquela campanha que fez o Bradesco perder milhões de reais?” E logo em seguida uma porta batendo na cara.
Magalu, Natura, Boticário e outros já enfrentaram problemas iguais ao do Bradesco, só que em menor escala porque não mexeram com quem produz quase 1/3 do PIB nacional. Mas enfrentaram e sofreram dissabores. Os exemplos já existiam, mas como os lacradores geralmente são ignóbeis, desprezaram os resultados.
Eu enxergo o resultado final como excelente. Essa campanha do Bradesco pode ter sido o divisor de águas na publicidade, que a partir de agora pensará 10 vezes antes de tentar criar “lacrações”. Com isso os imbecis propagadores de ideologias e agendas estúpidas perderão força, e, quem sabe, o mundo volte a ser um pouco melhor, sem o “politicamente correto”.
Só uma sugestão ao Márcio Parizotto, diretor de Marketing do Bradesco (ou ex): Que tal a campanha:
“Mais vale um peidinho de vaca no céu do que a enorme cagada de um banco na Terra”?
Marcelo Rates Quaranta
Articulista
JCO