Os superagressivos guerrilheiros tchetchenos chegaram a Katyuzhanka, uma vila ao Norte de Kiev. Homens endurecidos pelo conflito com a própria Rússia desde 1996. Apesar de terem desembarcado no país para combater os russos, de cara eles desalojaram os moradores ucranianos de suas casas – onde os próprios soldados se abrigarão.
Para cada família que foi desalojada os tchetchenos deram um pão. Isso mesmo, um pão em troca de uma residência. Os moradores já estão dormindo num ginásio de esportes, sem aquecimento, em temperaturas que chegam a 10º abaixo de zero.
Brasileiros também estão a caminho da Ucrânia. Rafael Lusvargui, 30 anos de idade, foi soldado da Legião Estrangeira por três anos, policial militar em São Paulo, oficial da Polícia Militar do Pará. Fluente em russo ele está na Ucrânia, mas não para defendê-la, mas junto aos invasores – Rafael integra uma das várias milícias paramilitares que apoiam o exercito russo.
Sírios veteranos da guerra civil em seu país também rumam para Ucrânia, uns para se juntar ao exercito ucraniano, outros contratados pela Rússia como mercenários por U$ 250 mensais (cerca de R$ 1.375,00), por um período de 6 meses.
Ingleses e espanhóis também se voluntariam para apoiar a Ucrânia, inclusive o filho de um parlamentar britânico foi filmado em Kiev. O jovem Bem Grant já foi fuzileiro naval.
Isso lembra os romances sobre a guerra civil espanhola onde nobres e filhos bem-nascidos de toda Europa rumaram para somar forças com os revolucionários socialistas. No século XXI assim que morrer o primeiro europeu ocidental vai se criar uma crise diplomática que pode causar um efeito dominó arrastando todo continente para a guerra.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora.
jco