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OPINIÃO- “Caro Randolfe, não sou flamenguista”: Uma resposta contra a tirania da CPI

por Ornan Serapião
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Randolfe Rodrigues - Reprodução internet
Randolfe Rodrigues – Reprodução internet

A defesa da liberdade está ficando cada vez mais complicada no Brasil. As pessoas estão perdendo os seus direitos, as suas garantias fundamentais, as chamadas liberdades públicas. Parece jogo de futebol com placar comprado.

De um lado, temos uma pandemia grave, com os seus defensores sanitários, os isolacionistas. De outro, a população, que se vê enganada com tanta disseminação de fake news pelo jornalismo velho e falido, e acuada, mesmo sem ferir o direito dos outros, por não poder nem mesmo falar e agir como pensa.

A pandemia é uma tragédia. Mas, como o ser humano tem o seu lado otimista e crente, prefere pensar que tudo tem o seu lado, digamos, bom. Eu sou assim. E, com relação ao momento, precisou de uma pandemia para provar o que tem por trás das máscaras de bons e virtuosos seres humanos entre nossos “fiéis” representantes, que, embora arrogantes, nada mais são do que servos do povo.

As máscaras caindo e o povo vendo. Um conselho: anotem tudo para 2022. E jamais percam este costume. Deixem virar cacoete.

Tiro um exemplo entre muitos que estamos acompanhando durante uma inquisição torturadora, a CPI da COVID19. A CPI tem caráter investigativo e inquisitivo, mas não por isso tem o poder de coagir quem quer que seja. E, ainda, coagir com um fim único e específico, que não é o de procurar a verdade. Seu carma é o de procurar inimigos do establishment, massacrá-los como se fossem insetos indesejados.

Enfim, já sabem. Estes tais “inimigos” são todos com a mesma opinião e pensamento do atual Presidente da República. Ponto final.

Ao longo de uma sessão da CPI, senadores exibiram vídeos nos quais o empresário Fakhoury dá sua opinião contra a eficácia de imunizantes, as vacinas, sobretudo a CoronaVac, protesta sobre uso de máscaras e fala do tratamento precoce. Ele é punido, morto e crucificado por isso. A ele foi dado o direito de defesa. Quando questionado, ele afirma que trata de sua opinião.

Fakhoury também afirmou que não se vacinou contra a Covid-19 porque, segundo o seu médico, ele possui “imunidade alta”. O mesmo que disse Luciano Hang, na quarta-feira passada, quando também esteve sentado no banco dos condenados, mortos e sepultados.

O Senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, rebateu:

“Isso não é liberdade, é crime. Liberdade de opinião é eu torcer para o Flamengo, o senador Tasso torcer para o Ceará. Quando a sua opinião compromete a vida de todos, isso não é liberdade não”. “A todos os brasileiros: não façam como o senhor Fakhoury. Se vacinem”, acrescentou o congressista verdugo.

Enquanto isso, o supremo tribunal brasileiro com cara de venezuelano cassando liminares que suspendem a exigência do passaporte sanitário para entrada em locais públicos.

Enfim, uma total inversão de valores e um crédito absurdo e ignorante em uma suposta ciência inventada pelos inquisidores da CPI, a mesma que aconselha sempre, primeiramente, a duvidar dos experimentos e descobertas para depois coloca-los em prática, ainda mais em se tratando de vidas humanas.

Enquanto isso, que o povo cale a boca ou torça para o Flamengo. Assim falou um de nossos servos representantes, o Senador.

Por Sérgio Mello. Defensor Público no Estado de Santa Catarina

Matéria publicada originalmente no jornal da cidade online

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