Foi encontrado nesta terça-feira o corpo do jornalista Milton Gamez, ex-diretor de núcleo da Editora Três, que publica IstoÉ DINHEIRO. Ele estava desaparecido havia oito dias, desde que saíra para nadar em uma represa em Ibiúna (SP), onde tinha casa. Milton era casado com Suzana Barelli, colunista da DINHEIRO e editora de vinhos da revista Menu, também da Editora Três.Jornalista especializado em economia, negócios, finanças e investimentos, Miltinho, como era chamado pelos colegas, atuou em algumas das principais redações de São Paulo. Iniciou carreira na Gazeta Mercantil, em 1988, onde recebeu o apelido que o acompanharia por toda a vida. Participou do lançamento de dois dos principais veículos de Economia do País, a revista Istoé DINHEIRO, em 1997, e o Jornal Valor Econômico, em 2000. Teve ainda passagens pelas revistas Exame e Harvard Business Review, e pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. “O Miltinho foi uma das principais referências de nossa geração do jornalismo profissional: ético, responsável, arrojado (não, uma característica não briga com a outra) e muito bem escrito!”, afirmou Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três. “Deixa muitas saudades, admiração e verdadeiros amigos aqui na sua principal casa jornalística”.O retorno de Milton Gamez à Editora Três, em 2006, foi para o cargo de editor de economia da IstoÉ, de onde ele retomou a revista que ajudara a fundar, a DINHEIRO. “Miltinho era a alegria de nossas redações. Um profissional extraordinário, um ser humano iluminado, um colega de trabalho que deixa um profundo legado e uma saudade imensa. Com ele os dias eram mais felizes e o jornalismo, mais humano”, diz Carlos José Marques, diretor editorial da Três, para quem o colega era um “irmão de coração, alguém que esteve ao meu lado desde o primeiro momento em que criamos a revista DINHEIRO. O primeiro contratado por mim, um parceiro do sucesso e das batalhas”.Como editor de Finanças e Investimentos da DINHEIRO, criou a coluna Dinheiro em Ação e o caderno Dinheiro do Investidor, que continuam até hoje na publicação. No final de 2009 foi para o cargo de editor-executivo de Negócios Globais da DINHEIRO e, um ano depois, tornou-se diretor de núcleo da Editora Três, responsável pela DINHEIRO, DINHEIRO Rural e Motorshow. Ficou no cargo até 2018. Em seu trabalho, sempre sujeito a pressões de todos os tipos, ele soube preservar o delicado equilíbrio entre a necessidade empresarial e a independência editorial. “Temos de buscar a relevância”, era a frase que usava para definir, em última análise, o que merecia ser submetido à atenção do leitor.Sua saída da redação da DINHEIRO foi também a despedida das redações após quase 30 anos. Na agência FSB Comunicação, voltou a trabalhar com comunicação corporativa, ramo em que atuara entre 2003 e 2006 com a Bgamez Editora. Na FSB, seu último cargo foi o de diretor de núcleo de finanças e serviços, no qual atendia sobretudo clientes do setor financeiro, caso de B3, Banco Bonsucesso, Banco Votorantim, BTG Pactual, FGC, Fundação Dom Cabral e MetLife.“À parte o grande jornalista, Milton Gamez foi um grande ser humano. Pai e esposo dedicado, grande amigo dos amigos e dono de uma generosidade infindável e de um senso de humor inabalável”, afirmou o colega Claudio Gradilone, editor de Finanças da DINHEIRO.A ele, nossas melhores homenagens e uma eterna saudade. E à esposa Suzana, aos filhos Giovanna e Igor, nossos desejos de que encontrem paz e luz nessa hora tão difícil, diz a matéria da ISTOÉ.
OBITUÁRIO – ENCONTRADO O CORPO DO JORNALISTA MILTON GOMES
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