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MUNDO: Republicanos abrem processo de impeachment contra Biden sob alegação de corrupção familiar

por Ornan Serapião
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Republicano acusam Biden de ajudar seu filho Hunter Biden e outros membros da família em supostos negócios irregulares com a China

Após o fim da primeira audiência, iniciada nesta quinta-feira, 28, às 10h (11h em Brasília), os republicanos abriram um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, devido a uma suposta corrupção familiar. As informações são do site Jovem Pan. Eles acusam o mandatário de ter mentido para o povo americano sobre os negócios de seu filho Hunter Biden no exterior e ter usado sua influência quando era vice-presidente dos EUA no governo de Barack Obama (2009-2017) para ajudar seu filho Hunter Biden e outros membros da família em supostos negócios irregulares com a China. As chances de que o processo realmente leve a destituição do norte-americano são baixas, porque os republicanos não possuem maioria no Senado. Para os democratas, essa ação não passa de uma manobra política para desviar a atenção do cerco judicial que pesa sobre o ex-presidente Donald Trump (2017-2021), grande favorito à indicação republicana para as eleições de 2024.

O deputado James Comer, de Kentucky, presidente do comitê, disse no início da sessão que os legisladores têm “uma montanha de evidências” que mostrariam que o atual presidente “abusou de seu cargo público para o benefício financeiro de sua família”. O processo acontece em duas etapas. Na primeira é realizada uma investigação, em que a Câmara de Representantes vota, por maioria simples, os artigos da acusação que detalham os fatos contra o presidente: é o que se conhece como julgamento político, ou “impeachment”. A ala trumpista do Partido Republicano pede, há meses, a abertura de um processo de impeachment contra Biden. Caso a acusação proceda, o Senado, a câmara alta do Congresso, julga o presidente. Se chegar a esta fase, é muito provável que Biden seja absolvido, porque seu partido tem maioria nesta câmara. A Constituição dos EUA estabelece que o presidente pode ser destituído do cargo em um julgamento de impeachment se tiver cometido “altos crimes ou contravenções”.

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden, se declarou inocente de pequenos delitos fiscais em 26 de julho, quando um acordo com promotores federais se desfez em um tribunal de Delaware │RYAN COLLERD / AFP

Os republicanos argumentam, no entanto, que o objetivo do impeachment não é tirar o presidente do cargo, mas sim ampliar a investigação de supostas irregularidades. Essa primeira audiência começou dois dias antes de o governo federal ficar sem fundos para continuar operando a partir da meia-noite do dia 1º de outubro e ter que fechar, o que causaria um grave impacto na economia. A Casa Branca advertiu hoje em comunicado que faltam menos de 60 horas para a paralisação do governo, o que poderia levar a “consequências prejudiciais”, como a perda de empregos, a dispensa de militares e a falta de financiamento para a luta contra o fentanil.

Desde o governo Trump, os republicanos estão de olho nos negócios do filho de Biden, Hunter, acusado de posse irregular de armas e investigado por declarações fiscais irregulares. Os conservadores têm usado Hunter como uma arma para desacreditar Biden, mas até agora não conseguiram provar uma ligação direta entre o presidente e os negócios de seu filho. Biden tenta vencer as eleições do próximo ano, nas quais deverá enfrentar novamente Trump, o qual possui quatro processos na Justiça, dois deles por supostas tentativas de reverter o pleito que perdeu em 2020. Hunter Biden, filho mais novo do presidente e ex-empresário de 53 anos, tornou-se o principal alvo dos republicanos.

O presidente, de 80 anos, sempre apoiou publicamente o filho, que tem um passado de dependências e se encontra envolvido em problemas jurídicos, acusado de porte ilegal de arma de fogo. Nenhum presidente sofreu impeachment na história dos Estados Unidos. Vários foram, no entanto, submetidos a julgamento: Andrew Johnson, em 1868; Bill Clinton, em 1998; e Donald Trump, em 2019 e 2021. Todos foram absolvidos. Richard Nixon preferiu renunciar em 1974 para evitar um possível impeachment pelo Congresso pelo escândalo Watergate.

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