Fattah tem alcance de 1.400 km e sua velocidade antes de atingir o alvo é entre 13 e 15 vezes maior que a do som; país se junta ao exclusivo clube de nações que têm testado esse armamento
O Irã lançou nesta terça-feira, 6, seu primeiro míssil hipersônico e garantiu que ele tem capacidade de bular todas as defesas antimísseis. O míssil hipersônico Fattah, a conquista mais recente da força aeroespacial da Guarda Revolucionária, foi apresentado na presença do presidente Ebrahim Raisi”, anunciou a televisão estatal. A apresentação foi realizada durante um evento que contou com a presença do presidente Ebrahim Raisi e várias autoridades militares estavam no evento, incluindo o comandante da Guarda, general Hossein Salami. O Fattah tem “alcance de 1.400 km e sua velocidade antes de atingir o alvo é de entre 13 e 15 vezes a velocidade do som”, destacou a agência oficial Irna. O presidente iraniano afirmou que o novo míssil “aumentará a capacidade de dissuasão” do Irã e garantiu que “contribuirá para a paz e estabilidade dos países da região”, segundo a agência de notícias iraniana ‘Mehr’. O comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh, qualificou as novas armas como um “grande salto” na capacidade defensiva do país. “Este novo míssil é capaz de burlar todos os sistemas de defesa antimísseis. Seu alvo são os sistemas de defesa antimísseis”, disse Hajizadeh. Com esse lançamento, o Irã se junta ao exclusivo clube dos países que têm testado este tipo de míssil, como os Estados Unidos, China, Coreia do Norte e Rússia, algo destacado por Salami. “Esta tecnologia é desconhecida para a maioria dos países do mundo, mas os especialistas de nosso país a alcançaram”, disse o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana. Os s mísseis hipersônicos voam em uma trajetória baixa na atmosfera, o que dificulta sua interceptação. O país desenvolveu nas últimas quatro décadas uma indústria nacional de armas, devido ao embargo internacional, com especial interesse em mísseis, e tem vários que chegam a 2 mil quilômetros, suficientes para chegar a Israel. Em novembro, a república islâmica anunciou a fabricação do míssil, o que provocou preocupação da Agência Internacional de Enertia Atômica (AIEA) a respeito do programa nuclear iraniano. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que o anúncio não deve influenciar, a princípio, as negociações sobre o programa nuclear do Irã, que estão paralisadas desde 2022 e nas quais as potências ocidentais desejam garantir que o programa não tem uma dimensão nuclear militar. No final de maio, Teerã apresentou um novo míssil com alcance de 2 mil quilômetros e ogiva de 1,5 mil quilos, equipado com motores a combustível líquido e mais preciso que as versões anteriores. Os mísseis balísticos iranianos são uma fonte de preocupação para EUA, Europa e alguns países do Oriente Médio, embora as autoridades de Teerã digam que eles têm apenas um papel defensivo e dissuasor. A apresentação do míssil coincide com a reabertura hoje das missões diplomáticas iranianas na Arábia Saudita, depois de os dois países rivais terem chegado a acordo em março para normalizar suas relações diplomáticas com a mediação chinesa após sete anos de ruptura.
JP com agências internacionais