Judith Raanan e sua filha Natalie, as duas reféns liberadas pelo Hamas nesta sexta-feira, 20, já estão em Israel, afirmou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “O governo de Israel, as Forças de Defesa de Israel e todo sistema de segurança continuarão a operar com o melhor de suas habilidades e esforços para localizar todos os reféns e devolvê-los para casa”, diz o comunicado. As duas estavam com os terroristas desde o dia 7 de outubro, quando a guerra no Oriente Médio começou. Elas foram libertadas nesta sexta após os esforços do governo do Catar. “Em resposta aos esforços do Catar, as Brigadas Al-Qassam libertaram duas cidadãs americanos (uma mãe e sua filha) por razões humanitárias e para provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e sem fundamento”, diz a nota do grupo.
Diante do anúncio e confirmação do Exército de Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se manifestou e disse estar muito contente com a libertação das mulheres. “Hoje conseguimos a libertação de duas americanas feitas reféns pelo Hamas durante o terrível ataque terrorista contra Israel em 7 de outubro”, afirmou o presidente americano em um comunicado. “Nossas compatriotas viveram uma experiência terrível nestes últimos 14 dias e estou muito contente de que, em breve, vão se reunir com sua família”, acrescentou. Biden agradeceu ao Catar, que sedia um escritório político do Hamas, e que anteriormente negociou acordos entre o grupo palestino e Israel, bem como ao governo israelense “por sua associação” nas negociações para sua libertação. O presidente prometeu que seu governo seguirá trabalhando para a libertação de outros americanos retidos pelo Hamas, cujo número exato é desconhecido. “Não vamos parar até trazer para casa seus entes queridos”, disse. Na semana passada, Biden se reuniu com alguns familiares dos reféns do Hamas.
O Comitê da Cruz Vermelha diz ter ajudado a libertar reféns do Hamas, segundo comunicado, e o Hamas afirma colaborar com ‘mediadores’ para libertar reféns ‘civis’. O grupo “trabalha com todos os mediadores envolvidos para aplicar a decisão do movimento de encerrar o caso dos [reféns] civis, se as condições de segurança apropriadas permitirem”, assinalou o Hamas em um comunicado após a libertação de duas americanas. Em entrevista aos jornalistas, o porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, disse que o “Hamas apresenta-se ao mundo neste momento como alguém que liberta reféns por razões humanitárias, mas na realidade, estamos a falar de um grupo terrorista assassino, que neste momento mantém bebês, crianças, mulheres e idosos em cativeiro”, e afirma que vai continuar se preparando par as próximas etapas dos combates, divulgadas nesta sexta pelo ministro da Defesa Yoav Gallant.
Pela manhã, o governo de Israel já tinha informado que a maioria dos reféns estava vivos. “Dos aproximadamente 200 reféns que se encontram atualmente detidos na Faixa de Gaza, mais de 20 são menores de idade, entre 10 a 20 têm mais de 60 anos, e a maioria deles está viva”, afirmaram os militares em comunicado. De acordo com o porta-voz militar, Daniel Hagari, “os esforços relacionados aos reféns são uma prioridade nacional” e que “o Exército e Israel trabalha dia e noite para libertá-los”. O conflito entre Israel e Hamas chegou ao 14º dia nesta sexta e já deixou mais de 4.137 0 mortos em Gaza e mais de 1.400 no território israelense. Judith e Natalie Raanan são de cidadania norte-americana e moram em Evanston, Illinois. Segundo a imprensa israelense, elas foram ao país neste mês para comemorar o 85º aniversário de um parente e o feriado judico. Elas estavam em Nahal Oz, um Kibutz em israel, próximo da fronteira de Gaza e onde o ataque do Hamas começou. Natalie, de 18 anos, acabou de se formar no ensino médio e estava ansiosa com essa viagem. Elas eram duas dos 199 sequestrados que foram levados pelo Hamas. (JP)