O ditador Nicolás Maduro adotou um tom conciliatório em relação à disputa territorial entre Venezuela e Guiana, declarando que ambos os países precisam “sentar e conversar” sobre Essequibo. O presidente venezuelano fez a declaração em uma publicação no X (antigo Twitter) após uma conversa com o presidente Lula (PT) neste sábado, 9. “A Guiana e a ExxonMobil terão que dialogar conosco. Queremos paz e compreensão”, afirmou o líder venezuelano. Ele destacou a opção pelo diálogo direto com a Guiana, apesar de reclamar da revogação do Acordo de Genebra por parte das autoridades guianenses. Maduro acusou a Guiana de ameaçar construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA e reforçou a defesa da Guiana Essequiba pelo povo venezuelano. Essa mudança no discurso ocorre após o líder socialista realizar um plebiscito sobre a anexação do território vizinho, desconsiderando a proibição da Corte Internacional de Justiça, e divulgar um novo mapa que incorpora Essequibo à Venezuela.
Por mais de um século, Venezuela e Guiana disputam o território de Essequibo, na América do Sul. Sob controle guianense desde o fim do século 19, a região abriga 125 mil pessoas. Ambos os países reivindicam direitos baseados em documentos internacionais. A Guiana sustenta sua propriedade com base em um laudo de 1899, emitido em Paris, que estabeleceu as fronteiras atuais quando a Guiana era um território britânico. A Venezuela alega a posse com base em um acordo de 1966 com o Reino Unido, antes da independência da Guiana, anulando o laudo arbitral e estabelecendo bases para uma solução negociada. (JP)