Apesar do acordo firmado ontem entre Israel e o grupo islamista Hamas para enviar medicamentos aos reféns israelenses e fornecer ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, o Exército israelense intensificou os seus bombardeios no sul do enclave palestino, onde se espera a entrega de medicamentos aos reféns israelenses em troca de ajuda humanitária aos habitantes de Gaza, no âmbito de um novo acordo. O Hamas indicou que pelo menos 81 pessoas morreram durante a noite na Faixa de Gaza, onde a situação é “catastrófica” segundo a ONU, em pleno inverno. A guerra entre Israel e Hamas já passa dos 100 dias. Ela começou em 7 de outubro o sul de Israel, quando o Hamas atacou o país e deixou cerca de 1.140 mortos do lado israelense, a maioria deles civis.
Na terça-feira, 16, o Ministério das Relações Exteriores do Catar divulgou que Israel e o grupo islamista Hamas chegaram a um acordo para enviar medicamentos aos reféns israelenses e fornecer ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza. A mediação conjunta do Catar e da França foi fundamental para o sucesso das negociações. O porta-voz do Ministério, Majed al Ansari, anunciou que o acordo prevê a entrega de medicamentos para os reféns israelenses em troca do envio de uma carga de ajuda humanitária para os civis da Faixa de Gaza. Essa iniciativa busca amenizar a situação de crise humanitária que assola a região. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha saudou o acordo e afirmou que seria “um momento de alívio muito necessário”. Uma fonte de segurança egípcia disse na manhã desta quarta-feira que um avião do Catar chegou a El Arish, no Egito, “carregado de remédios”.
A violência desencadeada em 7 de outubro também se espalhou pela Cisjordânia ocupada, onde sete pessoas morreram em ataques israelenses nesta quarta-feira, segundo os serviços de emergência e o Exército. De acordo com o Crescente Vermelho palestino, um ataque israelense matou quatro pessoas no acampamento de refugiados de Tulkarem pela manhã. Em um ataque separado perto do acampamento de refugiados de Balata, ao leste da cidade de Nablus, a agência de notícias oficial palestina Wafa relatou a morte de três homens. O Exército israelense afirmou que Ahmed Abdullah Abu Shalal, descrito como chefe de uma “célula terrorista”, foi morto, evitando assim um “ataque terrorista” que ele planejava. Outra área de tensão é o Mar Vermelho. O Exército dos Estados Unidos bombardeou, na terça-feira, um local no Iêmen a partir do qual os rebeldes huthis, que multiplicaram os seus ataques a navios que consideram vinculados a Israel, se preparavam para lançar quatro mísseis.
JP com informações da AFP