O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian, advertiu neste domingo, 22, os governos dos Estados Unidos e de Israel que a situação pode ficar “incontrolável” no Oriente Médio se os dois países “não acabarem imediatamente com os crimes contra a humanidade e o genocídio em Gaza“. “Hoje a região é como um barril de pólvora (…) Gostaria de alertar os Estados Unidos e o regime fantoche israelense que se não acabarem imediatamente com os crimes contra a humanidade e o genocídio em Gaza, tudo é possível a qualquer momento e a região ficaria incontrolável”, afirmou o chanceler iraniano em uma entrevista coletiva conjunta com a homóloga sul-africana Naledi Pandor.
A comunidade internacional teme um agravamento e a propagação da guerra iniciada em 7 de outubro entre o grupo islamista palestino Hamas e Israel, com o aumento dos confrontos entre o grupo libanês Hezbollah e o Exército de Israel, na fronteira com o Líbano. O governo dos Estados Unidos reforçou sua presença na região, com a mobilização de um segundo porta-aviões para “dissuadir ações hostis contra Israel ou qualquer esforço direcionado a ampliar a guerra após os ataques do Hamas”. O ministro iraniano advertiu que “qualquer erro de cálculo durante o conflito, o genocídio, o massacre e a migração forçada dos habitantes de Gaza e Cisjordânia podem ter graves consequências para a região e para os interesses dos países agressores”. Pandor fez um apelo à comunidade internacional para que “preste mais atenção” à difícil situação dos palestinos no âmbito do que chamou de “vergonhosa” ofensiva contra Gaza.
O conflito começou após uma operação sem precedentes de combatentes do Hamas que invadiram o território israelense e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis. Os bombardeios de represália de Israel mataram mais de 4.600 pessoas, a maioria civis, segundo autoridades de Saúde do movimento islamista Hamas, que governa Gaza desde 2007. Pouco depois do ataque, o Irã celebrou a ofensiva, mas insiste que não se envolveu na ação, na qual mais de 200 pessoas foram sequestradas.
Com informações da agência AFP e JP