O Governo dos Estados Unidos advertiu Israel nesta quarta-feira, 8, sobre a tomada da Faixa de Gaza. Em declaração à imprensa após a reunião do G7, realizada no Japão, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu a Israel que não volte a ocupar o território palestino, do qual os israelenses saíram de modo unilateral em 2005. Ele destacou que não deve ocorrer “nenhuma reocupação de Gaza após o conflito”. O presidente Joe Biden “mantém a posição de que a reocupação das forças israelenses não é adequada”, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby. “Há algo sobre o que não há absolutamente nenhuma dúvida: o Hamas não pode fazer parte da equação”, acrescentou. No começo da guerra, quando essa possibilidade surgiu, Biden já havia alertado Israel que seria uma “grande erro” voltar a ocupar Gaza.
O posicionamento é uma resposta ao pronunciamento feito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em que ele afirmou que o Exército israelense continuaria no enclave palestino pelo tempo que fosse necessário. “Acho que Israel terá, por um período indeterminado de tempo, a responsabilidade geral pela segurança, porque já vimos o que acontece quando não a temos”, disse Netanyahu em um trecho de uma entrevista à rede americana de televisão “ABC News”. “Quando não temos essa responsabilidade pela segurança, o que temos é uma erupção do terror do Hamas em uma escala que não poderíamos imaginar”, acrescentou. Perguntado sobre quem deveria governar Gaza após o fim da guerra, o primeiro-ministro israelense respondeu: “aqueles que não quiserem seguir o caminho do Hamas”.
Nesta quarta, Ron Dermer, ministro israelense de Assuntos Estratégicos, afirmou em entrevista ao canal americano MSNBC que a fala de Natanyahu não se refere ocupar Gaza. “Estamos totalmente fora de Gaza há 17 anos e nos devolveram um Estado terrorista. É óbvio que não podemos repetir isto”, declarou Dermer, que participa como observador no gabinete de guerra de Israel. “Quando o Hamas não estiver mais no poder, Israel deverá ter uma responsabilidade geral de segurança por um período indefinido”, explicou, seguindo a linha de discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ao ser questionado sobre como o país exercerá a responsabilidade, Dermer respondeu que a questão ainda está em aberto, mas garantiu que “não será uma ocupação”. (JP)