A autoridade eleitoral venezuelana confirmou nesta quarta-feira (29) a decisão de cancelar o convite à União Europeia (UE) para atuar como observadora nas eleições presidenciais de 28 de julho. A decisão veio após o bloco solicitar a reconsideração da medida, o que foi qualificado como “hostil” pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Elvis Amoroso, presidente do CNE e aliado do governo, declarou que a UE fez considerações que são de competência exclusiva dos venezuelanos. Ele chamou o bloco europeu de “ator agressivo e tendencioso”, acusando-o de tentar interferir nas decisões do país-sul-americano. Na terça-feira (28), a União Europeia lamentou a revogação do convite e pediu ao CNE que reconsiderasse sua decisão. Em resposta, Amoroso afirmou que as decisões do CNE são tomadas com base na soberania nacional e que a revogação do convite se deve à atitude hostil do bloco contra a Venezuela. Em maio, a União Europeia manteve sanções contra 50 funcionários venezuelanos, mas suspendeu temporariamente as restrições contra Amoroso e outros três ex-diretores do CNE. O presidente do conselho havia chamado a suspensão das sanções de “chantagem”. Além da UE, a Venezuela convidou o Centro Carter, os Brics e a União Africana para observar as eleições. O presidente Nicolás Maduro buscará um terceiro mandato, o que o manteria no poder por 18 anos. Seu principal adversário é Edmundo González Urrutia, representante da principal aliança de oposição, substituindo María Corina Machado, que foi inabilitada pela Justiça. A UE enviou uma missão em 2021 para as eleições de prefeitos e governadores na Venezuela, que identificou melhorias no sistema de votação, mas também apontou irregularidades. A presença do bloco europeu terminou abruptamente após Maduro acusar a UE de abrigar “inimigos” e “espiões”. (JP)
MUNDO DA POLÍTICA: Venezuela retira convite para observadores da União Europeia nas eleições
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