O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela declarou que o candidato opositor Edmundo González Urrutia está em desacato por não ter comparecido à corte quando convocado. Além disso, ele não apresentou as provas solicitadas após as eleições presidenciais de 28 de julho, que a oposição alega serem fraudulentas. O tribunal também anunciou que realizará uma “perícia” das evidências coletadas em um recurso apresentado pelo presidente Nicolás Maduro, que busca validar sua vitória para um terceiro mandato de seis anos. Caryslia Beatriz Rodríguez, presidente do TSJ, destacou que a ausência de González Urrutia é uma violação da ordem de citação, enfatizando que as decisões da corte devem ser cumpridas. O tribunal, que enfrenta críticas da oposição por supostamente favorecer o governo, convocou os candidatos após aceitar um recurso de Maduro, em meio a alegações de irregularidades nas eleições.
Em um vídeo, González Urrutia fez um apelo pelo fim da violência e pela libertação de cidadãos que foram detidos de forma arbitrária, referindo-se aos conflitos que ocorreram após as eleições, resultando em 24 mortes e 2.200 prisões. Ele optou por não comparecer à corte, temendo por sua segurança, e afirmou que sua presença poderia torná-lo vulnerável a represálias. A oposição divulgou documentos que, segundo eles, comprovam a vitória de Urrutia, mas o governo desqualifica essas evidências como fraudulentas. O Conselho Nacional Eleitoral declarou Maduro como vencedor com 52% dos votos, mas não apresentou detalhes sobre o escrutínio, alegando que seu sistema foi alvo de um ataque cibernético. A oposição sugere que qualquer negociação futura com o governo deve incluir o reconhecimento dos resultados que favorecem González Urrutia e uma transição pacífica de poder.