A Justiça britânica decidiu, nesta terça-feira (26), adiar a decisão sobre a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. Os juízes do Supremo Tribunal de Londres estipularam um prazo de três semanas para que as autoridades americanas apresentem “garantias” em relação ao tratamento que os americanos reservariam a Assange, fundador do WikiLeaks. Assange, de 52 anos, foi preso em 2019 pela polícia Metropolitana de Londres, acusado pelo vazamento de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos. De acordo com o resumo da decisão, o adiamento pretende para garantir que Assange não seja condenado à pena de morte e seja beneficiado pela Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão.
Os juízes decidiram que, caso o tempo estimado não seja obedecido ou “se estas garantias não forem apresentadas”, Assange poderá recorrer de sua extradição, que foi aceita pelo governo britânico em 2022. Ainda segundo a corte britânica, se essas garantias forem oferecidas ao jornalista, no próximo dia 20 de maio, uma nova audiência será realizada e, assim, os juízes irão determinar se são ou não satisfatórias e se Assange poderá ou não se beneficiar com um último recurso de sua extradição. O jornalista poderá recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para suspender a extradição, caso haja derrota. Assange pode ser condenado a pena de até 175 anos de prisão, sob acusação de divulgação de documentos confidenciais. O fundador do WikiLeaks vazou mais de 700 mil arquivos sobre as atividades militares e diplomáticas sobre os EUA, em especial no Iraque e no Afeganistão. Organizações como Anistia Internacional e Repórteres Sem Fronteira estão entre as entidades que lutam pela inocência e liberdade de Assange.
Publicado por Tamyres Sbrile/JP