Por Olívia Coutinho
Estamos no segundo Domingo da Quaresma, nos preparando para a Páscoa do Senhor Jesus. Junto com a vivência quaresmal, refletimos também sobre a Campanha da Fraternidade, que neste ano nos convida a contemplar a criação com um olhar de cuidado e responsabilidade, sob o tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). É a Igreja no Brasil nos exortando a cuidar da Casa Comum, promovendo uma cultura de respeito à vida em todas as suas formas, numa resposta de amor ao Criador.
O Evangelho deste Domingo nos apresenta a belíssima cena da Transfiguração do Senhor, um momento de revelação que iluminou a caminhada de fé dos discípulos e também a nossa:
“Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias.”
Ao contemplarmos esse mistério, podemos perceber que a Transfiguração não foi apenas um espetáculo glorioso, mas uma manifestação da plenitude divina em Jesus, que antecipava a vitória da Ressurreição. Pedro, João e Tiago tiveram o privilégio de testemunhar essa revelação da glória de Jesus. Eles, que estavam entristecidos com o anúncio da Paixão, puderam compreender que a cruz não seria o fim, mas a passagem para a glória eterna.
Pedro, tomado pelo encantamento, expressa seu desejo de permanecer ali: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.” Esse desejo de Pedro é compreensível, pois, diante da beleza divina, o coração humano deseja permanecer na segurança e no conforto. No entanto, Jesus nos ensina que a fé não pode ser vivida apenas na contemplação, mas precisa se traduzir em gestos concretos de amor e serviço.
Assim como Pedro, muitas vezes buscamos refúgio em nossas “tendas”, evitando o confronto com as dores e desafios do mundo. No entanto, a experiência da Transfiguração nos chama a descer da montanha e voltar à planície, isto é: a realidade cotidiana, onde nossa fé deve se tornar ação. Quantos irmãos e irmãs vivem desfigurados pela dor, pela injustiça e pelo abandono? O brilho da glória de Jesus que contemplamos na oração deve nos impulsionar a sermos luz para aqueles que caminham nas sombras do sofrimento.
A voz do Pai ecoa na montanha: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que Ele diz!” Eis o grande chamado para nós: escutar Jesus, deixar que sua Palavra transforme nossa vida e nos torne testemunhas do Evangelho no mundo. Não basta admirar a beleza da Transfiguração; é preciso deixar-se transfigurar por Jesus, assumindo o compromisso de viver segundo os valores do Reino.
Que as nuvens escuras da vida, não ofusquem o brilho do rosto transfigurado de Jesus em nós. Abramos o coração a essa luz, certos de que ela será o farol que iluminará nossos caminhos nos momentos de escuridão.
Aproveitemos este tempo de graça para revisar o quanto há de luz e sombras em nossa vida e nos prontifiquemos a sermos reflexos da luz de Cristo no mundo a tirar da escuridão muitos corações sombrios…
TE DESEJO UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS O ABENÇOE!
FIQUE NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho
MENSAGEM DO DIA > “ESTE É O MEU FILHO, O ESCOLHIDO, ESCUTAI O QUE ELE DIZ!”
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