Por Olívia Coutinho
Neste quarto Domingo da Quaresma, conhecido como Domingo da alegria, sinalizando a proximidade da Páscoa, já podemos alargar um pouco mais os nossos passos, pois já conseguimos enxergar além da cruz! A estas alturas da nossa caminhada Quaresmal, muitas coisas nos foram esclarecidas, tomamos consciência de que o sofrimento de Jesus e a sua ressurreição não ficaram no passado, pois Jesus continua padecendo na cruz, na pessoa dos muitos irmãos esquecidos pelas periferias da vida e ressuscitando, a cada vez que resgatamos um desses irmãos… Aprendemos muito neste tempo reflexivo, mas ainda há muito o que aprender, afinal, temos uma missão desafiadora pela frente: dar continuidade à missão de Jesus no meio em que vivemos. A liturgia deste tempo, muito nos provocou, nos fez chegar a seguinte conclusão: Não podemos viver de qualquer jeito, precisamos viver do jeito de Jesus, sem fugirmos das cruzes, sem buscarmos atalhos pra encurtar o caminho… A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho deste Domingo, apresenta- nos Jesus como a Luz que veio dissipar as trevas da nossa vida. Enquanto caminhava com seus discípulos, Jesus vê um cego de nascença e se compadece dele. E como naquela época, a ideia religiosa dominante, induzia o povo a acreditar que a doença era castigo de Deus, consequência do pecado do doente ou de seus pais, os discípulos perguntaram a Jesus: “Mestre, quem pecou para que nascesse cego: ele ou seus pais? Jesus, que gostava de aproveitar todas as oportunidades para ensinar os discípulos, corrige esse modo errôneo de pensar, dizendo: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto serve para que as obras de Deus se manifestem nele.” No ato de devolver a visão aquele que era cego, libertando-o das correntes que o aprisionava, como a cegueira e o preconceito, é manifestado na ação misericórdia de Jesus a obra do Pai. O episódio da cura deste cego de nascença, é cheio de simbolismo, mostra-nos que a lama externa, não consegue encobrir a essência divina presente numa pessoa, basta lavá-la, para que a essência divina aflore nela. O cego de nascença, representa todos aqueles que vivem na escuridão porque ainda não conheceram a Luz, pessoas que são impedidas de serem elas mesmas… E nós, como estamos vivendo? Estamos a caminho da “piscina” de “Siloé” com o propósito de retirar a “lama” dos nossos olhos? Ou preferimos continuar tateando por aí, com os nossos olhos vendados pela a falta de fé, correndo o risco de cairmos em “piscinas” vazias e nos machucar seriamente? Qual é o Jesus que queremos enxergar, o Jesus bonzinho que idealizamos quietinho lá no céu? Se assim for, perdemos a oportunidade de fazer a experiência do Jesus verdadeiro, o Jesus próximo de nós, que nos incomoda, que nos desinstala, que quer nos quer ver sempre em movimento carregando a nossa cruz de cada dia, estendendo nossas mãos para os “cegos” gerados pela sociedade… Não podemos viver na incerteza, como aquele povo que questionou a cura do cego, que alegou ser uma infração, algo contra à lei, por aquela ação misericordiosa de Jesus, ter sido realizada em dia de sábado, como se para fazer o bem, houvesse dia e hora… Que possamos neste tempo Quaresmal, nos banhar por inteiros na piscina de “Siloé” e de lá, saímos limpos, com o Espírito renovado, prontos para assumirmos de vez a nossa missão. Meu irmão e minha irmã, aproveitemos, pois, estes dias que nos separa da grande Festa da vida, para revisar o quanto há de luz e sombra em nossa vida, pois ainda há tempo de abandonarmos tudo o que nos impede de aproximarmos da Luz… DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho