Por Olívia Coutinho
O evangelho proposto para a nossa reflexão neste 23ºDomingo do Tempo Comum, começa dizendo, que Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galiléia, atravessando a região da Decápole. Decápole, era uma região de miseráveis, ou seja, de pessoas que foram colocadas na miséria pelos os exploradores. Jesus não passou ali, por acaso, passar por ali, significava que aquela região, já estava em seus planos, pois onde estavam os sofredores, estava Jesus…
Ao olhar para o céu e suspirar, Jesus mostra a sua conexão com o Pai, de onde vem toda a cura. Quando Ele diz “Efatá”, que quer dizer: “Abre-te”, o milagre acontece instantaneamente: um homem que era surdo e mudo é curado e começa a falar corretamente. Este episódio, nos revela o amor infinito de Jesus, um amor que não apenas cura fisicamente, mas também restaura a dignidade e a capacidade de comunicação do homem com os outros e com Deus.
O texto vem nos mostrar, através de uma cura, um Deus comprometido com a vida, um Deus libertador que coloca a vida humana como sua prioridade…
A narrativa confirma, que o amor de Deus, manifestado nas ações misericordiosas de Jesus, não tem fronteira, foi este amor sem limites, que levou Jesus a quebrar as muralhas do preconceito, reafirmando, dentro de um território pagão, que Ele havia vindo para todos.
Abrindo os ouvidos de um surdo e soltando a sua língua, Jesus devolve a dignidade e a liberdade à aquele homem que vivia às margens da sociedade, sem ouvir e sem falar… Por sua vez, este homem, ao ser curado, vibra de alegria diante as maravilhas que Deus realizou à seu favor. E mesmo tendo sido recomendado por Jesus, para não espalhar o acontecido, ele não conseguiu guardar só para si, tamanha alegria! Livre da surdez, que o impedia de viver socialmente, aquele homem, agradecido, retoma o caminho da vida, no seguimento a Jesus…
Vivemos numa cultura geradora de surdos e de mudos, pessoas impedidas de ouvir e de falar. Como seguidores de Jesus, devemos quebrar as correntes da exclusão, sendo a voz destes marginalizados a clamar por justiça.
Quem carrega dentro de si, um pouco do amor de Jesus, sente necessidade de partilhar a vida, de se fazer caminho de libertação para o outro.
Em sua missão, Jesus iniciou uma nova criação, hoje, Ele passa para nós, a responsabilidade de dar continuidade a esta sua missão libertadora, devolvendo a dignidade aos tantos irmãos mutilados por esta sociedade excludente que tenta a todo custo, abafar o grito dos excluídos.
Não podemos esquecer: no rosto dos excluídos, está estampada a imagem desfigurada de Jesus, o que deixamos de fazer em favor destes, é a Jesus que deixamos de fazer
DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS O ABENÇOE!
FIQUE NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho