Por Olívia Coutinho
A palavra de Deus, que chega até a nós, no evangelho deste Domingo, apresenta-nos a parábola do administrador desonesto. Através desta parábola, Jesus faz uma triste constatação: “Os filhos do mundo, são mais espertos do que os filhos da Luz.” Jesus coloca um administrador desonesto simbolizando os filhos do mundo, em contraste com os “filhos da Luz.” Entretanto, Ele apresenta a esperteza deste filho do mundo, como algo a ser exercitado pelos os filhos da luz. Não devemos interpretar este texto ao pé da letra, se assim fizermos, vamos chamar Jesus de incoerente, achar que Ele elogia a desonestidade. É importante termos em mente: Jesus não coloca o personagem desta parábola, como modelo a ser seguido, Ele não elogia a desonestidade e sim, a astúcia de alguém que encontra meios tão rápidos para garantir a sua estabilidade na vida. Com isto, Jesus quer nos conscientizar, de que nós, chamados por Ele de filhos da Luz, não podemos viver na passividade e nem sermos morosos em nossas atitudes, principalmente em se tratando da prática da justiça. Jesus elogiou a agilidade de uma pessoa determinada a sair rapidamente de uma situação que lhe era desfavorável. É essa atitude, que nós devemos ter, principalmente em relação ao pecado. Devemos ser rápidos para sairmos das situações de pecado, afinal, não sabemos a que dia e hora que o Senhor virá nos chamar a prestarmos conta da nossa administração. Todos nós somos responsáveis pela a administração dos bens de Deus, a começar pela a nossa vida, que pertence a Ele e não, a nós… Jesus nos exorta: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos.” A princípio, estas palavras, podem nos assustar, mas se meditadas com mais profundidade, vamos entende-la facilmente. Ao que tudo indica, dinheiro injusto para Jesus, é aquele dinheiro que acumulamos, que vai além das nossas necessidades. O dinheiro que acumulamos, é traiçoeiro, pois ele nos leva ao consumismo, a depositar a nossa segurança nele e não em Deus. Esse dinheiro é injusto, porque ele nos escraviza, nos leva à Injustiça de dar-lhe a honra que é devida somente a Deus. Quando colocamos o dinheiro, como o senhor da nossa vida, ele acaba nos tirando a vida ao nos tirar de Deus. O administrador desonesto, usou o dinheiro injusto para fazer amigos que o acolhesse aqui na terra, já, nós, devemos dar um destino justo ao dinheiro injusto, fazendo amigos que nos leve ao céu, colocando-o não somente a nosso serviço, como também, a serviço do outro, isto é: dos pobres. “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e me deram de beber, era estrangeiro e me acolheram, estava nu e me vestiram…” Mt25,35-36. Ao trocar os bens passageiros pelos os bens duráveis, o administrador desonesto, deu um passo certeiro na vida. Ficou claro, que ele agiu com esperteza, mas se olharmos por um outro ângulo, vamos perceber que ao se converter pela a razão, ele dá o primeiro passo para a conversão do coração, pois ele passa a valorizar as pessoas. Antes, ele trocava as pessoas pelo o dinheiro, depois que se viu em apuros, ele faz o inverso, troca o dinheiro pelas pessoas, por conveniência é claro, mas isto já é um indicativo de mudança de mentalidade. É esta rapidez de raciocínio, que Jesus gostaria que todos nós tivéssemos em relação as coisas de Deus. Através desta história, Jesus nos alerta também, sobre o perigo de nos tornarmos reféns do dinheiro. O dinheiro em excesso, nos induz ao consumismo, que é o motor alimentador deste sistema econômico injusto que aí está, um sistema gerador de excluídos, que descarta os que não produzem, os que não dão lucro… Não sejamos ingênuos de achar que Jesus condena o dinheiro, Jesus não condena o dinheiro, afinal, precisamos do dinheiro para a nossa sobrevivência. O que Jesus condena, é o mau uso do dinheiro, o lugar que o colocamos na nossa vida e a forma ilícita de adquiri-lo. Jesus nos convida a sermos agentes de um mundo novo, de um mundo alicerçado na justiça que é a base sólida sobre a qual construímos a nossa morada no céu… DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho