Por Olívia Coutinho
Neste segundo Domingo do Advento, somos convidados a deixarmos para trás, todos os nossos desalentos para nos envolvermos num clima de festa, de expectativa pela vinda do Senhor Jesus que já está no meio de nós, mas que às vezes, não nos damos conta desta tão grande maravilha!
Jesus não está distante de nós, Ele não é uma história, nem uma teoria, Jesus é presença viva de Deus, no meio de nós, manifestando constantemente dentro da nossa realidade…
Todos os dias, Jesus bate na porta do nosso coração, mas são muitos os entraves que impede a sua entrada na nossa vida, um deles, é o nosso coração estar ocupado com as coisas do mundo.
Este tempo reflexivo, nos sugere uma desaceleração dessa nossa correria do dia a dia, para que possamos fazer um retiro interior e a partir daí, nos reorganizarmos interiormente, eliminando tudo que está ocupando o lugar que é de Jesus, na nossa vida.
No evangelho que a liturgia desta festa, nos apresenta, Jesus nos convida a tomarmos consciência da importância de intensificarmos a nossa vigilância, de buscarmos continuamente a nossa conversão.
O texto nos apresenta a figura de João Batista, o profeta que veio realimentar a esperança do povo, daqueles que já haviam perdido a esperança no humano.
João Batista, aparece no deserto, isto é: na periferia, fora do palco do poder, da fama, sua forma de vestir e de se alimentar, mostrava a sua autonomia, a sua independência diante os poderes políticos e religiosos sob os quais, o povo era submetido. João foi o maior de todos os profetas, sua vida foi marcada por grandes contrastes: vivendo o silencio do deserto e ao mesmo tempo movendo multidões! O próprio Jesus o reconheceu como sendo ele, o maior dentre todos os nascidos de mulher, (Lc 7,28). Em suas pregações, João, convidava todos a uma mudança de vida, apesar de ele pregar no deserto, pessoas de todos os lugares, iam ao seu encontro, para ouvi-lo e serem batizados por Ele, (batismo de conversão) inclusive os fariseus e saduceus, que se diziam filhos de Abrão. Mas João, não se deixava enganar por estes, ele sabia muito bem, da falsidade que transitava em seus corações, por isto, ele era duro com esses inimigos do projeto de Deus:” Raça de cobras venenosas quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão.” Com estas severas advertências, o profeta critica a fé teórica dos fariseus e saduceus, lembrando-nos, que, o que vai nos identificar diante do Senhor, serão as nossas atitudes, nossas ações concretas e não, as práticas religiosas: ritos, preceitos… João Batista, teve uma significante participação na história da Salvação, ele é uma das figuras mais relevantes do advento, foi ele quem abriu o caminho para a entrada do Divino no coração do humano, quem preparou o povo para acolher a manifestação de Deus, na pessoa de Jesus.
Uma das grandes virtudes que marcou a vida de João Batista foi a humildade, ele sempre se colocou no lugar de mensageiro, não aproveitou de seu prestígio junto ao povo, para se alto-promover, reconheceu a sua pequenez diante a grandiosidade de Jesus: ”E eu não sou digno nem de tirar-lhe as sandálias. ”
João Batista, o profeta que aplainou o caminho do Senhor, com sua pregação e o seu testemunho de vida, foi um grande exemplo de quem viveu exclusivamente a vontade de Deus, ele não se acomodou nas tradições do seu povo, pelo o contrário, buscou algo novo, fazendo-se anunciador de um tempo novo!
Imitemos este grande profeta, sendo a voz dos mais fracos, manifestando contra tudo o que gera morte, tudo que insiste em manter os caminhos tortuosos como expressão de valores.
Façamos como João Batista, abramos o caminho para a entrada de Jesus no coração daquele que ainda não experimentou a alegria de conhecê-lo, de se deixar guiar por Ele…
DESEJO A TODOS UM SANTO DOMINGO!
QUE DEUS OS ABENÇOE!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho