Por Olívia Coutinho
Neste II Domingo da Páscoa, também chamado de Domingo da Divina Misericórdia, somos chamados a renovar a nossa fé, mediante ao Cristo Ressuscitado, tornando-nos também, misericordiosos uns para com os outros como Ele é misericordioso conosco. Misericórdia, foi o ponto central da vida de Jesus, suas palavras e ações, deixavam transparecer a sua infinita misericórdia.
Misericórdia e perdão, são duas palavras distintas, mas, na vida, elas estão intimamente ligadas, afinal, não existe perdão sem misericórdia e nem misericórdia sem perdão.
Na liturgia de hoje, nos é apresentada, a comunidade de Homens Novos que nascem da cruz e da ressurreição de Jesus que é a Igreja! É missão da Igreja, revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição de Jesus… O evangelho contextualiza os discípulos reunidos de portas fechadas, postura de quem está com medo. E mesmo com as portas fechadas, Jesus entra, coloca-se no meio deles e os saúda dizendo: “A paz esteja convosco.” Depois de transmitir-lhes a sua paz, Jesus sopra sobre os discípulos, o Espírito Santo. Foi a partir de então, que eles, cheios do Espírito Santo, se libertam do medo que os aprisionava. É importante ressaltarmos: a paz do Cristo Ressuscitado, não isentou os discípulos da cruz, mas deu a eles e a todos os redimidos pelo o seu sangue, a força e a coragem para assumirem os desafios da missão.
Ao soprar o Espírito Santo sobre os discípulos, Jesus faz recordar o sopro do Criador, dando vida a criatura humana, gesto que o Ressuscitado repete como início de uma nova criação!
“Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhe serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhe serão retidos.” Jesus concede o poder de “perdoar pecados” a um grupo específico de pessoas, que eram os apóstolos e que hoje são os sacerdotes ordenados… É Deus quem tem o poder de perdoar pecados, Jesus recebe este poder e o concede à sua Igreja através dos apóstolos, trata-se do sacramento da reconciliação. É importante entendermos: “pecados retidos” não significa uma condenação e sim, um renovado apelo à conversão…
No sopro do Espírito Santo, sobre os discípulos, é expressa a criação renovada, é o Espírito Santo que recria a comunidade dos apóstolos (enviados) e descerra suas portas para a missão! Os apóstolos, só conseguiram tomar atitudes corajosas para anunciar o evangelho, depois de receberam o Espírito Santo.
O Texto nos fala também, da incredulidade de Tomé. Muitos de nós, vemos Tomé como um homem sem fé, o próprio Jesus o exortou dizendo: “Não sejas incrédulo, mas fiel”! Além do mais, Tomé não aderiu a fé, quando os discípulos atestaram terem visto Jesus, ele não acreditou no testemunho deles, pretendendo uma constatação pessoal. Esta postura de Tomé simboliza todos os que precisam ver para crer.
A figura de Tomé, à princípio, ficou manchada pelo o seu vacilo na fé, mas após o seu encontro com o Ressuscitado, ele se redimiu, dando um grande testemunho de fé. Diante o Cristo Ressuscitado, Tomé faz uma belíssima profissão de fé: “MEU SENHOR E MEU DEUS!” Profissão de fé, que muitos de nós, continuamos fazendo nas celebrações Eucarísticas: “Meu Senhor e meu Deus!”
Este episódio, vem nos dizer, que um simples vacilo na fé, não pode manchar uma pessoa para sempre, pois todos nós, estamos sujeitos a passar por estes momentos de fraqueza, o importante, é fazermos como Tomé: não permanecermos na incredulidade.
“Bem-aventurados os que creram sem terem visto.” Mesmo antes da nossa existência, já estávamos incluídos nesta Bem aventurança, ou seja, somos felizes porque cremos na ressurreição de Jesus mesmo sem ter visto.
Com a ressurreição de Jesus, a vida divina entrou na vida humana e assim, como as sementes espalhadas pelo o vento, o anúncio da ressurreição de Jesus, se espalhou por todos os rincões da terra como fagulhas de fogo incendiando o coração da humanidade com a força inovadora do Espírito Santo…
TENHAM TODOS UM ABENÇOADO DOMINGO!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho.