Por Olívia Coutinho
Hoje, Domingo de Ramos, iniciamos a semana Santa, um tempo forte na vida do cristão, quando reviveremos os últimos passos de Jesus aqui na terra e a sua ressurreição com celebrações, procissões, encenações… A celebração deste Domingo, é dividida em dois momentos: No primeiro momento é realizada a Bênção dos Ramos, rememorando a chegada de Jesus em Jerusalém, lugar onde seria concluída a sua missão na entrega de si mesmo, por amor ao Pai e a todos que Ele lhe confiara, e em seguida participaremos da celebração Eucarística. A entrada festiva de Jesus em Jerusalém, marca o início do seu calvário, Jesus entra em Jerusalém aclamado como Rei e Senhor da gloria, o Rei e Senhor, do povo oprimido, dos sem voz e sem vez. E para identificar-se com estes, Jesus entra na cidade, montado num jumentinho, o único meio de transporte dos pobres daquela época. Ao entrar em Jerusalém, montado num jumentinho, Jesus deixa claro que Ele não buscava status, fama, ele se apresenta como o servo sofredor, um servo à serviço de todos… “As multidões que iam à frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Bendito o que vem em nome do Senhor”! Tamanha aclamação, incendiou ainda mais, a ira de seus adversários, que ao sentirem-se ameaçados de perderem o “poder” para Jesus, apressaram em dar fim na sua pessoa. O evangelho que nos é apresentado neste Domingo, é um tanto longo, é a narração da Paixão e morte de Jesus. A narrativa toca fundo ao nosso coração ao falar das humilhações, do sofrimento que Jesus passou para nos libertar da escravidão do pecado… Não pensemos que foi fácil para Jesus, passar por tamanho sofrimento, pois mesmo sendo Deus, Ele não estava isento da dor. Ao assumir a natureza humana, Jesus assumiu-a por inteiro, exceto no pecado. Se quisesse, Jesus poderia ter recusado a cruz, mas não o fez, em obediência ao Pai, por querer levar em frente o seu projeto de vida plena para todos. Uma obediência, que o levou a morte, morte, que também não foi da vontade de Deus, e sim, uma consequência da maldade humana. Foi a maldade humana que assassinou Jesus. Deus poderia ter evitado o sofrimento do seu Filho, libertando-o daquele martírio, mas Ele não o fez, por amor a cada um de nós, por querer reconstruir a aliança de amor firmada entre Ele e o homem no início da criação, uma aliança que fora quebrada pelo o pecado. Nas celebrações da Semana Santa, nós nos comovemos diante as encenações da Paixão e morte de Jesus, achamos uma maldade imensa o que fizeram com Ele, mas será que hoje, nós também, não continuamos, de alguma forma, fazendo o mesmo com Jesus, na pessoa do nosso irmão? Será que nós, não estamos crucificando Jesus com as nossas atitudes do dia a dia? Toda vez que não praticamos a justiça, a solidariedade, que excluímos, que negamos ajuda a um irmão, estamos também crucificando Jesus. Lembremos: a diferença entre matar e deixar morrer é muito pequena… Rasguemos, pois, as vestes do “homem” velho, para nos revestir do “homem” novo, aquele que aprendeu com Jesus a partilhar a vida, a ser vida na vida do outro, para que assim, possamos desde já, vivenciar o grande sentido da Páscoa, que é Passagem… Vida nova… Renovação… Celebrar a Páscoa é celebrar a vida, é resgatar valores, hoje tão esquecidos, como o valor da fé, da família o valor do amor… Com os pés no chão e o olhar voltado para o alto, carreguemos a nossa cruz de cada dia, certos de que um dia, nós também, ressuscitaremos com Jesus! Quiseram eliminar aquele que acolheu os pobres, os excluídos, aquele que defendeu a vida, mas não conseguiram, pois a vida vence, quando o amor se faz presente… DESEJO A TODOS UMA FRUTUOSA SEMANA SANTA!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho