Por Olívia Coutinho
Em qualquer tempo e em qualquer hora, somos chamados por Deus para trabalhar na edificação de seu Reino. Às vezes para uns, isto acontece bem cedo na vida; para outros, um pouco mais tarde e a outros ocorre mais tarde ainda. Ao final, com a mesma alegria, a gratuidade do amor de Deus , é recompensada sem distinção ou medida de merecimento. A narrativa da parábola contada por Jesus, nos mostra que o agir de Deus é sempre dinâmico quanto ao tempo, hora e lugar, e a sua recompensa e gratuidade é sempre livre. Na parábola, o Reino do céus é representado simbolicamente por uma vinha, no qual se fala de um patrão, se fala de trabalhadores e de pagamento diário. Pela história, Jesus traz à compreensão de seus seguidores, quanto ao que significa o conceito de justiça divina, no que se refere quanto a questão de merecimento. Sobre o nosso prisma, se por um momento, imaginássemos que o trabalhador que fora chamado por último, estivesse ele sem trabalho e necessitado do “pão de cada dia” para garantir o sustento diário de sua família, é bem provável que conseguiríamos ver a situação de um modo diferente. Com isto , não haveria ciúmes, nem entenderíamos como injusta a atitude do patrão que aliás, na parábola é relatado que ele agiu com os primeiros trabalhadores conforme o combinado. Acontece, que sempre há uma expectativa de retribuição e de favorecimento na nossa concepção de justiça . Muitas vezes ainda se tem a alegação, ou seja, é como que uma troca, no entanto, esta é a nossa forma de sermos justos; porém ao que pudemos ver no relato deste evangelho, o conceito de justiça para Deus é pautado no seu amor que não é rígido. No acerto de contas relatado na parábola, os primeiros se sentiram bem incomodados com a atitude do patrão, pois acreditavam estar no direito de obter maior generosidade, devido ao tempo maior que estiveram no serviço e não acontecendo como imaginavam, logo veio o ciúme e com isto o descontentamento. Muitas vezes, é o que ocorre em nossas relações; nos ambientes familiar, no trabalho e comunidade. Contudo felizmente, é sempre a partir dos valores do evangelho, que somos convidados a desconstruir muitas atitudes e comportamentos introjetados na nossa história e que não condizem de maneira alguma com a vontade de Deus, quanto a nossa maneira de praticar a justiça. Sabemos que a vontade Divina é que todos um dia, possam assentar juntos à mesa, do no banquete preparado pelo Pai, sem lugar de honra.
Reflexão de Marilene Coutinho