Por Olívia Coutinho
Vivemos um tempo favorável a um recolhimento interior, tempo de escutar mais do que falar! A liturgia deste tempo está sempre nos provocando a olharmos para nós mesmos do que para o outro, ou seja: a deixar de olhar o defeito do outro para reconhecer e corrigir os nossos… No evangelho que a liturgia de hoje coloca diante de nós, Jesus faz duras críticas aos líderes religiosos daquele tempo, que eram os mestres da lei e os fariseus. Críticas, que servem de alerta para muitos que exercem cargos de lideranças em nossas Igrejas, líderes que como os fariseus e mestres da lei, não vivem o que eles pregam… A hipocrisia tão criticada por Jesus, é um mal bem antigo, mas que infelizmente ainda continua enraizado no nosso meio, até mesmo em muitas de nossas comunidades cristãs. Hipocrisia, que é o mesmo que falsidade é um mal terrível que está impregnado em pessoas que poderiam aproveitar o seu saber para fazer o bem… Jesus nos sugere um remédio eficaz para combater o autoritarismo, a mania de grandeza, um mal que tanto prejudica a pessoa que os alimenta, quanto as que vivem à sua volta, que é reconhecendo-o, como sendo Ele, o nosso único Mestre! Ora, se reconhecemos Jesus como o nosso único Mestre, a nossa postura será sempre de aprendiz e nunca de um Mestre. Jesus é um Mestre que não impõe, que só propõe, Ele nos deu um grande exemplo de humildade ao se inclinar para lavar os pés dos apóstolos, confirmando, que Ele veio para servir e não para ser servido. Precisamos conscientizar, de que ser líder, não é privilégio e muito menos poder, ser líder de um grupo ou movimento, é missão, é serviço, é doação, o líder é apenas alguém encarregado da organização de um grupo ou movimento. A riqueza de um grupo não pode centralizar numa só pessoa e sim, na diversidade de dons colocados a serviço de todos. Movimento frutuoso, é aquele em que ninguém se destaca, que tudo é partilhado! O grupo, ou o movimento que coordenamos, nunca deve ser parecido com uma escola onde nós somos os mestres e os outros alunos, e sim, um grupo irmanado que busca os mesmos objetivos, que cresce junto, caminhando na mesma direção… A função de líder, é tentadora para quem gosta de elogios, que deseja ser incensado pelas pessoas, porém, um líder comprometido com a causa do reino de Deus, não se deixa levar pela vaidade, pela alto-suficiência… Todos nós, devemos querer ser incensados sim, mas pelo incenso da graça de Deus… O primeiro passo, de quem assume uma missão de liderança, é buscar na humildade se espelhar no próprio Jesus que mesmo tendo as prerrogativas divina, se fez pequeno no meio dos pequenos… Aprendamos com o nosso Mestre, a viver na humildade, eliminando de vez, toda e qualquer tipo de vaidade, grande inimiga, que tanto atrapalha a caminhada de nossas comunidades. A grandeza de uma pessoa, não está nos títulos que ela acumula, e sim, no serviço prestado em favor do reino… Um líder não se destaca pela sua autoridade e sim, pelo o seu amor a Deus transformado em serviço! Caminhando para o fim do evangelho, Jesus ainda recomenda: “Na terra não chameis ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus.” É importante entendermos: esta fala de Jesus, só deve ser interpretada dentro do contexto, se ela for interpretada fora do contexto, corremos o risco de distorcer as palavras de Jesus, achando que não devemos chamar os nossos genitores de pai; pensar assim, é uma infantilidade na fé. Quando Jesus diz: não chameis “ninguém” de pai, Ele está se referindo aos mestres da lei, estas autoridades se colocavam no lugar de Deus, queriam ser vistos pelo o povo como um pai, uma forma de opressão… Precisamos ter o cuidado com a palavra que recebemos e com a palavra que entregamos ao outro, não podemos distorcer o sentido das palavras de Jesus… Meu irmão e minha irmã: é importante conscientizarmos: o mais atraente discurso que proferimos, é a nossa vivencia em Jesus.
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
FIQUEM NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho